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Abel admite Palmeiras lento e cobra decisões rápidas: "Sem pensar tanto"

Do UOL, em São Paulo

24/12/2020 00h30

O empate por 1 a 1 com o América-MG, na noite de ontem (23), não satisfez o técnico palmeirense Abel Ferreira. Em entrevista coletiva após a semifinal da Copa do Brasil, no Allianz Parque, ele admitiu que o time fez um primeiro tempo lento e cobrou mais dinamismo na hora de tomar decisões no ataque.

"Se fosse para ter um vencedor, seria nós. Mas não fizemos um bom primeiro tempo, sobretudo pela [falta de] velocidade de circulação. Estávamos pensando muito com a bola", afirmou Abel Ferreira. "Tínhamos que jogar mais simples e rápido, e no primeiro tempo pensamos muito com a bola nos pés, e o adversário fechou bem. Não tivemos a dinâmica que costumamos ter."

O treinador voltou a apontar lentidão na construção de jogadas do Palmeiras ao longo da entrevista. "Precisamos jogar com mais velocidade, ser dinâmico, jogar de forma mais simples e não pensar tanto com a bola nos pés. A bola precisa girar, porque toda vez que a bola para, o adversário também descansa", disse Abel.

Do segundo tempo, porém, o treinador palmeirense gostou. "Fizemos de tudo para ganhar, encostamos o adversário atrás, tivemos 11 finalizações, sendo uma chance clara do Luiz [Adriano], mas o futebol é eficácia. Hoje não estivemos tão assertivos no ataque", reconheceu o português.

O Palmeiras decide a vaga na final da Copa do Brasil na quarta-feira (30), quando reencontra o América-MG, no Estádio Independência. Quem vencer se garante na decisão, enquanto qualquer empate leva a disputa aos pênaltis —não há critério de gol qualificado fora de casa.

Confira abaixo mais respostas de Abel Ferreira na coletiva:

Viña e Luan no banco
"Foram opções do treinador. Temos imensas competições. O Viña chegou a ter 18 jogos seguidos, e é difícil manter o rendimento técnico, físico e mental, porque temos o calendário muito congestionado. Estamos em todas as competições, e isso é bom, mas a pandemia também nos obriga a fazer um jogo atrás do outro. Não dá para descansar, muitas vezes vamos no sacrifício quando o cansaço aparece. Foram opções, como outras já aconteceram."

Formação do meio-campo sem Danilo
"Um de nossos problemas foi centralizar demais o jogo. Eu disse aos jogadores que o América é muito organizado, fecha muito bem o meio de duas maneiras: os volantes e meias por dentro e os pontas também centralizados. Erramos muitos passes ali no centro, mas este era um jogo para explorar pelos lados, fazer o adversário correr para trás, tentar dividir o adversário. Quando você centraliza um jogo contra uma equipe como esta, vai perder na transição."

América-MG tem vantagem na volta?
"Independentemente do resultado aqui, a decisão seria mesmo lá. É mata-mata. Queremos ganhar, então temos que ir lá e ganhar. É a única forma que temos de ir para a final, disputar este título que tanto queremos."

Gabriel Menino no meio-campo
"Não gosto de sempre trocar os jogadores de posição, prefiro especializar. Ainda mais sem tempo para treinar, porque nós não treinamos, como já disse: nós usamos muito audiovisual, treino tático específico, mas não exercitamos repetição porque os jogadores estão em contexto de recuperação. O Menino foi para o meio por causa da lesão do Patrick [de Paula], e o Zé Rafael teve uma entorse, não sabíamos se poderia jogar... Então optamos por usá-lo no meio, em uma posição que ele conhece. Hoje o Menino não fez o melhor jogo dele, mas também já vem com vários jogos em sequência, sempre jogando 90 minutos… Mas vem sempre com bom desempenho, na lateral ou no meio."

Rony
"As grandes equipes do mundo jogam com aceleradores, que são jogadores que correm para frente, verticais. É preciso empurrar a linha defensiva do adversário para trás, essa é uma forma de jogar. Poderia tentar jogar curto, com posse e suporte, mas assim não levaríamos perigo ao adversário. Temos que empurrá-los para trás, e o Rony nos dá isso. O Willian também, na ponta ou no meio. Hoje, infelizmente, ele [Rony] também criou oportunidades, mas não fizemos."

Sobrecarga física pela sequência de jogos
"Gosto que vocês fazem críticas construtivas e perguntam por que tirei Luan, Viña e outros, e depois perguntam sobre questões físicas. A minha função de treinador é decidir, este é meu trabalho. Há alguns dias minha empregada deixou um bilhete com o time que deveria jogar, mas quem os treina sou eu, quem está todos os dias, os conhece, sou eu. Se [estes jogadores] estão no Palmeiras, é porque são bons, porque têm qualidade, e portanto têm que estar pronto para jogar. Hoje vão jogar uns, amanhã outros. Então a questão física tem que ser feita assim. Estamos em todas as competições para decidir títulos, e isso nos leva a pensar desta maneira, pois não há outra. Vamos descansar, recuperar e seguir trabalhando."

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