Flu confia em evolução de Marcão e crê em Libertadores na 'vida após Odair'

Pego de surpresa com a proposta do Al-Wasl, dos Emirados Árabes, que tirou Odair Hellmann do comando da equipe, o Fluminense se prepara para a vida após a saída do treinador. A decisão da cúpula de futebol do clube foi rápida: efetivar o auxiliar permanente Marcão, como no Campeonato Brasileiro de 2019.

A evolução do treinador em um ano e meio na função foi preponderante para que o presidente Mário Bittencourt e o diretor Paulo Angioni resolvessem por promover o ex-volante e ídolo do clube ao cargo.

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No ano passado, em situação adversa, o então interino conseguiu 53% de aproveitamento na campanha para o Flu se livrar do rebaixamento e se classificar à Copa Sul-Americana. A dupla confia no trabalho do técnico, que por pouco não foi efetivado ao fim do Brasileirão para a atual temporada.

Entusiasta da ideia, Angioni voltou a defendê-la quando comunicado da saída de Odair. Além de tudo, é uma medida econômica, já que Marcão, já funcionário do clube, tem vencimentos bem modestos se comparados a um técnico de Série A. Os valores oferecidos pelos árabes a Hellmann, em proposta oficializada no domingo (6), após vitória sobre o Athletico, eram vistos como impossíveis de serem igualados pelo Flu.

Ainda assim, a promoção do auxiliar-técnico não tem a ver com uma "desistência" da temporada. Até porque, se projetado o aproveitamento que possui à frente do Tricolor, de exatos 50%, o Flu chegaria aos 60 pontos, marca que a diretoria acredita ser suficiente para classificar o time à Libertadores.

O retorno para a competição continental é visto como salvação para as finanças do clube em 2021. Ainda assim, há quem chame de "milagre" o trabalho feito pela diretoria até aqui com a manutenção da equipe na parte alta da tabela, apesar da queda de 64% das receitas e da perda de destaques do time para o mercado da bola. Sem Odair Hellmann, entretanto, todos sabem que a missão será mais difícil.

Ideia em opção por Marcão é manter trabalho

A ideia central por trás da opção por Marcão é a manutenção do trabalho de Odair. O pouco tempo para mudanças drásticas e negociações no mercado da bola, além da falta de dinheiro, foram preponderantes para que Mario e Angioni decidissem manter alguém que conheça o ambiente do clube, as lideranças do elenco, e principalmente a filosofia de trabalho.

Querido por todos, principalmente no vestiário, o técnico não deve imprimir grandes mudanças à equipe, priorizando a continuidade ao que vinha dando certo com Hellmann. Sistema de jogo e opções técnicas devem ser mantidos, com algumas mudanças pontuais que devem ser feitas pouco a pouco.

Em 2019, Marcão fez um resgate às ideias de Fernando Diniz ao assumir o clube após a saída de Oswaldo de Oliveira. O estilo mais próximo a um jogo de posição, com trocas de passe rápidas buscando abrir espaços, foi aperfeiçoado com argumentos um pouco diferentes de Odair Hellmann. No sub-23, o treinador mantinha uma equipe que gostava de propor o jogo, com posse de bola e toques curtos para atrair o adversário e abrir espaços para lançamentos em profundidade.

Desta vez, ao receber a notícia, Marcão, identificado com a torcida, falou para pessoas próximas na "responsabilidade" ainda maior, por considerar que agora o Fluminense está na parte de cima da tabela. É no ex-volante, que disputou 397 jogos com a camisa tricolor, que o Tricolor confia para voltar à Libertadores após sete anos.