Caso Robinho: defesa faz dossiê para tentar desqualificar relato da vítima
Os advogados do atacante Robinho tentaram desqualificar o relato da mulher albanesa que o acusou de estupro durante o julgamento em segunda instância do caso, realizado hoje, em Milão. A defesa anexou ao processo um dossiê com 42 fotos que mostrariam que a vítima seria consumidora de bebidas alcoólicas.
As fotos foram resgatadas nos perfis das redes sociais da garota para tentar provar a sua familiaridade com o álcool. Em nove delas se via um copo - apenas uma, no entanto, mostrava a mulher com o copo na mão, tomando uma bebida que parecia um spritz, muito comum na Itália.
A estratégia acabou não dando certo, já que as três juízas responsáveis pelo caso confirmaram a condenação de Robinho a nove anos de prisão. A defesa do jogador afirmou que recorreria à terceira instância.
Os advogados do jogador apresentaram também fotos encontradas em um HD periciado para tentar provar que Robinho estava com amigos naquela noite.
Após duas horas de audiência, a corte de apelação se retirou em Câmara de Conselho para analisar caso, no qual Robinho e seu amigo Ricardo Falco são acusados de participarem de um estupro coletivo.
A defesa de Robinho apresentou um recurso de 65 páginas, 19 anexos e 4 consultorias técnicas diversas. O brasileiro está representado pelos advogados italianos Alexander Guttieres e Franco Moretti - foi este último quem se pronunciou na audiência. Também presente a advogada brasileira Marisa Alijia.
A defesa tentou desmontar a sentença de primeira instância. Moretti disse que não existem provas de que a vítima estava em condição de inferioridade psíquica e física. Para a defesa de Robinho, é impossível provar que em 30 ou 50 minutos, seis pessoas cometeram um ato sexual sem o consentimento da garota.
Eles alegaram também que algumas traduções teriam sido feitas de maneira errada. Segundo a transcrição das interceptações, disseram os advogados do jogador, não é possível provar que Robinho tenha tido relação sexual completa com vítima, mas "somente" oral.
Já o procurador Cuno Tarfusser, membro do Ministério Público que cuida do caso em segunda instância, disse que os fatos são indiscutíveis. Ele reiterou que três garotas foram a uma boate em Milão, chegaram e se juntaram aos brasileiros. Afirmou que certamente a garota bebeu, e que ficou sozinha, ocasião em que a relação sexual sem consentimento aconteceu.
A defesa de Ricardo Falco se ateve ao que já havia apresentado por escrito e falou por cerca de dez minutos. Já Jacopo Gnocchi, advogado da vítima, pediu que a condenação seja confirmada pela corte.
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