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Cruzeiro se despede do campo em 2020 já com indefinições para o ano que vem

Elenco à disposição de Luiz Felipe Scolari tem sido irregular no Brasileirão - Gustavo Aleixo/Cruzeiro
Elenco à disposição de Luiz Felipe Scolari tem sido irregular no Brasileirão Imagem: Gustavo Aleixo/Cruzeiro

Guilherme Piu

Do UOL, em Belo Horizonte

29/12/2020 08h29

A temporada do futebol brasileiro vai terminar só no ano que vem, mas o Cruzeiro se despede de 2020 hoje (29), contra o Cuiabá, no Independência, pela 32ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro. Enquanto o time entra em campo, o clube já tem indefinições para 2021.

Com apenas uma vitória nos últimos cinco jogos, a Raposa viu suas chances de acesso à Série A reduzidas a 1,4% de acordo com o Departamento de Matemática da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Com missão extremamente complicada, já que teria que vencer todos os sete jogos restantes na Segunda Divisão e ainda torcer contra os demais concorrentes, o clube vive cenário de incerteza para 2021, se aproximando de seu centenário e com jogos da Série B agendados até o fim de janeiro.

Sem a vaga no Brasileirão e sem garantias de que terá possibilidades interessantes de aumentar sua receita, a diretoria sabe que terá muito trabalho pela frente. Há pendências salariais com jogadores que foram adiadas para 2021 por falta de dinheiro. O próprio presidente Sérgio Santos Rodrigues disse ao UOL Esporte que precisará renegociar os prazos de pagamento em caso de permanência na Série B. Fora os compromissos fixos, como salários de jogadores, possíveis rescisões e despesas básicas - alimentação, água, luz.

Se o clube não voltar para a Série A em 2021, só em cotas de televisão deixará de arrecadar cerca R$ 75 milhões. Além disso, a segunda divisão paga igualmente aos clubes R$ 6 milhões mais R$ 2 milhões (uma espécie de auxílio de logística), ou a cota do Pay-per-view que é variável - e o Cruzeiro estima que deve ficar em R$ 17 milhões.

Em 2019, o clube arrecadou só com pay-per-view quase R$ 40 milhões. No total, só com TV, as entradas foram de R$ 105 milhões.

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Receita de 2022 já comprometida

A 368 dias da temporada 2022, o Cruzeiro já compromete parte considerável de um orçamento que ainda nem sequer tem valor definido. Tudo por causa de dívidas atuais que a diretoria "empurra para frente", como os acordos judiciais trabalhistas com o atacante Fred e o lateral esquerdo Dodô, parcelas de dívida com a Minas Arena - gestora do Mineirão - e pagamentos da transação tributária que o clube acordou com a Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional após deixar o Profut.

Sem contar salários e outras despesas de funcionários e jogadores, o Cruzeiro já teria em janeiro de 2022 a obrigação de pagar mensalmente quantia superior a R$ 1 milhão como despesa fixa. Valor que se soma pelo conjunto das parcelas que até agora a Raposa se comprometeu a pagar: R$ 400 mil para Fred, R$ 250 mil para Dodô, cerca de R$ 117 mil ao Mineirão e pelo menos R$ 350 mil à União.

Todas essas dívidas têm parcelas para perder de vista, já que o clube celeste deve R$ 25 milhões para Fred, R$ 15 milhões para Dodô, R$ 11.201.556,94 para o Mineirão e R$ 182.384.742 para a União. Valores que, juntos, somam mais de R$ 233 milhões.

FICHA TÉCNICA
CRUZEIRO X CUIABÁ

Motivo: 32ª rodada do Campeonato Brasileiro da Série B
Local: Estádio Independência, em Belo Horizonte (MG)
Árbitro: Thiago Luis Scarascati (SP)
Assistentes: Neuza Ines Back (SP) e Daniel Luis Marques (SP)

CRUZEIRO: Fábio; Raúl Cáceres, Manoel, Ramon e Matheus Pereira; Adriano, Jadsom Silva e Filipe Machado; Airton, William Pottker e Rafael Sobis. Técnico: Luiz Felipe Scolari.

CUIABÁ: João Carlos; Lucas Ramon, Ednei (Everton Sena), Anderson Conceição e Alexandre; Matheus Barbosa, Gabriel Pierini e Diego Jardel; Felipe Marques, Marcinho e Élton. Técnico: Allan Aal.

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