Presidente do Bahia diz que Ramírez nega frase racista: 'Vamos jogar sério'
Guilherme Bellintani, presidente do Bahia, relatou que Juan Pablo Ramírez, acusado de racismo por Gerson, do Flamengo, nega que tenha cometido injúria racial. O dirigente deu detalhes de sua conversa com o atleta do clube baiano, dizendo que o jogador acredita que foi mal-interpretado pelo adversário
"O Ramírez diz que não falou, que deve ter tido uma compreensão errada. Já conversei com ele três vezes. Ele diz que falou 'vamos jogar sério' e que essa frase pode ter sido interpretada da maneira com que o Gerson relatou", disse o dirigente em entrevista à ESPN Brasil, hoje.
Bellintani também revelou como foi sua conversa com Gerson. O dirigente afirmou que o depoimento do atleta flamenguista é o ponto de partida para a investigação que o Bahia conduz.
"A minha fala para o Gerson foi de que a gente não vai diminuir a importância da voz da vítima, mas que somos obrigados a apurar de forma ampla, dando o direito de defesa ao Índio Ramírez. Mas minha fala foi de respeito, solidariedade e de entendimento de que a voz dele é muito relevante, é o ponto de partida de tudo. A conversa foi direta, objetiva, tentando entender o processo, o que ele ouviu, o que ele foi dito, para ajudar na nossa apuração", explicou.
Gerson afirmou que a frase de Ramírez foi: 'Cala a boca, negro'. O jogador do Bahia foi afastado do clube até que a apuração dos fatos seja concluída.
Chance de evolução dentro do clube
O mandatário do clube tricolor afirmou que a acusação de racismo do meio-campista Gerson, do Flamengo, contra o jogador Juan Pablo Ramírez, do time baiano, pode ser uma oportunidade para o clube crescer no combate a este tipo de comportamento.
"Cada fato como esse que acontece, a gente [Bahia] procura ver como oportunidade de um grande salto de cultura de combate ao racismo - que existe em todas as organizações e em todos os clubes. Quem negar isso falta olhar crítico para dentro de sua própria entidade", disse o mandatário em entrevista ao Globo News.
Bellintani destacou que o Bahia tem trabalhado em ações antirracistas e ponderou que o clube ser colocado em uma situação de racismo pode ser uma espécie de teste.
"O Bahia, há 3 anos, enfrenta (o racismo) por meio de um núcleo de ações alternativas, é um dos clubes pioneiros na luta contra o racismo. Quis o destino que o Bahia fosse colocado numa situação tão grave quanto essa. Digo que o destino faz essas coisas pra justamente ver o quanto somos capazes de evoluir, seguir na luta contra o racismo que o clube leva a sério há mais de 3 anos", continuou.
Por fim, o dirigente afirmou que espera o envolvimento da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) no caso, mas ressaltou que a entidade que comanda o futebol brasileiro não pode ser a única a trabalhar no combate ao racismo.
"Concordo que a CBF possa se envolver isso, mas ela não seria a única entidade responsável. É um trabalho de todos nós. Ou o processo é coletivo ou ele não vai evoluir", finalizou.
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