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Copa do Brasil ajuda, e Flu vê Libertadores como salvação em campo e cofres

Com G7 no Brasileirão, o Fluminense de Marcão está na briga por vaga na Libertadores - Lucas Mercon/Fluminense FC
Com G7 no Brasileirão, o Fluminense de Marcão está na briga por vaga na Libertadores Imagem: Lucas Mercon/Fluminense FC

Caio Blois

Do UOL, no Rio de Janeiro

02/01/2021 04h00

O Fluminense nem entrou em campo no meio de semana, mas saiu com uma vitória importante. Com a classificação de Grêmio e Palmeiras para a final da Copa do Brasil, o G-6 do Campeonato Brasileiro virou G-7, e o Tricolor voltou à zona da pré-Libertadores.

Além do objetivo esportivo de voltar à competição que não joga desde 2013, o Flu também vê a Libertadores como salvação para os cofres. No orçamento para 2020, ainda antes da pandemia, a diretoria estipulou algumas metas que não foram alcançadas, como as quartas de final da Copa Sul-Americana e pelo menos a sexta fase da Copa do Brasil. Só em premiações, o clube "perdeu" R$ 9 milhões em receitas.

Mas como previu um "modesto" 10º lugar no Brasileirão, o que daria pouco menos de R$ 17 milhões ao Tricolor como prêmio, uma classificação à maior competição de clubes do continente, ainda que na atual 7ª colocação, compensaria um pouco o prejuízo. Se mantiver a posição atual, o Fluminense não só voltaria à Libertadores, como embolsaria quase R$ 22 milhões, reduzindo o déficit nas previsões orçamentárias para premiações em R$ 5 milhões.

De acordo com cálculos do departamento de Matemática da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o Tricolor tem 25,3% de chances de classificação à Libertadores. Os matemáticos da UFMG também calculam a probabilidade de classificação por pontuação. No Flu, o "número mágico" é o de 60 pontos — a equipe tem 40 até aqui no Brasileirão —, mas a conta pode ser um pouco menor com uma vaga a mais.

Desde 2006, quando o Campeonato Brasileiro passou a ter pontos corridos com 20 clubes, apenas duas vezes o sétimo colocado teve mais que 58 pontos — o que significaria, no caso do Tricolor, mais seis vitórias em 11 jogos restantes. A partir de 2016, quando o G-4 virou G-6 com a inclusão de duas novas vagas para o Brasil na competição, o número abaixou ainda mais: o sétimo colocado teve entre 55 e 57 pontos.

Orçamento para 2021 é aprovado com baixo quórum

Com a temporada de 2020 indo até fevereiro por conta da pandemia de coronavírus, algumas burocracias internas do clube foram adiadas. A votação do orçamento para 2021 aconteceu na terça (29/12), e o resultado saiu só na madrugada de quarta (30/12). Apesar do baixo quórum até o fim da sessão, os números foram aprovados.

Dos 250 conselheiros, apenas 75 participaram, e 57 votaram, conforme informações do NETFLU confirmadas pelo UOL Esporte. Houve oito votos contrários e 49 a favor. A grande polêmica no documento é a previsão de R$ 19 milhões com bilheteria, já que ainda não se sabe se haverá público nos estádios em 2021, mas outros pontos foram alvo de questões dos oposicionistas.

Investimentos previstos de R$ 10 milhões nos Esportes Olímpicos por captação de incentivos a partir da obtenção das Certidões Negativas de Débitos (CNDs), que o Flu ainda não possui. Ainda assim, a área teria déficit de R$ 2,3 milhões. Internamente, há quem defenda que a área seja extinta no clube.

Além disso, o Fluminense também prevê R$ 34,7 milhões em patrocínios e royalties. Em 2020, em que pese a pandemia de coronavírus, o clube não conseguiu um patrocínio master, viu as receitas caírem em 64% e muitas dúvidas pairarem sobre o departamento comercial. Vice-presidente da pasta, que segue sem um novo "dono", Ronaldo Barcellos renunciou ao cargo após ter seus bens bloqueados pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional (PGFN) em função do não pagamento de impostos de uma de suas empresas.

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