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Palmeiras defende 100% no Allianz Parque e tem 'campo de bilhar' a favor

Allianz Parque vai ser palco de mais uma decisão para o Palmeiras - Staff Images/Conmebol
Allianz Parque vai ser palco de mais uma decisão para o Palmeiras Imagem: Staff Images/Conmebol

Thiago Ferri

Do UOL, em São Paulo

12/01/2021 12h00

O Palmeiras decide hoje (12) às 21h30, contra o River Plate (ARG), uma vaga na decisão da Copa Libertadores. Depois de ganhar na Argentina por 3 a 0, o Verdão defende aproveitamento perfeito no Allianz Parque: são cinco vitórias em cinco jogos na competição, incluindo goleadas no caminho.

O campo sintético, instalado no início do ano passado, é uma das armas do Verdão para ter estes números. Desde que Vanderlei Luxemburgo saiu, a equipe passou a adotar um estilo de jogo mais rápido e tem tirado vantagem do piso: são dez vitórias e um empate, com 30 gols a favor (2,72 gol/jogo) e apenas um contra.

Para Alessandro Oliveira, diretor-executivo da Soccer Grass, empresa que instalou e faz manutenção do gramado, é um feito histórico disputar-se hoje uma semifinal de Libertadores no piso sintético. Segundo ele, a vantagem que este campo dá ao Verdão é não ter irregularidades do primeiro ao último minuto, como se fosse uma mesa de bilhar.

"Foi um processo de adaptação. Quando se fala no sintético, pensam no society, sem o mesmo domínio da parte do gramado homologado, que precisa seguir à risca os termos de velocidade de bola da Fifa, como é este do Allianz. Agora jogam muito à vontade. O gramado perfeito, sem impedir de rolar [a bola]. Você pega um gramado natural, no primeiro tempo fica bem regular, mas aí sai grama, a chuteira é agressiva e acontece isso. A bola não consegue correr e sempre pega um atrito na frente. No sintético não acontece, então a velocidade fica maior, vira uma mesa de bilhar, vai redondinha, não tem desvio, um tufo de grama", contou, ao UOL Esporte.

Os jogadores do Verdão já disseram em conversas com a equipe que cuida do piso que no Allianz não precisam ficar olhando para o gramado, a fim desviar de buracos. Na Libertadores, o time venceu em casa o Guaraní (PAR) por 3 a 1, o Bolívar (BOL) por 5 a 0, o Tigre (ARG) por 5 a 0, o Delfín (EQU) também por 5 a 0 e o Libertad (PAR) por 3 a 0.

"É a mesma qualidade de qualidade de jogo, do início ao fim do segundo tempo, o jogador tem a segurança de que depende dele para dar certo. Diria que é isso, uma mesa de bilhar, com uma qualidade perfeita, do primeiro minuto até os 47, 48 do segundo tempo", reforçou.

"Mesmo com chuva, a água bate e sai. E qual o campo com grama natural teria este efeito? Não tem como a grama não soltar. Esta é a qualidade que a gente quer entregar, mesmo com chuva torrencial, a qualidade foi boa. Não tem aquela terra, que impede a saída da água. Na grama natural tem isso, e impede, fica com enlameado. Aí vai derrapar, vai fazer poça. Aqui não acontece", acrescentou.

O gramado sintético foi um dos temas de reuniões e conversas de Abel Ferreira ao chegar no Palmeiras. O técnico português viu uma apresentação da Soccer Grass sobre o piso do Allianz e do campo 3 da Academia de Futebol, que é similar ao da arena.

"Quando o Abel chegou, fomos chamados pela direção do Palmeiras para conversar sobre o gramado, tivemos no CT, depois fomos ao Allianz e fizemos uma apresentação do produto. Foi bastante interessante, é um técnico bem dedicado. Acho que agora ele já conseguiu pegar a mão do elenco todo, faz um trabalho fabuloso e para nós é ótimo conseguir ver um bom futebol, com a qualidade que esperamos ter. A entrega é muito boa, e tendo o elenco como o Palmeiras tem, o Abel acertando o time é fabuloso. Para nós é bom, no saldo geral, foi muito mais positivo, foram só duas derrotas (como mandante). É bem positivo", completou.

O retrospecto total do Palmeiras no Allianz Parque nesta temporada é de 18 vitórias, sete empates e duas derrotas, para São Paulo e Coritiba, no fim da passagem de Vanderlei Luxemburgo. Desde que a arena foi inaugurada, o Verdão nunca perdeu por três gols de diferença — placar que o River precisa para se classificar.

ECONOMIA NA MANUTENÇÃO

A WTorre considera que a troca do gramado vai gerar uma economia que beira os R$ 2 milhões por ano. Os principais pontos para diminuição de gastos são: na energia, pois o campo natural precisava ser iluminado artificialmente na região do Gol Norte, além de fim das trocas da grama. Nos momentos mais complicados, a construtora tinha de recolocar trechos do piso, ou até instalar um campo inteiro novo. Durante as cinco temporadas com o gramado natural, Palmeiras e WTorre tiveram dificuldades para conseguir deixar o local em condições perfeitas por muitos jogos.

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