Diniz assume responsabilidade por má fase e volta a balançar no São Paulo
Fernando Diniz assumiu a responsabilidade pela queda de rendimento do São Paulo. O time despencou nos últimos jogos — já são cinco sem vencer —, foi eliminado pelo Grêmio na semifinal da Copa do Brasil e perdeu a liderança do Brasileirão para o Internacional após sofrer a goleada por 5 a 1, na noite de ontem (20). Em meio ao cenário de crise, o treinador volta a balançar no cargo, mesmo que o presidente Julio Casares tenha adotado o discurso de longevidade antes de tomar posse.
Os resultados mais recentes do Campeonato Brasileiro — são três derrotas (Red Bull Bragantino, Santos e Inter) e um empate (Athletico-PR) — fizeram com que o time deixasse o topo da classificação para ficar dois pontos atrás do novo primeiro colocado. Com o título cada vez mais distante do Morumbi, Diniz assume a responsabilidade pela queda de rendimento.
"Se eu carrego algum tipo de culpa ou responsabilidade, a maior é minha. A maior responsabilidade é minha, estou trabalhando naquilo que posso e consigo. Acredito que a gente vai conseguir reverter isso e voltar ao campeonato", afirmou após o duelo da noite de ontem.
O desempenho recente e o discurso voltam a colocar pressão sobre o trabalho de Fernando Diniz. A sete rodadas do fim do Brasileirão, ele precisa reencontrar o caminho das vitórias para garantir a permanência no CT da Barra Funda, mesmo que alegue não temer uma demissão neste momento.
"Essa pergunta eu já respondi muitas vezes no momento de pressão. Não tenho medo de perder emprego, trabalho com dedicação para conseguir esse título tão sonhado. Eu sempre me senti apoiado aqui, pela diretoria que saiu e por essa que entrou", comentou.
É a terceira vez desde a volta do futebol em meio à pandemia do novo coronavírus que o técnico vive um cenário caótico e propício à pressão no São Paulo. Diniz ficou pressionado e, por pouco, não deixou o cargo após a queda nas quartas de final do Campeonato Paulista. Na ocasião, o time foi eliminado em pleno Morumbi pelo Mirassol. A pressão sobre o comandante aumentou, e o departamento de futebol, então liderado por Raí, decidiu mantê-lo no cargo.
O mesmo aconteceu quando a equipe engatou uma sequência negativa no primeiro turno do Brasileirão e também foi eliminada na fase de grupos da Copa Libertadores. À época, a diretoria chegou a cogitar a contratação de quatro nomes para o cargo. Diego Aguirre, Paulo Autuori, Rogério Ceni e Vagner Mancini foram cotados para substituí-lo. No entanto, Raí novamente interveio e optou pela manutenção de Diniz.
Agora, o responsável por segurá-lo em outros momentos de crise tem menos força nos bastidores do departamento de futebol. Com o fim da gestão de Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco, e a chegada de Julio Casares, quem lidera o esporte é Carlos Belmonte Sobrinho. O conselheiro tem a incumbência de definir as diretrizes no CT da Barra Funda e conta com Raí como um de seus pares. Além do ídolo, o coordenador de futebol Muricy Ramalho e o diretor-adjunto Fernando Chapecó trabalham ao lado de Belmonte.
As partes não falam abertamente sobre a situação de Fernando Diniz em seu novo cargo, mas recentemente o presidente Julio Casares afirmou que esperava por longevidade no trabalho do atual comandante.
"O Diniz é o nosso técnico, esperamos longevidade. Todas as questões contratuais estão sendo analisadas. Tem multas e multas, mas temos que analisar. De novo, a gente nunca pode fechar os olhos para o mercado. O que o São Paulo precisa na área técnica é que tenha uma filosofia de jogo. Hoje tem com o Diniz, não tem sentido mudar para um técnico que tem outra ideia de jogo, precisamos ter uma identidade, talvez até na base. O técnico não é eterno, um dia pode ir embora, mas se a filosofia foi adotada, pode ser trabalhada da base. Isso é muito importante. O Diniz continuará independente de resultados, é um cara trabalhador, sério, que certamente, junto com o Muricy, terá seu trabalho aperfeiçoado", declarou em 4 de janeiro, data de sua primeira entrevista coletiva como mandatário do clube.
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