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Em Flamengo instável, Everton Ribeiro vira alvo e busca retomar boa fase

Everton Ribeiro no duelo entre Flamengo e Botafogo pelo Campeonato Carioca - Thiago Ribeiro/Agif
Everton Ribeiro no duelo entre Flamengo e Botafogo pelo Campeonato Carioca Imagem: Thiago Ribeiro/Agif

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

08/01/2021 04h00

A fase conturbada pela qual o Flamengo passa possui fatores que têm feito o técnico Rogério Ceni quebrar a cabeça por soluções. Dentre eles, a dificuldade apresentada na criação, algo que esbarra também na queda de rendimento de Everton Ribeiro, um dos cérebros do time.

Desde o retorno da mais recente convocação à seleção brasileira — quando atuou pelas Eliminatórias Sul-Americanas à Copa do Mundo de 2022 —, que coincidiu também com o início de trabalho de Ceni no Rubro-Negro, que o camisa 7 não tem sido tão efetivo quanto em outrora.

À sombra do time avassalador de 2019, a equipe da Gávea tem deixado pontos pelo caminho e vê a briga pela conquista do bi do Campeonato Brasileiro ficar mais complicada a cada rodada. Em meio ao cenário não muito favorável, Everton Ribeiro passou a ser um nome no centro do debate. Nas redes sociais, inclusive, as atuações nas últimas partidas foram alvos de críticas.

Um dos principais nomes e líderes do elenco, sendo também capitão, o meia não tem conseguido tirar as soluções da cartola, como a torcida se acostumou. Da volta da seleção, no segundo jogo com o São Paulo pelas quartas de final da Copa do Brasil, até aqui, houve quedas, mesmo que pequenas, em alguns números e o jogador tenta voltar à nem tão distante boa fase.

Em termos comparativos, neste período foi apenas uma assistência, no jogo contra o Santos, segundo dados do site Sofascore, especializado em estatísticas. Neste panorama, obtém média de 0,11 contra 0,17 do restante de 2020. No quesito "passe-chave", que conta participações diretas em lances de gol, foi de 1,5 para 1,3.

O meia da seleção brasileira Everton Ribeiro durante jogo contra a Venezuela - Lucas Figueiredo/CBF - Lucas Figueiredo/CBF
Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Quarto na lista de goleadores do Fla no último ano, com nove gols, atrás dos atacantes Pedro, Gabigol e Bruno Henrique, Ribeiro também colocou a bola na rede apenas uma vez neste período. Ele foi o autor do gol da vitória no clássico com o Botafogo. A porcentagem de passes certos permanece alta — varia entre 77% e 93% —, mas sem os mesmo indícios efetivos de antes.

Mesmo que deixando o jogo apenas nos minutos finais, o camisa 7 foi substituído em todas as partidas sob o comando de Ceni, com exceção do jogo de volta com o São Paulo, quando entrou no intervalo, após ter atuado os 90 minutos no dia anterior, pela seleção brasileira.

Ceni, por sua vez, defende o meia e ressalta que, na avaliação dele, o jogador não teria a atuação contestada se o resultado no clássico da última quarta-feira (6), contra o Fluminense, fosse positivo.

"Ele participou da jogada do gol. O cruzamento é dele. Ele fez outras boas jogadas. É natural, quando perdemos um jogo, tentar encontrar alguém para diminuir ou colocar como culpado. Ele jogou até o minuto que podia e depois foi substituído. Se o resultado fosse favorável, não teria a pergunta. É muito difícil. O que tem que fazer é ganhar jogo. Hoje, como não venceu... Acho que o Everton não fez um jogo tão abaixo. Infelizmente, não matamos a partida, e vem o julgamento sobre o atleta", disse o treinador.