Topo

Cruzeiro

"Cabeça e bola parada" garantem quase 64% dos gols do Cruzeiro na Série B

Rafael Sóbis já fez um gol de falta e dois de pênalti pela Raposa na Série B - Bruno Haddad/Cruzeiro
Rafael Sóbis já fez um gol de falta e dois de pênalti pela Raposa na Série B Imagem: Bruno Haddad/Cruzeiro

Guilherme Piu

Do UOL, em Belo Horizonte

13/12/2020 04h00

Em busca de uma missão difícil, mas que ainda é possível — o Departamento de Matemática da UFMG aponta 10,8% de chance do acesso à Série A —, o Cruzeiro desde a chegada do técnico Luiz Felipe Scolari mantém boa regularidade na Segunda Divisão do Campeonato Brasileiro. Em 12 jogos com Felipão, a Raposa venceu sete, empatou quatro e perdeu apenas um, o que representa aproveitamento de 69,44%. Isso, mesmo com uma grande dificuldade que a equipe tem: a criação de jogadas ofensivas.

O próprio treinador reconhece que há carências no elenco no meio de campo. Porém, o trabalho nos treinos tem rendido frutos nas partidas com uma jogada que já pode ser chamada de arma forte do Cruzeiro: os gols de cabeça e as "bolas paradas".

Dos 33 gols cruzeirenses na Série B, 21 foram originados de faltas, escanteios pênaltis ou levantamentos na área, o que representa mais da metade das bolas que balançaram as redes adversárias (63,6%). Inclusive, o tento que garantiu o triunfo celeste em cima do Vitória, na última sexta-feira (11), saiu justamente de uma jogada de tiro esquinado, com Ramon completando de cabeça o cruzamento de Filipe Machado.

"Trabalhamos muito as jogadas de bola parada defensiva e ofensiva, onde os jogadores se colocam, onde a bola está indo naturalmente, quais os deslocamentos para que a equipe adversária fique em dúvida e a batida da bola, que, sendo boa, nós estamos conseguindo fazer os gols. Trabalhamos bastante esse quesito, às vezes não dá certo, mas, na maioria das vezes estamos complicando os adversários com a bola parada e os deslocamentos", disse Felipão logo após o jogo no Barradão, em Salvador.

Contando apenas o período em que Felipão está à frente da equipe foram seis gols em chutes (de dentro ou fora da área), oito de cabeça, um de falta, dois de pênalti e um contra. "Nós vencemos mais uma partida, porque estamos taticamente equilibrados. Sabemos o que fazer, como fazer, e nós, se não temos uma jogada tão trabalhada com qualificação técnica, temos uma jogada muito boa de bola parada, onde a gente consegue muitos gols", analisou o treinador.

A divisão dos gols da Raposa na Série B é bem eclética e conta com 16 jogadores. Manoel, Arthur Caíke, Airton e Rafael Sóbis são os artilheiros do time na competição com quatro gols cada. Marcelo Moreno, de quem muito se esperou neste ano, marcou apenas três vezes. Cacá, Jean (que já deixou o clube), Régis, Léo, Maurício (vendido ao Internacional), Cáceres, Matheus Pereira, Filipe Machado, Willian Pottker, Welinton e Ramon completam a lista.

O Cruzeiro tem a segunda melhor campanha do returno, atrás apenas do Guarani. O time celeste tem 18 pontos, atrás do Bugre que tem 19 e um jogo ainda por fazer contando apenas a segunda metade da competição.

Mesmo com uma campanha de recuperação, Felipão reafirma que a luta cruzeirense é para fugir do rebaixamento.

"Quando conseguirmos atingir 43, 44 pontos, podemos pensar assim. Mas não atingimos. Temos 38 pontos. Falta, no mínimo, cinco a seis pontos. O que podemos pensar? Que estamos trabalhando para isso. Fizemos 25 pontos em 36 jogados. É difícil uma equipe fazer isso", comentou o treinador.

"Se a gente tivesse feito isso desde o início, teríamos 58, 60 pontos. Então, é que a gente pegou o bonde andando. Vamos devagar, por etapas, e os outros estão chegando também. A gente não pode esquecer que os outros ganham também", concluiu.

Gols a favor do Cruzeiro na Série B

8 gols de cabeça com "bola rolando"
11 gols de chutes (dentro ou fora da área)
3 gols de pênalti
7 gols de cabeça oriundos de bola parada
3 gols de falta
1 gol contra

Cruzeiro