Novo treinador e base: o que pensam candidatos à presidência do Inter
O novo presidente do Internacional será definido em eleição nesta terça-feira. José Aquino Flôres de Camargo e Alessandro Barcelos disputam o voto de mais de 65 mil sócios e o UOL Esporte convidou ambos a falarem sobre projetos para o clube. A corrida eleitoral, marcada por processos jurídicos dentro e fora do estádio Beira-Rio, vai conduzir ao primeiro mandato de três anos na história recente do Colorado.
A eleição virtual acontece em 15 de dezembro, entre 10h e 17h pelo site votainter.com.br. Somente associados em dia podem escolher presidente e chapa para renovação de 150 cadeiras no Conselho Deliberativo.
O UOL Esporte preparou um questionário enviado aos dois candidatos à presidência. Confira as respostas abaixo.
José Aquino Flôres de Camargo, Chapa 03 - Reage Inter
Comissão técnica: Qual perfil em mente, já há contatos, a atual será mantida até o fim da temporada?
O tamanho do Inter não permite que o time entre em qualquer partida sem ter como objetivo a vitória. Vamos modernizar o Clube como um todo, inovando e estabelecendo metas, dos gabinetes ao gramado. Buscaremos sempre profissionais que cheguem para conquistar títulos. Sei da minha responsabilidade e do curto espaço de tempo da temporada que invade 2021. Neste cenário, lembro que devemos sempre respeitar nossos ídolos, eles estando ou não no Clube. Dito isso, tenho obrigação de contatar, desde já, profissionais que atendam às expectativas de uma torcida apaixonada que apoia muito, mas que também cobra quando precisa. Estamos trabalhando muito na campanha, mas paralelamente estamos fortes no mercado, pois entendo que o Inter já perdeu tempo demais. Perdeu anos! O torcedor que, assim como eu, tanto vem sofrendo, merece respeito. Merece títulos!
Utilização das categorias de base
Está em minhas prioridades a retomada do Celeiro de Ases que tanto nos deu orgulho. Para isso, vamos profissionalizar a área e investir o necessário na infraestrutura, tecnologia da informação e captação de jogadores para que tenhamos condições de ter nas categorias de base um grande potencial de atletas decisivos nas conquistas de títulos. A partir de 2022, com o calendário normalizado, utilizaremos o Campeonato Gaúcho como laboratório para os atletas jovens, que buscam seu espaço no profissional. Oferecendo estrutura, tecnologia, oportunidade e confiança, queremos, ao final da nossa gestão, contar com, no mínimo, 40% dos atletas do time titular oriundos da base. Mais que profissionais, queremos formar atletas identificados com o clube, que defenderão nossa camiseta com a garra e determinação que merecemos ver em campo.
O que você pretende fazer de diferente/inovador em sua gestão no Inter?
Nossa torcida está cansada de politicagem. Tenho total consciência da situação do Clube e estou preparado para este grande desafio, assim como quando presidi o Poder Judiciário do Estado do RS. É hora de agir, iniciando pela profissionalização em todas as áreas, com metas e cobrança de resultados, priorizando informações técnicas, com apoio decisivo da tecnologia, sem espaço para amadorismo. O dinheiro do sócio será administrado com responsabilidade para que possamos ir ao mercado fortes para contratar e para investir na base. Isso começa com apoio de empresa especializada para a reavaliação das dívidas, com foco no corte de gastos. Inovar significa finalmente termos gestão transparente. Isso já aparece além do discurso, sendo um pilar da Chapa 03, com a certeza de que a torcida merece viver ainda mais a vida do nosso gigante Internacional.
Qual sua percepção e alternativa para restruturação financeira do Inter?
Não há mais espaço para achismos no futebol. A administração de um gigante como o Inter precisa ir além das confrarias. Vamos contratar empresa reconhecida no mercado para iniciarmos de forma imediata os estudos para a reestruturação de passivos. Também teremos apoio de especialistas em finanças e gestão, entre eles os CEOs e executivos, para construir um plano estratégico que nos permita trabalhar com prazos e custos compatíveis com este novo cenário. A casa vai ser colocada em ordem, pois vamos encarar e superar o problema. Promoveremos uma grande mudança na forma de gestão, de personalista para executiva. Traçaremos um grande plano estratégico que garanta o Clube forte e consistente. É uma exigência minha a construção de regras claras e modelos corporativos para que o Inter ocupe o lugar que lhe foi tirado pela forma amadora com o qual foi gerido nos últimos anos.
