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Novo presidente prevê boa relação com Sampaoli e trabalho full time no Galo

Sérgio Coelho pretende se relacionar bem com o temperamental técnico Jorge Sampaoli - Divulgação/Atlético-MG
Sérgio Coelho pretende se relacionar bem com o temperamental técnico Jorge Sampaoli Imagem: Divulgação/Atlético-MG

Guilherme Piu

Do UOL, em Belo Horizonte

17/12/2020 04h00

A gestão de Sérgio Sette Câmara no Atlético-MG está chegando ao fim e, em 14 dias, o ciclo de três anos do atual presidente terminará. O novo mandatário alvinegro já foi eleito, trata-se de Sérgio Batista Coelho, 60 anos, e que ocupará a cadeira presidencial a partir de janeiro.

Já em trabalho de transição e conhecendo os bastidores atuais do clube, Coelho toma nota da situação fiscal e financeira do Galo, e também articula a montagem da nova diretoria. Nesses dias de atividades visando ao início de sua governança, o futuro presidente já deixa suas primeiras impressões, mesmo antes de assumir o cargo máximo no clube.

Empresário e presidente de uma associação filantrópica em cidade próxima a Belo Horizonte, Sérgio Coelho pretende dedicar-se integralmente ao Atlético-MG.

"Meu dia a dia será full time Atlético-MG. Hoje, preciso de poucas horas para cuidar dos meus negócios, tenho três filhos homens, eles trabalham comigo, poderia ser mulher também, né, só quis dizer que são do sexo masculino, nada mais do que isso. Eles trabalham e cuidam das minhas empresas, eu participo mais como um conselheiro", explicou em sua primeira entrevista coletiva.

Ativo e fiscalizador, como ele mesmo se intitula, o futuro presidente garante que estará presente em todos os setores do Atlético-MG.

"Quero estar mais na Cidade do Galo, visitar à Vila [Olímpica, um dos clubes sociais atleticanos], quero visitar o Labareda [outra sede social], estar aqui [sede de Lourdes], evidentemente, aqui é o lugar mais certo por ser mais central, fácil despachar com inteiras reuniões para facilitar a vida de todos, inclusive a minha. Sou daqueles administradores que ando, não gosto de ficar sentado atrás de uma mesa, sou administrador que corro tudo o que tem que ser corrido para ver como está funcionando. Daqueles que tenho que ver para crer", garantiu.

Um dos locais em que Sérgio Coelho promete frequentar com bastante assiduidade é a Cidade do Galo, centro de treinamento do time principal e das categorias de base. A única questão é que desde a chegada do técnico Jorge Sampaoli, e também situação agravada pela pandemia da covid-19, o CT é quase um bunker do argentino.

Nem mesmo os funcionários do dia a dia têm muita liberdade de transitar pelo centro de treinamento, principalmente na hora dos trabalhos em campo. Temperamental, reservado ao extremo e de difícil trato, como dito por pessoas da própria diretoria do Galo, Sampaoli pode ser um entrave na circulação futura do novo presidente na Cidade do Galo.

Apesar dessas características conhecidas do treinador, que inclusive tem relação "fechada" com boa parte da diretoria atleticana, Sérgio Coelho prevê que terá um relacionamento amistoso com o comandante. Inclusive, com quem ele deseja contar por mais tempo no clube.

"Sou uma pessoa de fácil trato, me relaciono bem com todo mundo. Não vejo nenhum tipo de problema no meu relacionamento com o Sampaoli ,e sou o presidente do cube, vou despachar onde tiver que despachar. Respeitando, claro, o trabalho dos profissionais. Eu não posso tumultuar um treino, tenho senso", comentou.

Fora do futebol há muitos anos, mas pleno conhecedor do Atlético-MG, o conselheiro Grande-Benemérito atuou diretamente no departamento mais importante do Galo entre o fim dos anos 1990 e meados de 2000.

"Eu conheço bastante o dia a dia do Atlético-MG, embora hoje um pouco diferente. Eu estive durante quase oito anos, de 1999 e 2006, com muita intensidade aqui dentro. E em um momento de muitas dificuldades, vocês não imaginam, os mais velhos aí lembram. Sei como lidar com isso, tem que ter equilíbrio emocional, é preciso de algumas qualidades e às vezes ajuda de algumas pessoas quando estiver muito angustiado, se aparecer alguma dificuldade procurar quem possa ajudar. Minha vida inteira foi trabalhando muito, resolvendo muitas questões às vezes indesejadas. Isso não me preocupa, sempre me senti muito preparado para essas questões. Sou muito bom ouvinte, sempre peço conselho e junto com as pessoas que estão ao meu lado, até hoje todas as questões que apareceram nós resolvemos", comentou.

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