Lincoln não repete parceiro Vini Jr. e deixa Fla sem cumprir expectativa
De malas prontas para o Vissel Kobe, do Japão, Lincoln deixa o Flamengo sem nunca ter sido o que dele se esperou. Na esteira do sucesso do parceiro Vinicius Jr, vendido por cerca de R$ 164 milhões ao Real Madrid, o atacante somou mais polêmicas do que gols e dá adeus sem deixar saudades. Tratado como joia desde menino, o atacante não repetiu o roteiro do parceiro nem deu os retornos financeiro e técnico imaginados.
Beneficiado pelo doping de Paolo Guerrero, o jovem foi promovido em 2017 e chegou aos profissionais com a chancela de boas atuações na base do Flamengo e da seleção brasileira. A expectativa não se confirmou em momento algum e, em mais de três anos no time principal, o atleta conviveu com o banco de reservas e até mesmo com a ausência na lista de relacionados.
Dos técnicos mais recentes do Fla, Jorge Jesus e Domènec Torrent apostaram algumas fichas em Lincoln, que ganhou uma nova vida com o espanhol no comando. Ante os casos de Covid-19 e os desfalques em massa no Rubro-Negro, ele saiu do ostracismo, voltou a jogar e marcou três vezes.
As bolas na rede, no entanto, foram ofuscadas por aquelas que não entraram. Na realidade, um gol perdido começou a selar a sorte do atleta no clube. Lançado na prorrogação do jogo contra o Liverpool, válido pela final do Mundial de Clubes, ele viu a bola do empate e seu prestígio na Gávea irem pelos ares.
A insatisfação com o lance foi tamanha que ele permaneceu no fogo cruzado desde então. Não bastassem as cornetas nas redes sociais, a jogada motivou uma queixa pública de Luiz Eduardo Baptista, o Bap, vice de relações externas. Em uma entrevista ao "Paparazzo Rubro-Negro", o dirigente afirmou que "se tivesse Pedro ou Reinier no lugar do Lincoln, o destino poderia ser outro".
A partir do momento em que o descontentamento entre os cardeais da política foi exposto, a situação só piorou. Após o desabafo de Bap, o agente de Lincoln, Vitão Remiro, detonou o dirigente:
"Não temos nada que reclamar do Flamengo, dirigentes sempre corretos e profissionais, cito aqui o presidente Landim, Marcos Braz e o Bruno Spindel. O Bap está em outro patamar, o de baixo. O que é lamentável. Para o Flamengo. Para o futebol".
O jogador voltou a atuar, mas a sombra do lance em Doha (QAT) o perseguiu. Contra o Atlético-GO, Lincoln perdeu um gol debaixo das traves e fez os fantasmas ressuscitarem. Dias depois, fotos suas em uma festa vazaram na internet e enfureceram os torcedores. No dia a dia, o jogador brigou com a balança e foi cobrado por mais empenho.
Crucificado, viu o ambiente piorar e uma negociação tornou-se o único caminho possível. Antes de fechar negócio, o jovem ainda fez uma "escala" pelo time sub-20. A medida da cúpula revoltou Lincoln e os seus empresários, mas serviu para acelerar as tratativas pela saída.
No clube, a saída de Lincoln é bem vista pelo aspecto financeiro. Com a venda, o Fla faz um caixa de cerca de R$ 15 milhões, mas o montante é muito inferior ao que o Fla imaginou lá atrás, quando clubes italianos, como Juventus e Internazionale, fizeram consultas. Diante do cenário, o fim do casamento foi considerado bom para os dois lados, ainda que o desfecho imaginado no passado não tenha se concretizado.
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