Aílton revela cobrança ao Flu no intervalo: 'A gente precisava jogar'
O Fluminense afastou a crise com uma vitória de virada nos acréscimos sobre o arquirrival Flamengo pelo Campeonato Brasileiro. Do banco de reservas, o auxiliar Aílton, que comandou a equipe após Marcão testar positivo para covid-19, revelou cobrança ao time no intervalo. No vestiário, o "autor" do gol do título do Campeonato Carioca de 1995 no Fla-Flu do gol de barriga deu um "chacoalhão" nos jogadores.
"No intervalo, eu conversei com eles e falei de forçar as infiltrações porque a gente precisava jogar. A gente não jogou, a gente abriu mão de jogar, e com isso o Flamengo foi bem no primeiro tempo. Fizemos um segundo tempo equilibrado e conseguimos os gols. Futebol se decide nos detalhes. Se a gente se preocupasse com esses detalhes, iria conseguir sair feliz. Graças a Deus conseguimos porque os detalhes são esses, as falhas. Se você erra muito em um clássico como esse, você está muito perto de perder", declarou Aílton
A vitória foi a primeira do Tricolor após a saída de Odair Helmann, que deixou o clube para assumir o Al-Wasl, dos Emirados Árabes e foi substituído por Marcão, auxiliar permanente e técnico do sub-23. Com a baixa do técnico por causa do coronavírus, coube a Aílton comandar o time à beira de campo. O histórico favorável do ex-jogador no clássico deu sorte ao Flu, que virou o jogo aos 48 do segundo tempo e venceu a primeira sobre o Fla no Brasileirão desde 2016, oito jogos depois.
"Sem dúvida é gostoso quebrar tabus, ainda mais em cima do rival. Temos uma meta que é a Libertadores. Estamos trabalhando forte pela classificação e hoje é um caminho. O Marcos Seixas [preparador físico] foi muito feliz ao falar na preleção que o caminho começaria hoje. O time batalhou muito, com sangue nos olhos e fomos premiados com o gol do Yago no final. A força do grupo foi muito importante para conseguirmos essa vitória hoje", destacou.
Além da rivalidade que cerca o clássico, Aílton também fez questão de ressaltar a vitória sobre um grande time como o Flamengo para dar mais confiança ao grupo do Fluminense em busca de uma vaga na próxima Libertadores. O auxiliar admitiu o primeiro tempo ruim e destacou a mudança de postura da equipe.
"Sem dúvida que foram dois tempos distintos. Primeiro tempo a gente foi com uma proposta que só conseguimos no segundo, que era procurar as infiltrações tanto do Michel quanto do Wellington Silva. O Flamengo teve mérito, conseguiu pressionar o tempo todo, e nós ficamos muito acuados. Ganhar de um time tão bom quanto o do Flamengo dá um gás a mais. Nós resolvemos nos doar ao máximo. Se não correr muito contra eles, vamos amargar a derrota. A gente sabia disso. Mas a gente não podia abrir mão de jogar como fizemos no primeiro tempo. Quando jogamos de igual para igual, viramos o jogo com um gol no final", disse.
Agora com 43 pontos, o Fluminense segue na sétima colocação e não perde a posição nesta rodada. Além disso, reduz a distância para o bloco dos seis primeiros, ainda que, com a final da Copa do Brasil definida entre Grêmio e Palmeiras, o Tricolor já esteja na zona de classificação para a Libertadores.
Confira outras respostas da coletiva de Aílton:
Marcos Paulo
Decidimos botar um outro time, com o Michel Araújo aberto. Foi uma opção nossa, nada a ver com contrato. O Marcos Paulo estava feliz no banco com a vitória. O grupo é muito unido e todos ficam felizes. Ninguém assina contrato para ser sempre titular, e ele procurou ajudar mesmo fora de campo. Falei da força do grupo, e ele está dentro do processo.
Agitação à beira do campo
Sou muito intenso, agitado, não paro. Costumo colocar pessoas muito intensas do meu lado também. Quando passamos vibração de fora para entro, o jogador sente e se doa ainda mais, joga junto. Vamos repetir sempre.
Fred e Marcão
O Fred sentiu, já conhece o corpo dele e preferiu se preservar. Correu além do que podia, tem se doado bastante. Ele é um líder e é o exemplo para a equipe. Foi muito bem hoje. Estou suprindo a ausência do Marcão, estamos andando junto desde o sub-23. Ele está bem, queria mandar um abraço. Essa vitória também é dele.
Time mais defensivo no primeiro tempo
O Yago é um meia, não é volante, e o Hudson tem essa saída. Os dois fazem bem essa infiltração. O que a gente mais queria era que os extremos infiltrassem mais. No segundo tempo aconteceu. O time não estava tão fechado, quem fez o gol foi o Yago, aos 48 do segundo tempo. Não são volantes fixos, a não ser o Yuri que prendemos mais. Chamo de meias de saída. Trabalhamos muito essas infiltrações e tenho certeza que vamos ver nos próximos jogos cada vez mais infiltrações e até gols desses jogadores.
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