Caetano mantém contato com Coudet e diz que saída não dependeu do Inter

A saída de Eduardo Coudet foi, sem dúvida, o momento mais traumático de 2020 para o Internacional. O desligamento do treinador, que assumiu o Celta, da Espanha, polarizou a torcida. De um lado aqueles que criticavam o argentino por ter "abandonado" o Colorado, de outro quem cobrava a direção por não ter mantido um ambiente melhor com o técnico e, assim, ajudado em sua permanência.

Mais de um mês se passou e o assunto ainda divide os colorados. Tanto que, em sua entrevista coletiva de despedida, Rodrigo Caetano foi questionado sobre o desligamento do treinador.

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Caetano ficou marcado, na avaliação dos torcedores, por uma entrevista coletiva que deu após manifestação do técnico argentino. Coudet, como de costume, disse que o grupo do Inter era "curto" e que não tinha as peças que precisava. O executivo, minutos mais tarde, saiu em defesa do elenco e contrariou o treinador.

O fato ocorreu pouco antes de Coudet receber oferta do Celta e resolver ir embora, facilitando a relação entre os acontecimentos para os aficionados. Mas, na avaliação do diretor — que deixa o clube ao fim de seu contrato — atribuir culpa a ele ou qualquer dirigente é injusto.

"A saída do Coudet não dependeu do clube ou de qualquer pessoa que está aqui. Quando fomos contratá-lo, na Argentina, eu estive lá mais de uma vez com Roberto Melo (então vice de futebol). Apresentamos um projeto de dois anos. É claro que planejávamos um investimento maior, que foi impedido pela pandemia que assolou não só o Inter, mas todos os clubes. E todas as vezes em que me manifestei, foi defendendo o interesse do clube, não das pessoas, seguindo as diretrizes da diretoria estatutária", explicou.

Caetano ainda revelou que mantém contato com Coudet até hoje e que tentou de todas as formas persuadir o treinador a permanecer no Inter.

"Minha relação com ele sempre foi, e continua sendo, excelente. Já nos falamos muitas vezes depois que ele está lá (na Espanha). Lutei até o último minuto para que ele permanecesse, mas foi um desejo pessoal dele, um convite que era o grande desejo dele. Agora, creditar à diretoria, A, B ou C, não traduz a realidade. Não foi por isso que aconteceu. A prova está na nossa relação. A admiração que tenho pelo Chacho (apelido de Coudet) é a mesma. Sempre trabalhamos de forma frontal, falando o que o clube poderia e o que não poderia fazer. É um direito dele entender se quer seguir ou não. Não tenho mágoa, acho ele um dos grandes treinadores do futebol mundial, sigo na torcida que vá muito bem no Celta e comprove isso", disse o dirigente.

As reações da torcida, porém, foram muito fortes. A diretoria acabou "culpada" pela saída de Coudet e a mobilização teve reflexo nas eleições. Tanto que o candidato apoiado pelo atual presidente sequer foi para o segundo turno do pleito.

"Não tenho pretensão que todos entendam. Sei que o terreno das redes sociais tem muito ódio e destruição. Respeito todas as críticas, mas não aceito que se coloque uma situação dessas, de uma possível saída... Foi desejo e opção dele, nós tentamos achar soluções para o Inter seguir em frente. Volto a dizer, o momento de oscilação do time aconteceu muito porque nenhum de nós queria que isso ocorresse ou sequer planejávamos isso", finalizou.

Caetano deixa o Inter em janeiro de 2021. A nova direção que assumirá o clube tem acerto com Paulo Bracks, que atualmente trabalha no América-MG, para assumir como novo diretor executivo de futebol do Colorado.