O São Paulo já havia encontrado dificuldades em outras partidas que fez com o Red Bull Bragantino na atual temporada, mas no jogo de ontem, no estádio Nabi Abi Chedid, sofreu um domínio do time do interior paulista e perdeu por 4 a 2, com o técnico Fernando Diniz tendo admitido em entrevista coletiva ter sido um dos piores, se não o pior jogo do time sob seu comando.
No Fim de Papo, live pós-rodada do UOL Esporte — com os jornalistas Vinicius Mesquita, José Trajano e Renato Maurício Prado —, Alicia Klein chama a atenção para o fato de Diniz não ter conseguido mudar a forma de jogar mesmo estando abaixo no placar e sabendo que a equipe adversária havia imposto dificuldades nos confrontos anteriores.
"Em relação à teimosia do Diniz, acho que é um problema que vem se mostrando no campeonato inteiro e tem sido talvez uma das maiores críticas feitas a ele, que parecia estar mudando naquele jogo contra o Atlético-MG, eu até falei alguma coisa sobre ele ter demonstrado finalmente alguma versatilidade, porque ele dominou o Atlético-MG do Sampaoli, mas hoje ficou muito claro que ele insiste em um jogo que não funciona", diz Klein.
"O Red Bull Bragantino claramente veio naquele jogo de fazer aquela marcação alta, de marcar a saída de bola do São Paulo, que é uma coisa que também me irrita profundamente, aquele toquezinho de bola. E o São Paulo, que é a melhor defesa do campeonato, em 18 minutos tinha tomado três gols e claramente não mudou o estilo de jogo, ele continuou insistindo no mesmo estilo de jogo, foi para o intervalo, voltou e se o Volpi não faz uma grande partida, o São Paulo teria tomado goleada histórica", completa.
A jornalista ressalta como Diniz dá mostras de que não consegue mexer no esquema de jogo e encontra dificuldades para consertar pontos vulneráveis, como foi com a saída de bola no jogo de ontem, o que o Red Bull Bragantino conseguiu explorar.
"Existe aí claramente uma dificuldade do Diniz de mudar o esquema de jogo do São Paulo com a bola rolando, acho que antes até da bola rolando, porque ele poderia ter estudado o jogo do Bragantino, já que o Bragantino deu um sufoco no São Paulo no primeiro turno, no jogo no Morumbi, mas com a bola rolando, no momento em que você percebe que tomou o primeiro, tomou o segundo gol, e claramente com o mesmo problema, que era a saída de bola, você não tentar acertar isso", afirma Klein.
Relação de xingamentos de Diniz e expulsão de Tchê Tchê
Durante a transmissão do jogo entre Red Bull Bragantino e São Paulo, o sistema de áudio flagrou o técnico Fernando Diniz gritando com Tchê Tchê, chamando o jogador de ?mascaradinho' e ?ingrato'. Klein afirma que não vê como uma coisa saudável a forma de o treinador tratar os jogadores e diz que não dá para dissociar a expulsão do que o jogador ouviu à beira do gramado.
"Sobre a relação dele com os jogadores, eu acho uma coisa assim de baixíssimo nível. Acho que essa coisa de tratar jogador na base do xingamento, a conversa dele com o Tchê Tchê falando 'seu mascaradinho', 'seu ingrato', não é nem uma coisa de xingar, são coisas assim de cunho mais pessoal, individualizado até o xingamento, o que eu acho uma coisa baixa e que não dá para separar da expulsão do Tchê Tchê, porque é um jogador que não está bem no jogo, fez o gol, mas é um jogador que não está bem, está nervoso e ele está sendo provocado", diz Klein.
"Na hora em que apareceu o som, eu falei 'deve estar chamando algum jogador do Bragantino de mascaradinho, quem será?'. Não, ele está provocando o próprio jogador dele, eu acho que uma coisa é você motivar o seu jogador, agora, achar que você vai tratar, especialmente os jogadores mais novos, na base da porrada assim, eu acho que pelo menos no jogo de hoje deixou claro que não tira o melhor desses jogadores", conclui.
O Fim de Papo também analisa a derrota do Flamengo no clássico Fla-Flu, a vitória do Grêmio diante do Bahia e ainda o empate do Santos com o Boca Juniors em Buenos Aires, na primeira partida da semifinal da Libertadores.
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