Gerente do Santos explica busca por Robinho: "Agregar e ajudar os meninos"
Quando o Santos anunciou em outubro a contratação de Robinho, seu gerente de futebol, Jorge Andrade, enxergava o veterano atacante como uma figura a contribuir para o desenvolvimento de muitos dos jovens atletas que o time lançou no decorrer da temporada. O dirigente explicou ao UOL Esporte a procura pelo atacante condenado por estupro coletivo pela Justiça italiana, já em segunda instância.
"Robinho é um ídolo do clube, tem uma história muito bonita e bacana aqui. Chegou para agregar e trazer essa experiência, esse respaldo. Ajudaria muito com o processo com os meninos. Mas infelizmente teve essa situação particular que envolveu muitos fatores. Espero e desejo que seja resolvido da melhor forma possível pra ele. É um ídolo do clube, alguém muito importante", disse.
O atacante, que é cria da base do Santos, foi condenado por violência contra uma mulher albanesa de 23 anos em Milão, em 2013. Após o julgamento, o jogador teve seu contrato suspenso pelo clube, em decisão conjunta.
Inicialmente, a ideia era que o Santos aguardaria a definição de uma sentença, sem caber mais recursos, aguardando uma possível liberação do jogador. Porém, Andres Rueda, presidente eleito do Peixe, cujo mandato será iniciado em janeiro, já relatou que pretende rescindir o vínculo.
Ano de afirmação
Sem Robinho, mas com a gerência de Jorge Andrade, ao menos quatro meninos tiveram destaque no Santos nesta temporada de afirmação: o versátil defensor Wagner Leonardo, de 21 anos, o zagueiro Alex, de 21 anos, meio-campista Sandry, com 18 anos e o atacante Kaio Jorge, com 18 anos. O potencial do quarteto chamou a atenção do técnico Cuca em alguns jogos que viraram uma espécie de laboratório em meio ao surto de covid-19 no elenco.
Aprovados, os garotos desde então se tornaram personagens relevantes para um semifinalista de Libertadores: Palha (apelido de Wagner Leonardo) tem 13 jogos pelo Peixe, enquanto Alex, soma dez e Sandry, 17 —tendo sido inclusive titular nos dois jogos pelas quartas de final do torneio continental.
Campeão mundial sub-17 no ano passado, Kaio ganhou muito mais rodagem nesta turma, chegando a 39 jogos, com sete gols marcados e presença decisiva na Libertadores. Ele já era uma aposta de Jesualdo Ferreira ao início da temporada, é verdade.
A ascensão dessa nova safra, aliás, tem influência do técnico português, como lembra Jorge Andrade. O gerente explicou o planejamento de transição dos jovens para o time profissional em meio a um ano de pandemia causada pelo novo coronavírus. Com o surto da covid-19 no clube, que teve 17 atletas infectados, a garotada teve que ser acionada, mas sem ruído.
"Já fez parte do planejamento o aproveitamento dos jovens no projeto desportivo do final do ano passado. Acelerou em função disso tudo, mas retomamos uma categoria, que é a de transição, o sub-23. Tem como objetivo preparar os jovens talentos da categoria de base que serão os próximos a serem lançados para a equipe principal. Esse trabalho começou com o Jesualdo, os auxiliares do Jesualdo. Com a saída continuamos com a mesma categoria, Pablo e agora o Edinho. A ideia é prepará-los para a equipe principal. Treinam no mesmo horário, no campo ao lado. A comissão trabalha os meninos no dia a dia, os que entram e são integrados no grupo principal. A integração é muito importante nesse sentido", disse.
"Diariamente tem meninos vindo e treinando. Cuca e Cuquinha sempre estão observando, conversamos muito sobre os meninos. Não foram pinçados da base, não, foram preparados. Lucas Lourenço, Ivonei, Wagner Palha, Alex, Marcos Leonardo... o próprio Sandry e Kaio Jorge já estavam na equipe principal. Foi preparado durante o ano, o Cuca com a comissão desenvolveram para chegarem em alta performance", complementa.
Outros jovens ainda estão na mira do profissional, como os atacantes Allanzinho, Brayan Kruger e Ângelo, que foi recém-promovido e deve ganhar chance no time principal em breve.
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