Palmeiras faz drama virar noite épica e tira lição para final da Liberta
Assim que o árbitro uruguaio Esteban Ostojich apitou o fim de partida, os jogadores do Palmeiras desabaram no gramado do Allianz Parque, aliviados e exaustos. Classificados para a final da Copa Libertadores, eles viram uma partida em que foram amplamente dominados pelo River Plate (ARG) terminar em uma noite épica, que fez a comemoração rolar até durante a madrugada na região do estádio.
A derrota por 2 a 0 acabou barata em um jogo no qual o Palmeiras não encontrou respostas para o River. Ofensivamente, praticamente não conseguiu chegar à meta do goleiro Armani. Defensivamente, sofreu 23 finalizações e viu o VAR anular o terceiro gol dos argentinos, que levaria a decisão para as penalidades máximas, além de um pênalti em Suárez — ambas as decisões acertadas.
A maior parte das perguntas feitas após confronto tinha o mesmo objetivo: entender os motivos de o Palmeiras, que foi tão bem e venceu na Argentina por 3 a 0, ter sido massacrado em sua casa. Para o técnico Abel Ferreira, a parte mental influenciou na atuação. Com os 2 a 0 antes do intervalo, a tentativa foi de apenas segurar a vantagem que ainda daria a vaga na final.
Já o zagueiro Luan, depois de garantir a ida para a decisão, preferiu deixar as análises para o dia seguinte e comemorar o feito. Não negou, contudo, que passou ontem (12) por um dos jogos mais dramáticos de sua carreira.
"Eu já joguei algumas [partidas difíceis], mas [essa] foi uma das mais difíceis, duas grandes equipes, semifinal da Libertadores, graças a Deus passamos. Foi difícil, a gente sabe, e com certeza milhões de palmeirenses vão dormir felizes. Isto nos dá prazer, satisfação, ver o sorriso das famílias, dar um abraço, um beijo. Independente do que aconteceu no jogo, tentamos fazer o melhor e não estávamos em uma grande noite. Lutamos até o fim e estamos classificados. A partir de amanhã [hoje] vamos avaliar", afirmou.
Os momentos que pareceram dar força ao Verdão foram curiosamente aqueles em que não estavam sob seu controle: as participações do VAR. Ao anular o gol de Montiel e reverter o pênalti em Suárez era possível ouvir o público que se aglomerou nas ruas ao redor da arena, mesmo em meio à pandemia do novo coronavírus.
Neste cenário, em que o Palmeiras conseguia apenas lutar para não sofrer o terceiro, Luiz Adriano roubou a cena. Normalmente um centroavante que pouco se movimenta, tornou-se quase que um meia pela direita para fechar espaços perto da área do Palmeiras. Até bico para o alto ele deu, depois de ter sido peça fundamental na vitória da ida que garantiu a classificação.
Ainda que tenha sido mais difícil do que se esperava, tirar a equipe que é considerada atualmente a melhor da América do Sul é algo que o Palmeiras entende ser capaz de amadurecer os mais jovens, que podem ter sentido o peso do jogo. Daqui a duas semanas, no dia 30, o Verdão irá em busca da glória eterna, como dizia o mosaico na arena. E sabe que terá de ter uma postura bem diferente para conquistar o bicampeonato da maior competição do continente.
"O River porventura tem um treinador melhor que eu, porventura tem jogadores com mais tarimba, mas para adquirir experiência, temos de sentir, passar [por situações], é o que nos faz crescer. Subimos a montanha, vimos a vista, é muito boa, vamos ter tempo, agora é hora de descer e recuperar os jogadores", encerrou Abel Ferreira.
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