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Surto de Covid altera rotina no Atlético-MG, que radicaliza proteção no CT

Atlético-MG vive surto de Covid-19 e diretoria aperta o cerco às medidas de segurança sanitária - Bruno Cantini/Atlético-MG
Atlético-MG vive surto de Covid-19 e diretoria aperta o cerco às medidas de segurança sanitária Imagem: Bruno Cantini/Atlético-MG

Guilherme Piu

Do UOL, em Belo Horizonte

24/11/2020 04h00

Se de maio até o último dia 15 de novembro apenas um jogador havia testado positivo para o novo coronavírus no Atlético-MG, em sete dias o clube viu uma explosão de casos em seu centro de treinamento. Mais de 30 pessoas, entre atletas, comissão técnica e dirigentes foram diagnosticados com a Covid-19 em outro surto da doença em clubes brasileiros. Por isso, o Galo retoma à metodologia do início da pandemia, com medidas radicais para conter o problema.

Há uma semana não acontece transmissão ao vivo de entrevistas na sala de imprensa da Cidade do Galo. Jogadores nem sequer são escalados para a conversa virtual com os jornalistas há mais de uma semana — a última ocorreu no dia 16 —, por definição de departamento médico atleticano. Tudo para evitar o contato de várias pessoas com os integrantes do elenco.

O último jogador a falar com a imprensa foi o atacante Marrony, entrevistado justamente no dia em que o clube revelou os sete primeiros casos do surto de Covid-19, dentre esses o que envolveu o treinador Jorge Sampaoli e quase toda sua comissão técnica.

A maioria citada na polêmica festa do gerente de futebol Gabriel Andreata, que comemorou 41 anos em um restaurante localizado na zona nobre da região metropolitana de Belo Horizonte, no meio da pandemia.

Quase um time inteiro, contando só atletas, está infectado com a Covid-19 no Atlético-MG. São eles: Victor, Everson, Guga, Réver, Gabriel, Allan, Jair, Alan Franco e Eduardo Vargas. O garoto Sávio, que testou positivo para o vírus quando estava com a seleção brasileira sub-17, cumpriu quarentena, se recuperou, e foi liberado para retornar aos treinos.

Entre os dirigentes, o diretor de futebol Alexandre Mattos e o diretor de comunicação Domenico Behring precisaram entrar em quarentena.

Por causa desse alto número de pessoas em isolamento, as medidas de segurança sanitária foram radicalmente aumentadas no clube, depois de uma flexibilização.

O departamento médico do Atlético-MG estabeleceu uma série de protocolos e recomendações seguindo à risca essas proibições. O uso dos vestiários voltou a ser proibido, portanto, os atletas chegam com a roupa de treino e vão embora logo ao fim das atividades. O uso do refeitório também passou a ser com distanciamento maior entre as mesas e atividades na academia, regularmente, "nem pensar", como informou a assessoria de imprensa atleticana.

"Sempre seguimos um protocolo bem rígido de segurança. Além das medidas sempre realizadas pelo departamento médico para cuidar da saúde de todo mundo, estamos restringindo os contatos no centro de treinamento, pedindo para os atletas virem trocados de casa, o cuidado nos apartamento do hotel também segue como era feito, cobrando o uso de máscaras constantemente, só retirando para treinar. E, claro, aplicando testes com mais frequência. Intensificando essas medidas para risco menor de contato", disse o diretor médico do Atlético-MG, Rodrigo Lasmar, ao UOL Esporte.

Para evitar locais fechados, os trabalhos físicos seguem realizados em áreas abertas, com grande ventilação e distanciamento entre os jogadores. Nos hotéis, tanto no centro de treinamento como em viagens, a preferência é para quartos individuais. Hospedagens em duplas, o clube poderá definir, quem sabe, entre atletas que já foram infectados e se recuperaram da doença.

O Galo, que já fretava voos para os jogos fora de Belo Horizonte no intuito de minimizar o encontro da delegação com pessoas "estranhas ao clube", em nenhum momento interrompeu essa medida. E ainda diminuiu o número de integrantes do próprio clube nessas viagens.

"Desde o começo do ano, viajamos em aviões privados para não ter contato com outros grupos, nas mesas de refeições temos também acrílico separando os atletas, há ainda o distanciamento de um metro e meio entre cada mesa. Belo Horizonte vive um momento de aumento dos números nos casos de Covid-19 em várias áreas, inclusive no futebol. Temos que cuidar ao máximo para proteger nossos atletas e funcionários", finalizou Rodrigo Lasmar.

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