Corinthians é único brasileiro com gol de pênalti pela Liberta na Bombonera
Pênalti para times brasileiros é artigo raro em jogos contra o Boca Juniors em La Bombonera. Em 27 confrontos no mítico estádio de Buenos Aires, pela Copa Libertadores da América, apenas uma equipe fez gol em cobrança de penalidade. Ele aconteceu a favor do Corinthians e foi convertido por Giba em duelo pelas oitavas de final da edição de 1991.
A polêmica de erros de arbitragem na Bombonera foi reacendida ontem (6), no duelo entre Boca Juniors e Santos, que terminou empatado por 0 a 0, pela partida de ida da semifinal da Libertadores. Marinho sofreu falta por baixo e ainda levou um empurrão de Izquierdoz aos 29 minutos do segundo tempo, mas o árbitro Roberto Tobar não marcou nada. Ele ainda conversou com o VAR, mas ficou com a opinião do grupo e nem sequer se dirigiu a cabine de vídeo para rever o lance.
O resultado impediu a segunda vitória do Santos no estádio do Boca pela Libertadores - a primeira e única aconteceu na final de 1963. E ainda deixou o time brasileiro com a obrigação de vencer a partida de volta, na próxima quarta-feira (13), na Vila Belmiro, para avançar à decisão. Uma nova igualdade sem gols leva a decisão para os pênaltis. Empates com gols classificam o Boca.
"Eu fui tocado dentro da área. Não sei porque árbitro não foi olhar o vídeo", reclamou Marinho, que também foi seguido pelo técnico Cuca na queixa. "Tivemos um lance decisivo, que foi pênalti não marcado. Marinho sofre o pênalti no alto e no chão. Poderia ter decidido a partida a nosso favor."
Em um histórico de confrontos bastante favorável ao Boca, outros clubes brasileiros já deixaram a Bombonera com reclamações. O caso mais famoso é o do Palmeiras na semifinal de 2001. Com a partida empatada por 2 a 2, o ex-volante Fernando foi derrubado pelo goleiro Córdoba na entrada da área, mas o árbitro paraguaio Ubaldo Aquino não marcou nada.
Na mesma partida, o Palmeiras reclamou de um pênalti marcado a favor dos argentinos, de Alexandre em Barijho. No Parque Antarctica, então, uma nova igualdade por 2 a 2 levou o duelo para os pênaltis, em que os argentinos levaram a melhor.
Nas quartas de final de 2004, o São Caetano também se queixou de um pênalti que teria acontecido em cima de Euller quando a partida estava 0 a 0. O time do ABC ainda abriu o placar, mas sofreu o empate e viu a decisão ir para os pênaltis -o primeiro jogo havia sido 0 a 0. Os argentinos avançaram.
Cruzeiro e Fluminense também já deixaram a capital argentina com queixas por pênaltis não-marcados. Em 2008, o time mineiro perdeu por 2 a 1 e voltou a cair pelo mesmo placar no Mineirão. Já em 2012, os cariocas foram derrotados por 1 a 0 na Bombonera e empataram por 1 a 1 no Maracanã.
Independentemente de erros de arbitragem, é fato o predomínio do Boca Juniors diante de times brasileiros na Libertadores. Em 20 confrontos de mata-mata, o time argentino levou a melhor em 17. As derrotas aconteceram nas finais de 1963 (para o Santos), e de 2012 (Corinthians) e na semifinal de 2008 (Fluminense).
Cruzeiro e Palmeiras são os recordistas de eliminações diante do Boca. Enquanto o time mineiro perdeu a final de 1977, as oitavas de 2008 e as quartas de 2018, a equipe paulista levou a pior na final de 2000, e nas semifinais de 2001 e de 2018.
O Corinthians caiu duas vezes. Nas oitavas de final de 1991, perdeu por 3 a 1 na Bombonera, no jogo que teve o gol de pênalti marcado por Giba, e empatou por 1 a 1 no Morumbi. Na mesma fase de 2013, levou 1 a 0 fora de casa e empatou por 1 a 1 no Pacaembu.
Flamengo, Vasco, Paysandu, São Caetano, Grêmio, Fluminense, Athletico-PR e Internacional foram as outras vítimas do Boca Juniors em mata-matas.
Ao todo, o Boca venceu 12 jogos, empatou seis e perdeu três jogos de mata-mata contra brasileiros na Bombonera pela Libertadores. Santos (1963), Paysandu (2003) e Internacional (2020) alcançaram o feito, mas apenas os paulistas levaram a melhor no confronto. Em fase de grupos, foram três vitórias e três derrotas (Cruzeiro, Fluminense e Palmeiras). Em partidas no Brasil, o Boca tem nove vitórias, nove empates e oito derrotas.
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