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Testemunhas rebatem Marcinho sobre atropelamento fatal: "alta velocidade"

Marcinho, ex-jogador do Botafogo, sai da delegacia após prestar depoimento por atropelamentos no Rio de Janeiro - Alexandre Araújo/UOL
Marcinho, ex-jogador do Botafogo, sai da delegacia após prestar depoimento por atropelamentos no Rio de Janeiro Imagem: Alexandre Araújo/UOL

Alexandre Araújo

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

05/01/2021 19h19

Testemunhas ouvidas pela 42ª Delegacia de Polícia, no Recreio, Zona Oeste do Rio de Janeiro, contradizem a versão apontada pelo lateral direito Marcinho no caso do atropelamento de um casal, ocorrido no último dia 30, na Avenida Lúcio Costa, no mesmo bairro. Procurada, a defesa do jogador, porém, mantém o que foi dito à polícia pelo ex-camisa 13 do Botafogo.

Alexandre Silva de Lima morreu no local e Maria Cristina José Soares foi levada ao Hospital Lourenço Jorge em estado grave. Ela está internada no Hospital Vitória, recuperando-se de uma cirurgia. O lateral não prestou socorro.

De acordo com trechos de depoimentos aos quais o UOL Esporte teve acesso, Marcinho "vinha 'costurando' e em alta velocidade" e chegou a ultrapassar pela esquerda de um carro "com uma velocidade de aproximadamente 120km/h". Ainda de acordo com uma pessoa ouvida pelas autoridades que investigam o caso, "o casal já estava no meio da rua, andando, atentos, pois o trânsito estava moderado e permitia a chegada com segurança à calçada oposta (praia)", mas que diante da "velocidade do Mini Cooper, ao contornar para direita, atropelou o casal".

Carro do jogador Marcinho, ex-Botafogo, após atropelamento de duas pessoas no Rio de Janeiro - Divulgação - Divulgação
Imagem: Divulgação

Uma testemunha disse à polícia que "viu os corpos do casal 'voando' " e que o motorista do carro "empreendeu em fuga e não parou para prestar socorro". Uma outra testemunha, que disse que estava em um quiosque na localidade, afirmou ter ouvido "um barulho muito alto" e que "uma senhora que estava do outro lado da rua foi arremessada até próximo ao quiosque". Além disso, indicou que "a outra vítima do atropelamento ficou presa na parte frontal do veículo" e que, na fuga, "o condutor ainda passou por cima da vítima fatal".

Marcinho, que tinha contrato com o Botafogo até o último dia 31, prestou depoimento ontem (4), assim como Sérgio Lemos, pai e empresário do lateral. O carro está em nome de uma empresa da qual Sérgio é um dos sócios.

Segundo o delegado Alan Luxardo, na versão do jogador, ele estava dentro do limite de velocidade e o casal teria aparecido de forma repentina na frente do carro, sem tempo para frear ou desviar a fim de evitar a colisão.

"Até então, tínhamos uma suspeita de quem estaria dirigindo o veículo, até porque não havia uma prova cabal. Hoje nós tivemos a certeza de que quem estava dirigindo era o Márcio. Ele alegou que estava a 60 (quilômetros) por hora. Mas a gente tem de analisar o laudo pericial para confirmar esse dado. Ele alegou que estava dirigindo e um casal chegou na frente dele de forma repentina. Agora, vamos atrás de testemunhas, que já estão identificadas, para verificar essa versão ou mudar o rumo da investigação", disse, na ocasião.

Procurado pelo UOL Esporte, Gabriel Habib, advogado do jogador, contestou as informações prestadas pelas testemunhas e afirmou que a defesa mantém a versão do jogador.

"Não tem como a pessoa aferir velocidade de outro carro [em relação à informação de que Marcinho estaria a aproximadamente 120km/h], só se tiver um aparelho. Na praia do Recreio, às 20h, ninguém anda a 120km/h. É impossível. Ainda mais dia 30, praia cheia, não dá. Então, isso que a testemunha falou não é verdade. Ele [Marcinho] mora ali há 20 anos, passa ali todo o dia, sabe que o limite de velocidade é 70 (km/h). Passa ali a 50,60 (km/h), às vezes 70, mas nada além disso. Ele disse que vinha na velocidade normal, pela direita [sobre o fato de que estaria "costurando"]", explicou Habib.

Segundo o UOL Esporte apurou, novas testemunhas do caso serão ouvidas amanhã (6), dando continuidade às investigações.

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