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Mesmo em boa fase do São Paulo, Leco evita exposição ao fim de mandato

Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, segue recluso em seu último mês como presidente do São Paulo - Marcello Zambrana/AGIF
Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, segue recluso em seu último mês como presidente do São Paulo Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

Thiago Fernandes

Do UOL, em São Paulo

02/12/2020 04h00

O São Paulo vive um dos melhores momentos desde que Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco, assumiu a presidência, em 2015. Mesmo em alta e com chances de títulos, o mandatário segue recluso e evita ao máximo a exposição em seu último mês à frente do clube — ele deixará a função em 31 de dezembro.

O dirigente se distanciou das campanhas eleitorais dos possíveis sucessores, não dá entrevistas coletivas ou exclusivas a veículos de imprensa, aparece de forma esporádica para despachar no Morumbi e se encontra com seus pares do departamento de futebol até duas vezes por semana.

A figura desgastada do dirigente fez com que os dois candidatos à presidência, Julio Casares e Roberto Natel, o tratassem com distanciamento em meio à campanha eleitoral. Casares tem aliados no grupo político do mandatário, mas sempre se colocou de forma contrária à sua gestão no Morumbi. Natel, que é seu vice-presidente, também o trata como oposição no dia a dia do Tricolor paulista.

O distanciamento da dupla fez com que Leco nem sequer comparecesse ao clube social do São Paulo durante a campanha eleitoral. Afastado do pleito, ele foi visto até ao lado de amigos no clube Pinheiros. Porém, evitou comparecer ao São Paulo.

No dia da Assembleia Geral de Sócios, em 28 de novembro, foi ao lado de um dos filhos para votar. Chegou ao clube no fim da tarde e depositou a cédula na urna para escolher os seus candidatos ao Conselho Deliberativo. Sem alarde, nem sequer se posicionou ao lado dos concorrentes ao cargo de presidente, tampouco recebeu qualquer tipo de crítica ou elogio vindo dos participantes do processo.

Em seu dia a dia no clube, tem comparecido ao Morumbi esporadicamente para despachar. Desde que contraiu Covid-19 e chegou a ficar internado na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo), em setembro, o mandatário é mais cuidadoso no que se refere à sua presença física. Ele só comparece a reuniões estritamente necessárias e toma o devido cuidado ao se encontrar com outras pessoas.

Mesmo que já tenha sido infectado pelo novo coronavírus, prefere evitar a exposição em sua atividade. A cautela é apoiada pelos familiares do dirigente.

No futebol, que tem colhido sucessos no Brasileirão e na Copa do Brasil, Leco também é cauteloso. Ele voltou a frequentar o CT da Barra Funda em meados de outubro. As aparições no local ocorrem até duas vezes por semana.

Mais recluso e comedido nos bastidores, o presidente vai ao local para se reunir com a comissão técnica de Fernando Diniz e membros do departamento de futebol. O executivo de futebol, Raí, o gerente da pasta, Alexandre Pássaro, e o diretor adjunto Fernando Chapecó sempre se reúnem informalmente com o mandatário no centro de treinamentos.

O quarteto costuma se encontrar no banco de reservas de um dos campos do CT da Barra Funda e também na sala de imprensa. Há a preferência de Leco por locais mais arejados. O dirigente evita, neste momento, reuniões em espaços fechados.

Mesmo à distância, o presidente atuou diretamente na manutenção de Fernando Diniz após as eliminações no Campeonato Paulista, na fase de grupos da Libertadores e na segunda fase da Copa Sul-Americana. No momento de maior pressão do técnico, deu aval a Raí para segurá-lo no cargo. Ele também participou da negociação que levou Helinho para o Red Bull Bragantino por empréstimo. O presidente foi questionado por seus pares sobre os moldes das tratativas e deu aval para o acordo.

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