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Xerém 'aproveita' surto de Covid-19 e oferece opções a Odair no Fluminense

Estreante, Martinelli foi bem em empate do Fluminense; Xerém é "solução" para o time no Brasileirão - Mailson Santana/Fluminense FC
Estreante, Martinelli foi bem em empate do Fluminense; Xerém é 'solução' para o time no Brasileirão Imagem: Mailson Santana/Fluminense FC

Caio Blois

Do UOL, no Rio de Janeiro

01/12/2020 04h00

O Fluminense ficou só no empate sem gols com o Red Bull Bragantino, mas nem tudo foi ruim na noite de ontem (30) no Maracanã. O surto de Covid-19 que assolou o elenco na última semana abriu espaço para jovens de Xerém, que aproveitaram a chance que tiveram.

Se não voltou ao G-4 do Campeonato Brasileiro, o Tricolor, ao menos, ganhou mais opções em um ano atípico e cheio de problemas médicos dos mais diversos em função da pandemia. No oitavo lugar da competição, se mantém apenas um ponto atrás da zona de classificação à Libertadores e seis atrás do líder Atlético-MG.

Em função dos muitos problemas e também para dar chance ao máximo de jogadores do elenco, o técnico Odair Hellmann tem mantido uma coerência nas mexidas no time por questões médicas: mantém quem entra e dá conta do recado, independentemente de quem seja o titular. Assim, tenta motivar todos os jogadores, já que o Flu não terá como ir ao mercado da bola por reforços.

"Satisfeito e orgulhoso. Estão dando resposta. Na transição de base para profissional, tentamos criar o melhor cenário possível, dentro de um time consistente, para proteger. Quando mexe muito forte na estrutura e precisa dos jogadores de forma mais rápida, é mais difícil. Estamos mexendo por obrigação, o que pode gerar dificuldades", declarou Odair na coletiva após o empate.

A começar pelo gol, Marcos Felipe foi um dos poucos destaques do Tricolor na partida. O jovem de 24 anos foi bem nas vezes em que foi exigido no jogo, mostrou mais segurança que Muriel — que saiu do time por causa da Covid-19, mas vive má fase —, e segue com ótimos números quando recebe chances como titular. Já são 15 jogos oficiais com apenas 11 gols sofridos e uma derrota.

Um dos poucos "absolutos" de Odair Hellmann, o titular já teve nove falhas graves na meta do Tricolor, mas segue como o jogador mais utilizado na temporada: foram 41 jogos. Agora, com mais uma boa atuação de Marcos Felipe, uma mudança — já indicada pelos preparadores de goleiros após os erros na eliminação do Flu na Copa do Brasil — pode acontecer, com o camisa 1 sendo mantido na vaga do "homem de confiança" do treinador.

'Geração de Ouro' de Xerém desabrocha

Além disso, a "Geração de Ouro" de Xerém de 2000/2001, com cinco representantes, voltou a se destacar contra o Red Bull Bragantino. Ainda na defesa, Calegari foi o melhor jogador da equipe em campo e deve seguir na lateral direita nos próximos jogos, mesmo que retornos na lateral esquerda "liberem" Igor Julião para voltar à sua posição.

No meio de campo, André fez grande jogo e deve ocupar a vaga aberta por Dodi. Companheiro da base e em sua estreia no profissional, Martinelli também foi muito bem e, com características parecidas com a do antigo titular e destaque da equipe, deve receber cada vez mais chances nos próximos jogos, até porque Yago só deve retornar aos campos em 2021.

Além disso, com a queda de produção de Nenê, Marcos Paulo voltou a ser utilizado como titular e também mais centralizado, como um meia. Os problemas crônicos de criação do Tricolor podem e devem fazer Hellmann mexer mais na equipe quando voltar a ter o elenco à disposição. Com o camisa 11 jogando como meia, as pontas também abrem espaço para dois jovens de Xerém: Luiz Henrique, que está na seleção brasileira sub-20, e Caio Paulista, cria da base que deixou o clube, retornou e vem recebendo cada vez mais chances.

Ainda sem muitos de seus jogadores mais importantes, o Fluminense volta a campo no sábado (5), às 19h, para enfrentar o Athletico-PR, no Maracanã. Com o espaço aberto para os jovens, o Tricolor deve ter mais "moleques de Xerém" em campo.

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