SPFC x Ceará: CBF explica confusão e diz que juiz acertou ao anular gol
A CBF emitiu uma nota oficial em conjunto com a Comissão Nacional de Arbitragem na noite de hoje detalhando os fatos que levaram à polêmica atuação do VAR no empate por 1 a 1 entre Ceará e São Paulo. O time paulista teve gol anulado instantes após o lance ter sido validado pelo árbitro de vídeo — o jogo chegou a ser reiniciado em meio à confusão.
A entidade alegou que uma "comunicação paralela" acabou atrapalhando o árbitro Wagner do Nascimento Magalhães e convidou os clubes para esclarecimentos. Além disso, a nota diz que o gol foi anulado "de forma correta".
Mais cedo, o São Paulo já havia solicitado acesso aos áudios do VAR no momento da confusão e aguardava aval da CBF.
Segundo apurou o UOL Esporte, a entidade máxima do futebol brasileiro não crê que o clube paulista vá pedir impugnação da partida. Os dirigentes da CBF acreditam que "o áudio [do VAR] vai mostrar que há uma falha de comunicação" e que "não houve erro de direito".
O São Paulo decidirá até amanhã se vai ou não optar pelo pedido de impugnação. O Tricolor vai tomar a decisão logo após ter acesso aos áudios na sede da CBF.
No lance questionado pelo São Paulo, o assistente Thiago Rosa de Oliveira (RJ) assinalou posição irregular de Pablo e anulou o que seria o segundo gol do time do Morumbi. No entanto, Wagner do Nascimento Magalhães (Fifa/RJ) confirmou o gol ao ser instruído pelo VAR, comandado por Carlos Eduardo Nunes Braga (RJ), com auxílio de William Machado Steffen (SC) e Daniel do Espirito Santo Parro (RJ). O problema é que o mesmo VAR se corrigiu e anulou o lance.
No decorrer do processo que demorou quatro minutos e trinta e cinco segundos, o árbitro chegou a autorizar o reinício da partida com o gol do São Paulo validado.
Veja o comunicado da CBF na íntegra:
Após a análise dos áudios e imagens da cabine do VAR e dos fatos ocorridos na partida entre Ceará Sporting Club e São Paulo Futebol Clube, realizada nesta quarta-feira (25), pelo Campeonato Brasileiro da Série A, a Comissão Nacional de Arbitragem esclarece a cronologia dos acontecimentos que levaram à anulação de gol do São Paulo Futebol Clube:
1 - Importante registrar que, inicialmente, a arbitragem de campo, diante do lance concluído, marcou impedimento do atacante do São Paulo, invalidando o gol.
2 - Após a primeira checagem da jogada de ataque do São Paulo, o árbitro de vídeo informou tratar-se de lance legal, o que fez com que o árbitro central validasse o gol para a equipe visitante de forma factual, ou seja, sem necessidade de ir até a área de revisão.
3 - Constatado que haveria mais um lance a ser revisado, o árbitro de vídeo imediatamente iniciou este segundo procedimento de checagem, momento em que solicitou ao árbitro central que aguardasse o processo ser concluído para, aí sim, determinar o reinício da partida.
4 - Acontece que uma comunicação paralela, mantida entre o árbitro central e o quarto árbitro, a respeito da aplicação de um cartão amarelo para um jogador do Ceará, prejudicou a comunicação que vinha sendo mantida entre o árbitro de campo e o VAR. E fez com que o árbitro central não ouvisse a solicitação da cabine do VAR e autorizasse o reinício da partida.
5 - Imediatamente o VAR alertou ao árbitro, que interrompeu a partida para que o procedimento de checagem, que já estava em curso antes do reinício, fosse concluído.
6 - Por fim, o VAR comunicou ao árbitro central que o lance que deu origem ao gol foi ilegal e que, portanto, deveria ser mantida a decisão inicial da arbitragem de campo, que invalidou o gol de forma correta.
Diante do ocorrido, a Comissão Nacional de Arbitragem facultou aos clubes envolvidos na partida a possibilidade de comparecerem à sede da Confederação Brasileira de Futebol para os esclarecimentos que se façam necessários.
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