O dia em que Neymar humilhou Piris, que enfrenta hoje o Palmeiras

Quando o Palmeiras for a campo hoje, contra o Libertad-PAR, pelas quartas de final da Copa Libertadores, o futebol brasileiro vai reencontrar um velho conhecido, cuja passagem pelos gramados nacionais ficou diretamente ligada ao maior craque do país, Neymar. Estamos falando do lateral paraguaio Iván Piris, que defendeu o São Paulo de 2011 a 2012.

Houve um duelo em particular com Neymar que acabou marcante. O então jovem atacante brasileiro vivia o auge de um período de reclamações sobre provocações —que sofria e fazia— em campo. Quando decidiu partir com a bola para cima do paraguaio, na tentativa de humilhá-lo, a gritaria só aumentou (veja acima). Foram cinco dribles seguidos do atacante até receber uma entrada dura do marcador, e assim, criar uma confusão generalizada no clássico entre Santos e São Paulo, pela semifinal do Campeonato Paulista de 2012, no Morumbi

Neymar foi o destaque do clássico com os três gols da vitória por 3 a 1, mas ainda parecia incomodado com o fato de Piris fazer eco à ideia de que seria "um dos melhores marcadores da América", segundo a imprensa de seu país. Às vésperas do clássico, o paraguaio dizia que anularia o brasileiro ajudando o São Paulo na luta pela vaga na final.

Relacionadas

Libertad x Palmeiras: onde assistir, escalações, o que esperar do jogo

Palmeiras enfrenta o Libertad de olho em R$ 20 milhões a mais no caixa

Neymar encara 'decisão' para manter metas de 2021: Champions e Bola de Ouro

A fama de Piris no Paraguai vinha em grande parte justamente pelos vários confrontos de mano a mano com Neymar pela Copa Libertadores 2011, quando seu Cerro Porteño tentou fazer frente ao Santos. O curioso é que em quatro jogos contra o Cerro—dois pela fase de grupos e outros dois na semifinal—, o Santos venceu três e acabou campeão.

"Todos sabem que o Neymar é um grande jogador, um dos melhores do mundo, tanto que todos os times o querem. Tem que ficar sempre em volta dele", comentou à época o paraguaio. Piris tem hoje 31 anos. Em sua carreira, chegou a defender também o Sporting Lisboa-POR, a Udinese-ITA, os mexicanos León e Rayados e o Newell's Old Boys-ARG

"O Paraguai tem o que alguns não têm: garra. Os brasileiros têm essa referência porque venho de lá e me olharam nos encontros contra o Neymar. Jogamos uma Libertadores muito boa e jogamos quatro partidas contra o Santos. Acho que isso influenciou muito na minha contratação", explicou.

A fama que Piris ganhara nestes jogos pelo Cerro motivou o São Paulo a investir na contratação, prevendo que, cedo ou tarde, seu time teria de lidar com o Santos de Neymar na disputa por títulos.

Pois, pela semifinal do Paulistão, Neymar apanhou de Piris em campo e viu o São Paulo se revoltar com sua atitude de o provocar com a sequência de dribles. O lance aconteceu ainda no primeiro tempo e terminou em cartão amarelo para o paraguaio e muita discussão.

Piris saiu com a imagem de perdedor do duelo com Neymar não só pela derrota por 3 a 1 e os três gols do atacante, mas também porque nem atuou no segundo tempo por decisão do então treinador do São Paulo, Emerson Leão, preocupado com uma iminente expulsão do paraguaio. No intervalo, ele foi substituído por um novato Rodrigo Caio.

Já Neymar seguiu provocando adversários com dribles. O próprio Rodrigo Caio também levou amarelo após falta dura no atacante. Pouco depois, o meia Cícero foi expulso após parar uma arrancada do santista.

Habituado a dar show em campo pelo Santos, e também ouvir diversos conselhos de comportamento, Neymar terminou o clássico com uma conversa ao pé do ouvido com Emerson Leão.

"Ele (Leão) só deu um toque a mais, para a minha carreira ficar ainda mais especial. Vou guardar para mim, não vou divulgar, mas foi coisa boa, disse Neymar.

"Não o conheço tão bem, mas tenho certeza de que é o primeiro ou o segundo melhor jogador do mundo. Até os adversários colaboram com ele, por incrível que pareça. O mais importante é que sempre tento ajudar. Sou fã do futebol do Neymar", comentou Leão.