Dívida, S.A e Brasileirão: Durcésio assume Botafogo diante de emergências
Eleito presidente do Botafogo pelos próximo quatro anos, Durcésio Mello encontra um clube com desafios enormes dentro e fora de campo. A partir de hoje (4), seu primeiro dia no posto, o empresário terá de solucionar problemas com rapidez para tentar recolocar o Alvinegro nos trilhos.
Ainda que a situação financeira seja caótica, nenhuma das missões emergenciais do mandatário é tão urgente quanto liderar um clube à beira de seu terceiro rebaixamento. Com apenas 23 pontos ganhos, o Botafogo tem 11 jogos para escapar da degola. De acordo com cálculos do "Infobola", as chances de queda são de 89%.
Se o clube não permanecer na elite, todos os outros projetos estruturais da nova gestão estarão comprometidos. Com as receitas drasticamente reduzidas por conta dos portões fechados e uma eventual diminuição da cota de televisionamento em caso de rebaixamento, os alvinegros terão vida dura para atrair investidores para o projeto de clube-empresa.
Menina dos olhos do ex-presidente Nelson Mufarrej e seus principais auxiliares, a ideia sofreu forte abalo nos últimos meses e retrocedeu. O mandatário mantém o tom otimista e crê na consolidação do plano, visto como a tábua de salvação por muitos em General Severiano.
"Acredito que a S.A está encaminhada e que o torcedor do Botafogo vai poder ser sócio também. Estamos conversando com negociadores estrangeiros que ficariam com 51%. Os outros 49% ficariam com torcedores como eu e qualquer alvinegro", disse ele, após vencer a eleição.
Fato é que essa transição é vista como decisiva para o futuro. Com dívidas que ultrapassam os R$ 800 milhões, os alvinegros viram as finanças ainda mais abaladas em tempos de pandemia. Em 2019, ainda com portões abertos e sem restrições, o faturamento foi de R$ 185 milhões, número muito abaixo do esperado e que aponta para a insolvência ante os débitos.
Desde que venceu o pleito, Mello designou alvinegros para a formação de um Grupo de Trabalho de Transição (GTT) para mapear a situação do clube. No último dia do ano passado, o GTT emitiu nota e sinalizou que a situação exige ação imediata.
"Destaca-se a também a reflexão e a discussão sobre o propósito do Clube e sua nova identidade integrando a visão de transformação a ser implementada na década que se inicia."
Mesmo que o grupo não tenha sido explícito em sua análise, a ordem no Botafogo é enxugar gastos ao máximo e preparar o terreno para o futuro.
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