Em busca de técnico, Vasco analisa nomes e vê erro em aposta com Sá Pinto
A demissão de Ricardo Sá Pinto, sacramentada ontem (29), esteve longe de surpreender nos bastidores do Vasco. O técnico português nunca foi unanimidade em São Januário, e ainda perdeu seu grande apoiador na reta final do trabalho: o vice de futebol José Luís Moreira.
Também português, o dirigente conhecido como Zé do Táxi foi quem bancou a aposta no treinador. Desde a negociação e o acordo com Sá Pinto até os momentos de maior turbulência, foi ele quem segurou o técnico no cargo. Apesar de ser benquisto pelo elenco por conta de suas atitudes, a opção pelo estrangeiro é um erro reconhecido internamente já antes de sua demissão.
Sem muita evolução dentro de campo, o Vasco agoniza na 17ª colocação do Campeonato Brasileiro com apenas 28 pontos, e os 33% de aproveitamento do português em nada o ajudam. Jogadores questionam os métodos e ideias do técnico, que não repetia escalações e entrou em atrito com jogadores como Ribamar e Fellipe Bastos, muito queridos pelo elenco. O volante, antes um dos líderes do vestiário pela história que possui no clube, foi esvaziado e nem sequer teve seu contrato renovado, e por isso não esconde as rusgas com o estrangeiro.
Também pela aposta considerada equivocada, o Cruz-Maltino não cogita trazer um técnico estrangeiro. E com as opções restritas no mercado da bola, patina por um acerto com um novo treinador.
Primeira opção em consenso entre o presidente Alexandre Campello e seu sucessor, Jorge Salgado, Zé Ricardo não aceitou a proposta do Vasco. Com forte lobby interno, Vanderlei Luxemburgo é a bola da vez. Resta saber se o treinador, que livrou o clube do rebaixamento em 2019, aceitará voltar à São Januário. A ideia, no fundo, é a mesma: alguém que já conheça o vestiário e seja capaz de modificar o ânimo da equipe nos 12 últimos jogos do Brasileirão, onde o Cruz-Maltino precisará de resultados para se livrar do quarto descenso.
Próximo presidente do clube, Salgado, em especial, demonstra forte preocupação com a situação atual, e já desistiu de iniciar ainda em 2020 um projeto a longo prazo. Embora não admita, internamente, o novo mandatário sabe que um novo rebaixamento seria trágico pela brutal diminuição de receitas, comprometendo aportes financeiros já em negociações adiantadas e, principalmente, uma mancha nos primeiros meses de sua gestão.
Por isso, o nome de Luxemburgo, ao melhor estilo "bombeiro", cresce nos corredores de São Januário. Recuperado da covid-19, o técnico de 68 anos é o novo favorito para o cargo.
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