Campeão brasileiro em 1984, Renê Weber era líder de vestiário 'com leveza'
Adjetivos positivos e doces lembranças não faltaram a alguns dos ex-companheiros de Renê Weber, morto na manhã de hoje (16) por conta de complicações da covid-19. Como jogador, teve passagem mais marcante com a camisa do Fluminense, onde foi campeão do Brasileiro e tri do Carioca. Após pendurar as chuteiras, assumiu diversas funções no mundo do futebol.
Gaúcho de Roque Gonzales, Renê começou no Internacional e vestiu ainda as camisas do clube das Laranjeiras, do América-RJ e do Vitória de Guimarães, de Portugal, além da seleção brasileira. Posteriormente, foi coordenador, técnico e auxiliar, tendo trabalhado em várias oportunidades ao lado de Paulo Autuori.
O sucesso tanto dentro quanto fora das quatro linhas, talvez, tenha sido fruto do jeito de Weber. Sujeito boa praça, ele conseguia levar o vestiário "de forma leve", segundo Ricardo Gomes. O ex-zagueiro atuou ao lado dele no Tricolor carioca e, posteriormente, o reencontrou no Vasco e no São Paulo. No Cruz-Maltino, em 2013, Gomes era diretor técnico e Weber auxiliar de Autuori. Já no Morumbi, em 2016, Ricardo era técnico e Renê coordenador.
"Uma grande perda. Era um grande amigo. Tristeza total. Por onde ele passou, deixou uma marca de competência, de caráter... Era uma pessoa ímpar. Foi um dos grandes amigos que fiz no futebol. Tivemos ótimas passagens, ainda como jogador e, depois, como foi no São Paulo. Competente como jogador e como treinador. Era um cara muito inteligente e que levava o vestiário de uma forma leve. Foi uma grande perda, difícil até falar", disse, sem esconder a emoção.
Tato, outro campeão pelo Fluminense, cultivava com Renê uma amizade ainda dos tempos de juventude, quando atuaram juntos nas categorias de base do Colorado.
"Muito triste [essa notícia]. Conhecia o Renê desde os 17 anos de idade, moramos na concentração da base do Internacional. Tínhamos uma convivência muito legal. Fui um dos que indiquei ele ao Fluminense. É um momento muito triste. Vivemos momentos muito alegres. Honestamente, estou chocado com a notícia. É brabo. Essa doença é, realmente, devastadora para muita gente. E acaba sendo para todo mundo porque, mesmo que você não pegue ou passe por ela, perde pessoas queridas", salientou ele, que completou:
"A grande passagem que tivemos juntos foram as vitórias que conquistamos, tanto na base do Inter quanto no Fluminense. Tivemos vitórias super felizes. A grande jogada dele no bi do Carioca, em 84... Temos de guardar isso com a gente, esses momentos bons. E fica um pedido de paz a toda a família".
Autor do cruzamento para o gol de Assis na conquista do Estadual de 84, após passe de Weber, Aldo também lembrou com carinho do ex-parceiro.
"Foi uma convivência muito saudável. Ele era um amigo, um irmão. Tivemos uma amizade muito forte desde que ele chegou ao Flu. Um cara muito legal, para cima. Eu estou sentindo muito, não esperava isso. Era um cara novo e perdeu para essa covid. Tivemos vários bons momentos juntos. Certa vez, ele veio aqui em Belém para um jogo da Libertadores [pelo Sporting Cristal, do Peru, contra o Paysandu] e até nos encontramos, ele me deu uma camisa... Estou muito triste".
Fora das quatro linhas, Weber teve passagens por diversos clubes brasileiros, como Botafogo, Cruzeiro, Flamengo, Grêmio, Santos, São Paulo e Vasco, além da seleção brasileira sub-20. Ele esteve ainda no comando do Sporting Cristal, do Peru, e do Shabab Al Ahli, dos Emirados Árabes. Foi também auxiliar no Benfica, de Portugal.
Como braço-direito de Autuori, participou da vitoriosa campanha do Botafogo no Brasileiro de 95 e do Cruzeiro na Libertadores de 97. O último trabalho dele foi no próprio Alvinegro, entre fevereiro e início de outubro deste ano, período em que Autuori esteve à frente da equipe.
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