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Desafios, contas e mudanças: como Marcão pode manter 'estilo Odair' no Flu

Marcão é a aposta do Fluminense para manter estilo Odair Hellmann e voltar à Libertadores - Mailson Santana/Fluminense FC
Marcão é a aposta do Fluminense para manter estilo Odair Hellmann e voltar à Libertadores Imagem: Mailson Santana/Fluminense FC

Caio Blois

Do UOL, no Rio de Janeiro

09/12/2020 04h00

Ainda na 'ressaca' pela saída de Odair Hellmann, o Fluminense agiu rápido para promover o auxiliar permanente Marcão ao cargo de técnico até o fim do Campeonato Brasileiro. A ideia central, claro, é a manutenção da filosofia de trabalho. E o ídolo tricolor tem alguns caminhos.

Quando recebeu de Mario Bittencourt e Paulo Angioni a notícia de que seria efetivado como treinador, Marcão não titubeou e demonstrou muita felicidade com a novidade. Não pela saída de Odair, com quem tinha ótima relação, construída desde os tempos de jogador, mas também por conta da nova oportunidade.

Ao fim de 2019, o técnico chegou a ser sondado para dar sequência ao trabalho, mas preferiu se preparar mais. Fez cursos na Confederação Brasileira de Futebol (CBF), assumiu o sub-23 e imprimiu na categoria um estilo um pouco diferente do profissional, mas seguindo as mesmas diretrizes, principalmente no sistema de jogo. Internamente, o trabalho com a categoria é muito bem avaliado. Seus auxiliares Aílton e Edevaldo seguirão tocando o time de aspirantes, além de manterem o cargo de assistentes do profissional, sem novas contratações ou mudanças.

Alinhado com as ideias de Hellmann e da cúpula de futebol, Marcão sabe do desafio, que disse a pessoas próximas ser ainda maior do que evitar o rebaixamento na última temporada. Além disso, mantém, claro, o sonho de classificar a equipe à Libertadores.

Aproveitamento por Libertadores pode ser menor que 50%

Para chegar até lá, técnico e diretoria já colocaram a mão na calculadora. Ambos calculam, de maneira conservadora, que mais 24 pontos — ao total, 63 —, são suficientes para levar o Fluminense de volta à maior competição de clubes do continente após sete anos. O número significaria exatamente 56% de aproveitamento dos 50 jogos de Odair Hellmann à frente da equipe.

Mas com os oito primeiros já um pouco descolados dos demais concorrentes e a possibilidade grande de o G-6 se tornar ao menos G-7, o clube acredita que com mais 20 pontos seria possível voltar à Libertadores. Para isso, Marcão teria que manter 47% de aproveitamento, mais baixo do que os 50% que possui nas duas passagens como técnico do clube.

Poucas mudanças; mais chances para 'pouco utilizados'

Ainda que a ideia seja a manutenção do trabalho, aos poucos, Marcão buscará colocar sua cara na equipe. Uma mudança esperada é no gol, onde Marcos Felipe tem boas chances de ser mantido pelo novo técnico. Com Muriel ainda voltando aos treinos após período de isolamento por ter contraído Covid-19, ao menos para o clássico de domingo (13) contra o Vasco, o camisa 1 deve seguir no gol, com o antigo titular, que não vive boa fase, fora da equipe.

Outro que deve receber mais minutos — e a bem da verdade já vinha sendo mais utilizado — é Paulo Henrique Ganso, em quem o técnico tem muita confiança desde os momentos mais difíceis em 2019. O camisa 10, um dos líderes da equipe desde a última temporada, foi importante dentro e fora de campo na última temporada, e deve voltar a ter um papel maior na equipe com a mudança no comando.

Nas laterais, Egídio e Igor Julião seguirão em disputa por vagas no time titular, com Calegari e Danilo Barcelos mantidos a princípio. Para o jogo com o Vasco, no domingo, às 20h, entretanto, o jovem lateral direito de 18 anos será desfalque, uma vez que está servindo à seleção brasileira sub-20. Se não testar positivo para Covid-19, Julião — que estava com sintomas na semana passada — deve ser o titular, com Daniel como opção no banco de reservas.

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