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Marino quer abrir marketing do Santos e promete nova estrutura para base

Rodrigo Marino (esq.), candidato à presidência do Santos pela "chapa 5 - Renova Santos", com seu vice, Ademir Quintino (dir.) - Reprodução
Rodrigo Marino (esq.), candidato à presidência do Santos pela "chapa 5 - Renova Santos", com seu vice, Ademir Quintino (dir.) Imagem: Reprodução

Eder Traskini

Colaboração para o UOL, em Santos

09/12/2020 04h00

O UOL Esporte segue hoje (9) sua série de entrevistas com candidatos à presidência do Santos para o triênio 2021-2023. A eleição está marcada para o próximo sábado (12).

Na quarta entrevista da série, o candidato Rodrigo Marino, da "Chapa 5 - Renova Santos", respondeu às perguntas da reportagem — padrão para todos os postulantes ao cargo. Fernando Silva, da chapa 1, Ricardo Agostinho, da chapa 3, e Andrés Rueda, da chapa 4, já falaram com o UOL Esporte.

Marino prometeu construir uma nova estrutura para as categorias de base do Santos dentro do CT Rei Pelé. Segundo ele, serão 1.800 metros quadrados de área total. O candidato ainda apresentou ideias de abrir o marketing do clube para o mercado e remunerar por campanha de sucesso. Confira a entrevista completa:

UOL Esporte: Como a chapa pretende pagar as dívidas do Santos? É possível desbloquear o clube na Fifa a curto prazo?

Rodrigo Marino: Em primeiro lugar é preciso organizar e equilibrar as contas do clube, o desafio é fazer o Santos gastar menos do que arrecada, estou preparado para fazer isso, sou um profissional acostumado a cumprir orçamentos, faço isso nos últimos 20 anos em empresas multinacionais e de grande porte.

Para desbloquear o clube na Fifa, irei pessoalmente aos clubes que estamos devendo, me apresentarei como novo presidente do clube e farei uma proposta de pagamento, ainda que parcelado aos clubes credores, entendo que nossos credores não querem brigar com o Santos, eles querem receber o que tem de direito. Entendo que seja totalmente viável este desbloqueio a curto prazo.

UOL: Passa pela cabeça da chapa realizar empréstimos pessoais a juros 'zero' ao clube para sanar dívidas?

RM: Esta é uma operação proibida pelo estatuto social do clube e que, além de proibido, não é necessário. O presidente do Santos deve cumprir o orçamento previsto e aprovado, se fizer isso automaticamente terá um clube equilibrado e terá condições de a médio prazo equilibrar as finanças do clube.

UOL: Qual é o projeto para as categorias de base? O que pensa sobre as mudanças feitas recentemente por Orlando Rollo, com a contratação de ex-jogadores com identificação com o clube, mas pouca experiência, para os cargos de treinador?

RM: Não só nas categorias de base, mas em todos os departamentos do clube, chamaremos os profissionais que hoje ocupam suas funções. Apresentaremos o planejamento estratégico, estabeleceremos as metas e objetivos para o triênio e caso o profissional se adapte a necessidade do clube, este profissional ficará no clube, caso não se adapte como em qualquer empresa teremos a necessidade de substituição do profissional.

UOL: O que pensa sobre o futebol feminino do Santos?

RM: O futebol feminino do SFC finalmente será tratado como merece, com respeito e de forma profissional. Construiremos dois campos exclusivos para treinamento das Sereias da Vila e daremos totais condições para preparação física e técnica.

UOL: É a favor de que o Santos tenha equipes de outros esportes, como basquete e futsal?

RM: Os esportes olímpicos terão vez na nossa gestão, sem dúvidas. Buscaremos incentivos e patrocínios para estas modalidades, principalmente o futsal que eu entendo ser uma modalidade fundamental na descoberta de atletas para o time e elenco de campo.

UOL: Quais são as metas esportivas para o triênio?

RM: Sempre que entra em uma competição, o SFC entra para ganhar. No próximo triênio não será diferente, estaremos competindo em todos os campeonatos para vencer, teremos um time competitivo e recebendo seus salários em dia, estaremos fortes e sempre buscando títulos.

UOL: Entre montar um time forte, apostando em ganhar títulos para pagar os gastos, e ter um time mais fraco que fique dentro do orçamento que o clube prevê, qual o candidato escolheria?

RM: Eu escolho ter um time equilibrado, competitivo e com seus salários pagos em dia, esta será a tônica dos próximos três anos e brigaremos sem dúvida pelas primeiras colocações em todos os campeonatos que participarmos.

UOL: Como aumentar o número de sócios? Qual é o projeto da chapa para o programa Sócio Rei?

