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Antes preocupação de Rogério Ceni, força mental agora é trunfo do Flamengo

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

21/12/2020 04h00

Ponto de crítica de Rogério Ceni na chegada ao Flamengo, a força mental do time foi motivo de elogios após a equipe rubro-negra vencer o Bahia, em jogo em que os jogadores tiveram de superar incidentes negativos. Em um mês, a visão do técnico sobre a questão mudou, e o trunfo pode ser o grande catalisador de um elenco que está pressionado a repetir os sucessos de 2019.

Apesar de ter um jogador a menos durante boa parte da partida - Gabigol foi expulso ainda no início do primeiro tempo -, de ter sofrido uma virada em 15 minutos após o intervalo e de um jogador relatar que foi vítima de injúria racial, o Flamengo conseguiu encontrar forças para conquistar os três pontos e se manter na cola do São Paulo, líder do Campeonato Brasileiro.

Não à toa, Ceni utilizou expressões como "jogo histórico" e "vitória extremamente simbólica" ao falar sobre o confronto. E, para ele, isso só foi possível graças à mentalidade do time.

"É incrível que a partida tem 90 minutos, e jogamos mais de 90 minutos com um jogador a menos. Então foi um jogo histórico. Estar ganhando por 2 a 0, fazer um gol com um jogador a menos, tomar a virada para 3 a 2 e reunir forças psicológicas, ter força mental", disse.

O próprio treinador indicava um cenário diferente em um passado nem tão distante. Após a eliminação nas quartas de final da Copa do Brasil, depois de derrota por 3 a 0 para o São Paulo, Ceni afirmou que o "maior problema" estava "na cabeça", indicando que o time sentia muito os gols sofridos no jogo.

"Na primeira chance que o São Paulo teve, sofremos o gol. Aí entra o lado psicológico, que acaba atrapalhando todo o trabalho, o esforço. Aí tem o desgaste, tudo que temos enfrentado", afirmou, em entrevista coletiva após o jogo, realizado no dia 18/11, no Morumbi.

"Não só tem como [recuperar o elenco], como temos a obrigação. Temos de fazer o melhor. Mas o maior problema está na cabeça. Precisamos recuperar isso. Sofremos dois gols parecidos, e o time sente muito", indicou, em outro momento da coletiva.

Agora, Ceni e o Flamengo buscam, juntos, engrenar de vez em uma temporada em que houve tropeços, trocas de técnicos e eliminações. O objetivo que restou foi o Brasileirão, e é nele que comissão técnica e elenco focam. O Rubro-Negro volta a campo no sábado, contra o Fortaleza, na partida que pode fazer com que o encerramento do ano seja mais leve.