Política de contratações (reforços)
Nós, colorados, sofremos com a irresponsabilidade de dirigentes que, nos últimos anos, desperdiçam recursos em atletas com chances mínimas de responderem em campo. Nos quatro anos da atual gestão fracassada, baseada no contratadorismo, foram 55 jogadores, sendo que menos de 10 deram certo. É preciso respeitar o torcedor, trabalhando com responsabilidade e clareza do tamanho do Inter. O Departamento de Futebol será renovado e profissionalizado. A nossa gestão tem o compromisso de concentrar os esforços em contratações pontuais. Ou seja, vamos investir apenas em atletas que tenham condições de desembarcar em Porto Alegre para, imediatamente, vestir o manto e nos honrar em campo, sem aventuras ou indicações políticas. Necessário ressaltar que, primeiramente, vamos investir e valorizar a base, pois meu sonho é resgatar o Celeiro de Ases, um grande orgulho nosso.
Alessandro Barcelos, Chapa 05 - O Inter Pode Mais
Comissão técnica: Qual perfil em mente, já há contatos, a atual será mantida até o fim da temporada?
No campo, precisamos ser propositivos. Uma equipe orientada a controlar o jogo, com imposição técnica e proprietária da bola. Que goste de agredir. Sempre tivemos nas categorias de base o talento que ancorou o protagonismo das nossas equipes e, portanto, queremos uma comissão técnica orientada a esse conceito. Nosso perfil será dessa forma. Quanto a atual comissão técnica, é uma decisão da atual gestão. Se chamados, iremos discutir o assunto. Caso contrário, vamos respeitar quem está hoje liderando o Inter.
Utilização das categorias de base
Nossas metas são claras: a base tem que representar 40% da equipe profissional e no mínimo 4 jogadores na equipe titular. Vencer com a marca das categorias de base. Nos últimos anos, as categorias de base representaram, em média, apenas 20% do grupo principal. Poucos protagonistas na equipe titular e apenas 4 atletas como modelo de grandes negociações desde 2015. Vamos construir uma fábrica de talentos. Montaremos uma metodologia de ponta na trilha desde a base até o profissional. Atletas formados culturalmente no mesmo modelo. Talentos com capacidade competitiva e mentalidade vencedora. Fases que envolvem desenvolver a cultura e identidade colorada, modelo de jogo, correção e aprimoramento técnico dos atletas, desenvolvimento da capacidade mental e inteligência emocional e formação educacional.
O que você pretende fazer de diferente/inovador em sua gestão no Inter?
Implementar radicalmente a ciência de dados como método, liderada por um profissional alto calibre técnico e uma equipe sólida e técnica. Desenvolver modelos analíticos inovadores, que dê ao Inter a capacidade de perceber nossos principais talentos da base e harmonizar com uma capacidade extra-classe de capturar jogadores de alto potencial. No lado da receita, criar o ambiente, a facilidade, os produtos e a conexão emocional, para alcançar a meta inicial de 200 mil sócios pagantes. Esse será nosso foco. Para tanto, tornar o Inter o clube mais digital do Brasil. Um plano de sócios inovador, ancorado na TV Inter e em nosso aplicativo mobile, com tecnologia e conteúdo exclusivo de alto valor emocional. Levar o Beira Rio, nosso conteúdo e nossa cultura para o sócio de maneira digital e inovadora, em experiências inesquecíveis e emocionais.
Qual sua percepção e alternativa para restruturação financeira do Inter?
O plano estratégico passa por ter alta capacidade de execução, inovação financeira e busca de eficiência em todas as áreas do clube para recuperar a capacidade de investimento. Mudar o modelo, fazendo as rupturas necessárias, em oposição ao que está posto. Na equação financeira, um plano de sócios transformador com a meta inicial de 200 mil sócios pagantes, que ampliará nossas receitas e com perfil de recorrência. Nos custos, ter método e máxima eficiência, buscando a redução de gastos, em processos firmes que nos permitam explorar no limite cada possibilidade de economia. Temos responsabilidade com nossos colaboradores e credores e vamos cumprir nossos compromissos. Vamos reformatar os processos, implantar um orçamento base zero, alongar o perfil do nosso endividamento e realizar uma gestão inteligente do nosso passivo contingente.
Política de contratações (reforços)
Temos que conjugar a necessidade de aumentar a competitividade da equipe com a busca do equilíbrio econômico-financeiro do Clube. No período que estivemos no Departamento de Futebol, em 2020, junto com a comissão técnica impulsionamos a conexão das categorias de base com o grupo profissional, aumentando a representatividade dos atletas da base no grupo principal. Os efeitos dessa política, que é elemento-chave do nosso projeto, serão sentidos já no próximo ano, com aumento presença desses atletas na equipe titular. Dessa forma, acreditamos necessário contratações pontuais e estratégicas na formação na qualificação do grupo. E, nesse caso, vamos utilizar muito da ciência de dados, outro ponto central da nossa estratégia, na busca de jogadores específicos e com boa relação de performance e retorno.
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