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Grêmio eleva competitividade e espera "jogo forte" contra o São Paulo

Kannemann vai de cabeça na bola em lance de Grêmio x São Paulo - Lucas Uebel/Grêmio
Kannemann vai de cabeça na bola em lance de Grêmio x São Paulo Imagem: Lucas Uebel/Grêmio

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

29/12/2020 12h00

Renato Gaúcho gostou dos resultados, mas o que mais elogiou nos últimos jogos do Grêmio foi a competitividade. A principal lição deixada da eliminação na Libertadores foi que é necessário competir, ao menos, na mesma intensidade do rival para atingir os objetivos. Por isso, o Tricolor se prepara para um "jogo forte" contra o São Paulo, quarta-feira (30).

É natural pensar que uma partida que vale vaga na final da Copa do Brasil já tenha um aspecto emocional aflorado. Mas o que se viu no duelo de ida também deixará reflexos no encontro de volta. Tricolores, paulistas e gaúchos, se envolveram em discussões, reclamações de parte a parte, não se esquivaram de lances ríspidos, em divididas que geraram protestos.

O Grêmio, que elogiou o comportamento de seus jogadores, entendeu que o São Paulo exagerou nas faltas e no impacto delas. Daniel Alves foi um dos mais criticados pelas atitudes em campo.

Mas, em vez de reclamar, o time gaúcho se uniu num "pacto pela competitividade" e crê que duelar na mesma intensidade pode valer vaga na decisão.

"Este nível de competitividade é porque estamos falando de uma semifinal de Copa do Brasil. É muita coisa que está em jogo. Além disso, tem uma situação que já estamos no final da temporada, tudo que vem acontecendo com a pandemia, jogos muito próximos uns dos outros, calendário apertado. Os privilegiados são os quatro times que disputam a vaga na final. Com certeza vai ter disputas mais fortes, porque ninguém quer perder. Tenho certeza que os jogadores do São Paulo entraram por um prato de comida no jogo contra nós, e nós fizemos isso também. Quem duelar melhor, distribuir melhor suas cartas, vai para final", disse Matheus Henrique.

Neste sentido, Renato Gaúcho conta com jogadores que têm na garra uma das principais característica. Kannemann, por exemplo, foi destaque da partida de ida por fazer valer cada gota de suor, disputar cada centímetro de campo como se valesse sua vida. Não importa se precisasse ir na bola com os pés, corpo, cabeça, da forma que o jogo apresentasse necessário.

"Ele é argentino, o Churín também, eles têm uma garra, uma vontade de vencer impressionante. Ele [Kannemann] sempre foi assim e transmite essa vontade para o grupo. Eu gosto muito de ver ele jogando, gosto disso, é um jogador que sempre que esteve com a camisa gremista tentou dar conta do recado. Essa garra ele tem dentro dele, é um vencedor, já conquistou duas Libertadores, e contagia o nosso grupo neste sentido. Sem dúvida, é um jogador muito importante neste tipo de jogo", disse Renato Gaúcho.

Porém, tanta vontade não pode ser confundida com violência. Ao mesmo tempo que eleva o grau de disputa física no jogo, o Grêmio alerta para manter a cabeça no lugar e conquistar o objetivo maior, que é a classificação.

"Entradas mais fortes são inevitáveis, mas nunca na maldade, nunca querendo machucar um adversário, ou eles pensando nisso também. É sempre visando a bola. Será um jogo pegado, bonito, com bola no chão, as duas equipes gostam de ter a bola, de atacar. E vale vaga na final da Copa do Brasil", resumiu Matheus.

O Grêmio venceu o jogo de ida por 1 a 0. Por isso, vai à final com qualquer empate ou vitória no duelo do Morumbi.

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