Academia Argentina de Letras pede que Cavani não seja punido por racismo

A Academia Argentina de Letras de posicionou sobre a acusação de racismo contra Edinson Cavani, do Manchester United. O atacante uruguaio fez uma postagem no Instagram chamando um amigo de "negrito", e desde então a Federação Inglesa (FA) conduz uma investigação sobre má conduta.

Apontado como racista, o post foi rapidamente apagado, mas Cavani foi denunciado e tem até o dia 4 de janeiro para apresentar sua defesa.

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Segundo o jornal argentino 'La Nación', em nota assinada pelo vice-presidente José Luis Moure, a Academia afirmou que há "um evidente desconhecimento do significado dado a essa expressão por falantes de espanhol da Argentina e outras regiões da América do Sul".

"Qualquer usuário da nossa língua nesta parte do mundo entende que essa palavra, usada no contexto que deu origem à punição, tem significado afetivo claro, totalmente livre de qualquer nuance discriminatória ou racista", afirmou a entidade. "É a bibliografia lexicográfica especializada que põe fim a esta questão", defende.

A Academia argumenta que o valor semântico do termo que aparece no Dicionário da Língua Argentina define a palavra negrito como "negro, Coloquial. Tratamento de confiança que substitui o primeiro nome e que pode ser usado para chamar, pedir atenção ou direcionar a palavra", e que o significado afetivo da palavra é "intensificado por Cavani pelo uso do diminutivo, um mecanismo presente em muitas línguas para sugerir esse sentimento".

A instituição concluiu que é necessário um pedido de desculpas ao jogador por "terem afetado de forma infundada o seu bom nome". A decisão da FA só será conhecida em 5 de janeiro. Caso ele seja considerado culpado, pode levar uma suspensão mínima de três jogos.