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Dedé tenta rescindir com o Cruzeiro e cobra mais de R$ 35 milhões do clube

Zagueiro Dedé, do Cruzeiro, tenta rescindir seu contrato com o clube na Justiça do Trabalho - Vinnicius Silva/Cruzeiro
Zagueiro Dedé, do Cruzeiro, tenta rescindir seu contrato com o clube na Justiça do Trabalho Imagem: Vinnicius Silva/Cruzeiro

Guilherme Piu e Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte e São Paulo

11/01/2021 17h37Atualizada em 11/01/2021 18h31

O Cruzeiro começou o ano de 2021 com mais problemas. Agora é o zagueiro Dedé que aciona a Justiça na tentativa de rescindir o seu contrato com o clube em uma ação de cobrança de encargos trabalhistas estipulada em mais de R$ 35 milhões. O processo tramita na 48ª Vara do Trabalho de Belo Horizonte.

O UOL Esporte teve acesso ao documento, que aponta cobrança por parte do jogador no valor de R$ 35.258.058,64. Em uma primeira tentativa de rescisão indireta, por meio de pedido de tutela antecipada, o juiz titular da Vara, Marco Antônio Ribeiro Muniz Rodrigues, negou a investida dos advogados do zagueiro.

"O autor alega falta grave do empregador, capaz de ensejar a rescisão indireta do contrato de trabalho, e requer a concessão da tutela antecipada para reconhecimento do fim do vínculo. A antecipação dos efeitos da tutela é medida excepcional, apenas cabível quanto haja probabilidade do direito e risco de seu perecimento ou frustração do resultado útil do processo (art. 300 do Cód. Proc. Civil), o que não se constata. No caso, o reconhecimento da rescisão indireta depende de dilação probatória, com a plena formação do contraditório. Por ora, indefiro, a liminar pretendida. Aguarde-se a designação da audiência inicial. Intime-se a parte reclamante", diz parte do despacho judicial do dia 5 de janeiro.

Dedé recorreu da decisão e tentou novamente se desvincular imediatamente do Cruzeiro, mas teve outro pedido negado por outro juiz no dia 8 de janeiro. "Mantenho da decisão pelos seus próprios fundamentos. Cite-se a Reclamada para apresentar defesa", diz a decisão do juiz Danilo Siqueira de Castro Faria.

Dedé cobra dez meses de salário atrasados "referente ao fraudulento contrato de cessão e uso de imagem" (no valor de R$ 300 mil mensais), além de seis meses sem receber de salários fixos na carteira (R$ 450 mil mensais), e outros quatro meses sem receber o depósito do FGTS.

Só de salários que não foram pagos os valores somam mais de R$ 13, 7 milhões. Os valores estão em débito desde 2019, ano do rebaixamento da Raposa à Série B do Campeonato Brasileiro.

O contrato de Dedé com o Cruzeiro tem validade até o fim de 2021. O jogador está lesionado há mais de um ano e segue finalizando sua recuperação em Volta Redonda, no Rio de Janeiro. O zagueiro foi autorizado pelo departamento médico celeste a realizar cirurgia no joelho direito fora do clube em 2019.

O último jogo de Dedé com a camisa do Cruzeiro foi em 19 de outubro de 2019, contra o Corinthians, terminando com vitória cruzeirense por 2 a 1, pelo Campeonato Brasileiro.

A informação do processo de Dedé contra o Cruzeiro foi antecipada pelo GE e confirmada pelo UOL.

Advogado do Dedé

O UOL Esporte ouviu o advogado do zagueiro Dedé, que explicou os motivos pela escolha do processo judicial contra o Cruzeiro.

"Foi um período muito longo de dívidas salariais, mesmo com redução de 80% do valor contratual, além de dívidas com direito de imagem, premiações, fundo de garantia e muitas outras questões que vamos detalhar, somente, adiante ou no decorrer do processo. Devido a tudo isso, nós, do staff jurídico do jogador, optamos, depois de muito tentar, por meio de conversas com o clube, pela rescisão contratual e cobrança judicial. O jogador não tem culpa alguma dos descasos e má gestão na instituição e tampouco de ter se contundido, defendendo e conquistando títulos pelo Cruzeiro", explicou o advogado do atleta, Carlos André de Freitas Lopez.

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