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ANÁLISE

Menon: O problema maior do São Paulo é que ele não tem nenhuma alternativa

Do UOL, em São Paulo

21/01/2021 04h00

O São Paulo ainda não venceu desde a virada do ano, com um empate e três derrotas nos quatro jogos disputados, sendo que tomou quatro gols do Red Bull Bragantino e cinco do Internacional, na goleada de 5 a 1 em pleno Morumbi, que marcou a perda da liderança do time de Fernando Diniz para o de Abel Braga, faltando sete rodadas para o fim do Brasileirão.

No Fim de Papo, live pós-rodada do UOL Esporte — com os jornalistas Isabella Ayami, José Trajano e Alicia Klein —, Menon analisa a forma como o São Paulo jogou da mesma forma nas quatro partidas disputadas em 2021, sem conseguir corrigir os erros cometidos desde o jogo de Bragança Paulista e parecendo estar sentindo os jogos decisivos, como se passou nas eliminações no Campeonato Paulista, na Libertadores, na Sul-Americana e na Copa do Brasil.

"Não foi hoje, nos quatro últimos jogos foi assim. Contra o Bragantino fez dois gols em oito minutos, contra o Santos dominou todo o primeiro tempo, no segundo tempo o São Paulo entrou morto também e já sofreu um gol. Contra o Athletico-PR o São Paulo jogou bem no segundo tempo só, deu um início de esperança de que as coisas poderiam mudar. Eu não sei o que é, acho que o treinador tem que ver isso, em quatro jogos fazer um ponto", afirma Menon.

"Essa falta de vontade em campo, essa falta de luta pelo título, porque você vê, o São Paulo foi eliminado em vários campeonatos no mata-mata e agora que a coisa ficou mata-mata, ele só perde, em 2021 ele só perde, começaram os jogos a ser extremamente decisivos. Então eu não sei se é comportamento dos jogadores, o que falta a eles. Acho que o Daniel está jogando muito mal, mas o Diniz o colocou em posição errada nos dois últimos jogos, hoje ele começou jogando na ponta esquerda e ele está muito peladeiro o Daniel", completa.

O jornalista analisa que os adversários já sabem como marcar as principais jogadas do São Paulo, assim como criar problemas marcando a saída de bola, como o Inter conseguiu no jogo de ontem no Morumbi, e aponta que o time não apresenta alternativas também no ataque, tentando sempre jogadas pelo meio e sem alternativas pelas pontas.

"O São Paulo é um time que os outros clubes aprenderam a marcá-lo. Aquela saída de bola, quando tem a pressão ali o time não consegue sair e isso potencializa o erro individual. Porque muita gente fala assim 'o treinador não tem culpa porque o jogador que errou?, mas a fixação nesse estilo de jogo potencializa esse erro", diz Menon.

"O problema maior que eu acho é que ele não tem nenhuma alternativa, ele tem tido semanas para trabalhar e o São paulo não tem uma jogada que vai de ponta, o Juanfran cruza baixo, tem o Reinaldo que acerta várias vezes, mas não tem velocidade pelos lados, não tem contra-ataque, é sempre construção pelo meio do campo e isso está sendo muito bem marcado, e o São Paulo não tem alternativa. De repente entrar com três zagueiros, com o Paulinho Bóia, alguma coisa tem que ser feita, trocar jogador. Nesses quatro jogos o São Paulo entra em campo jogando do mesmo jeito", completa.

Menon também afirma que parecia uma boa para o São Paulo antes de o Brasileirão começar o time ficar entre os seis primeiros, mirando uma vaga na Libertadores, mas depois de liderar e abrir distância para os concorrentes, o time ficar para trás passa ser uma vergonha.

"Eu acho que é quase impossível o São Paulo reagir e o problema, eu vejo assim, se antes do campeonato perguntasse para o são-paulino assim: 'olha, seu time vai ficar em quarto lugar, vai ficar no G6'. O cara fala assim 'muito bem, eu fecho'. O São Paulo eu acho que vai ficar entre os seis primeiros, então, se a previsão era de ficar entre os seis e vai ficar entre os seis, então está tudo bem, não foi erro nenhum e está dentro do previsto, mas não, se chegou a liderar por sete e perder agora do jeito que está perdendo, é vergonhoso", afirma o jornalista.

"É vergonhoso porque envolve falta de poder de reação dos jogadores, diretoria, do treinador. Eles não conseguem fazer nada, eles estão como os violinistas do Titanic, o Titanic está afundando, e aqueles lá dignamente tocando violino para tornar menos dolorosa a morte", conclui.

O Fim de Papo volta a ser apresentado nesta quinta-feira, com Luiza Oliveira, Renato Maurício Prado, Danilo Lavieri e Débora Miranda após o jogo entre Flamengo e Palmeiras e a partida entre Corinthians e Sport.

** Este texto não reflete, necessariamente, a opinião do UOL