RM: Faremos uma administração voltada ao torcedor e ao Sócio Rei. Vamos remodelar por completo o programa de sócios. Já temos em andamento conversas para uma parceria com o clube portuários de Santos, a ideia é que nosso associado possa usufruir de um clube social, além de outros benefícios que tornarão o programa de sócios mais atrativo, assim conseguiremos aumentar o número de sócios do clube.

UOL: Como gerar mais renda em meio aos desafios da pandemia?

RM: Com muita criatividade de marketing, aliás teremos um marketing descentralizado, trabalharemos com todos os profissionais de marketing do mercado do futebol, profissionais reconhecidos e com cases de sucesso, estes profissionais serão remunerados pelo sucesso de suas campanhas.

UOL: O que pensa sobre a nova Vila no projeto com a WTorre. Onde o Santos jogaria durante a construção nos dois cenários: durante e após a pandemia?

RM: Uma nova arena é uma realidade após a apresentação do projeto da WTorre, um projeto maravilhoso e com uma viabilidade econômica verdadeira. Sou a favor e levarei adiante, apoio tanto a ideia que já procurei a Portuguesa Desportos e fechei uma parceria para que o SFC mande seus jogos no Canindé no período de construção da nossa arena.

UOL: O que pensa sobre o trabalho de Cuca e seria ele o técnico caso o candidato seja eleito?

RM: O Cuca vem realizando um ótimo trabalho, o time está muito bem colocado nas duas competições que está disputando, brigamos nas primeiras posições no brasileiro e na Libertadores. Minha avaliação sobre o trabalho do Cuca é muito positiva, ele está conseguindo aproveitar muito bem os meninos da base e isso será fundamental no próximo triênio.

UOL: Quais os planos para cargos altos como a Gerência de Futebol? É mandatório que tais profissionais tenham identificação com o clube ou o candidato é a favor da contratação de profissionais de mercado mesmo que não tenho identificação?

RM: O fundamental será o perfil do profissional, o SFC precisa de um profissional que se adapte à necessidade, realidade e proposta estratégica definida pela diretoria do clube. A base será fundamental nos próximos três anos e o gerente de futebol, assim como o técnico do time precisarão estar alinhados aos objetivos do clube. Obviamente que a identificação com o clube ajuda muito no desenvolvimento de qualquer trabalho. Buscaremos este alinhamento com certeza.

UOL: Quais são os planos para o marketing? Como aproveitar o potencial identificado nas redes sociais do Santos, sempre com números expressivos, e também como aproveitar a marca Santos no exterior?

RM: Teremos um trabalho de marketing totalmente descentralizado, trabalharemos com profissionais do mercado do futebol com cases de sucesso, não teremos o marketing interno no clube, o SFC é muito grande para uma só pessoa pensar seu marketing. Diminuiremos custos fixos de folha de pagamento e trabalharemos com todos os profissionais de MKT do mercado, remunerando estes profissionais pelo sucesso de suas campanhas.

UOL: O que o candidato pensa sobre clube empresa? O Santos pode se tornar um? Seria vantajoso?

RM: Penso que o clube é do seu associado e do seu torcedor, sou contra esta conversa de clube empresa ou de vender o clube para um sheik árabe. Precisamos, sim, gerir o clube de maneira empresarial, com cada departamento respondendo por suas metas e objetivos anuais.
Gestão empresarial, sim. Vender o clube nunca.

UOL: Quais os planos para o CT Rei Pelé e, principalmente, o CT Meninos da Vila das categorias de base?

RM: Temos um projeto maravilhoso para a categoria de base, construiremos uma estrutura de 1.800 metros quadrados para os Meninos da Vila, uma estrutura pensada para o desenvolvimento e formação dos Meninos da Vila, esta estrutura ficará dentro do CT Rei Pelé. Falando em CT Rei Pelé, passaremos de maneira estruturada a atender a contra partida social que é objeto do contrato de permissão de uso da área.

UOL: Por que o santista deve votar em você? O que te faz estar preparado para esse cargo?

RM: O SFC precisa de renovação, desenvolvi uma carreira nos últimos 20 anos totalmente voltada à gestão de grandes empresas.
Tenho um conhecimento muito grande do SFC, estou no meu quinto mandato no conselho. Minha formação acadêmica, aliada a minha experiência de gestão empresarial e mais o conhecimento do clube me credenciam totalmente a ocupar esta posição de direção do SFC.

UOL: A gestão Peres foi marcada por várias decisões controversas. Na visão do candidato, qual foi o maior erro da gestão e que o candidato nunca, em hipótese alguma, repetiria?

RM: Penso que foi uma gestão marcada por erros, de todas as naturezas, creio que o maior erro do ex-presidente foi o de não respeitar a condição financeira do clube e gastar como se não houvesse amanhã.

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