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Autuori é ponto em comum nos caminhos opostos seguidos por Bota e Athletico

Paulo Autuori comandou o Botafogo antes de ir para o Athletico-PR - Fotos de Thiago Ribeiro/AGIF e Fabio Wosniak/Site Oficial do Athletico Paranaense
Paulo Autuori comandou o Botafogo antes de ir para o Athletico-PR Imagem: Fotos de Thiago Ribeiro/AGIF e Fabio Wosniak/Site Oficial do Athletico Paranaense

Alexandre Araújo e Bernardo Gentile

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

06/01/2021 04h00

Botafogo e Athletico se encaram hoje (6), pelo Campeonato Brasileiro, com um ponto em comum e caminhos distintos no decorrer da temporada: Paulo Autuori. Atual técnico do Furacão, ele esteve no Alvinegro em boa parte de 2020, fez parte da montagem do elenco e tinha a intenção de integrar o projeto da S/A. Os planos, porém, não caminharam da forma imaginada e o profissional deixou o Glorioso após quase oito meses, acertando o retorno ao clube da Arena da Baixada poucos dias depois.

No Nilton Santos, às 19h15, as equipes se encaram com objetivos diferentes na competição. Enquanto o Alvinegro, penúltimo colocado, tem a missão de sair da zona de rebaixamento, o clube paranaense, na 11ª colocação, já olha a briga por vaga na Copa Sul-Americana do ano que vem.

Paulo Autuori assinou com o Botafogo em fevereiro, após a demissão de Alberto Valentim. À época, afirmou que mudou os planos que tinha para a carreira e aceitou o convite por gratidão ao clube — onde foi campeão brasileiro em 1995 — e ao ex-presidente Carlos Augusto Montenegro, então membro do Comitê Gestor do Futebol.

Havia a ideia de que, quando o departamento de futebol se transformasse em S/A, ele pudesse ocupar um cargo de gestão. O comandante chegou a ser uma voz ativa do clube, em concordância com as diretrizes da cúpula, nos debates sobre o retorno do futebol em meio à pandemia de coronavírus. Tal enfrentamento rendeu uma punição por parte do TJD-RJ (Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro) após críticas à Ferj (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro) em entrevista ao jornal O Globo.

Enquanto técnico, participou da montagem do atual grupo, dando aval às chegadas de, por exemplo, Kalou, Rafael Forster, Rentería e Cascardo (com quem, inclusive, havia trabalhado no Athletico). Em campo, o time até conseguia ter boas apresentações, mas não as transformava em resultados positivos. Enquanto isso, nos bastidores, Autuori demonstrava certa exaustão com a vida de treinador e "contava os dias", mas os obstáculos enfrentados no andamento do projeto da S/A atrasaram uma possível mudança de cargo.

O adeus ao Glorioso aconteceu após derrota para o Bahia, no Nilton Santos, que fez com que o time caísse para a penúltima colocação do Brasileiro.

Desde a saída de Autuori, porém, o Botafogo teve três treinadores, não conseguiu mudar o cenário e permanece na luta para deixar a zona de rebaixamento. À época auxiliar, Bruno Lazaroni foi efetivado, mas dispensado após seis partidas. A diretoria alvinegra, então, acertou com o argentino Ramón Diaz, que precisava realizar uma cirurgia e acabou demitido sem nem sequer estrear — o auxiliar e filho Emiliano Diaz comandou o time por três partidas.

Eduardo Barroca chegou a General Severiano para tentar evitar a queda. Três meses depois, o Alvinegro reencontra Autuori exatamente na mesma posição da tabela que se transformou em gota d'água para a ruptura do trabalho.

Já no Athletico, a trajetória foi diferente. Autuori foi anunciado pouco mais de duas semanas depois da saída do Botafogo, em meio a uma reformulação no departamento de futebol, como novo diretor técnico. Na ocasião, o Furacão tinha, justamente, a missão de se afastar da zona de rebaixamento. E conseguiu.

Apesar de ter garantido que o Alvinegro seria o último trabalho à beira do gramado, Autuori acumulou a função de técnico depois da demissão dos auxiliares Eduardo Barros e Rogério Corrêa. A situação, inclusive, gerou questionamentos entre alguns membros da cúpula alvinegra. De lá para cá, a equipe paranaense conseguiu resultados que melhoraram a situação na tabela e, hoje, visa a briga por vaga na Copa Sul-Americana do ano que vem.

Último trabalho com Renê Weber

No Botafogo, Autuori realizou o último trabalho ao lado de Renê Weber, com quem esteve em diversos clubes ao longo dos muitos anos de carreira. Renê morreu no último dia 16, vítima de Covid-19. Tanto o clube como Autuori manifestaram pesar por redes sociais, na ocasião.

FICHA TÉCNICA:

BOTAFOGO x ATHLETICO
Competição: Campeonato Brasileiro
Data e hora: 6 de janeiro de 2021 (quarta-feira), às 19h15 (de Brasília)
Local: Nilton Santos, no Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Rodrigo Dalonso Ferreira (SC)
Assistentes: Henrique Neu Ribeiro (SC) e Helton Nunes (SC)
VAR: Igor Junio Benevenuto de Oliveira (MG)

BOTAFOGO: Diego Cavalieri; Kevin, Marcelo Benevenuto, Kanu e Victor Luis; José Welison, Caio Alexandre e Cícero; Bruno Nazário, Kalou e Pedro Raul. Técnico: Eduardo Barroca

ATHLETICO: Santos; Jonathan, Pedro Henrique, Thiago Heleno e Abner; Richard, Christian, Léo Cittadini e Carlos Eduardo; Nikão e Kayzer. Técnico: Paulo Autuori

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