Falta de dinheiro e punição na CNRD agarram planos do Cruzeiro em 2021
O Cruzeiro está a pouco mais de um mês de abrir o calendário de 2021, mas o planejamento da próxima temporada não está sendo trilhado com agilidade necessária por causa de problemas já conhecidos nos bastidores celestes. Apesar de contar com um novo diretor de futebol, André Mazzuco, o trabalho do executivo possui 'amarras' pela falta de dinheiro em caixa, principalmente.
Além da crise financeira, o que faz o cenário na Raposa ficar nebuloso com pagamentos atrasados, dívidas acumuladas e desconfiança sobre o futuro, há uma punição imposta ao Cruzeiro que impede qualquer inscrição de novos atletas. A CNRD (Câmara Nacional de Resolução de Disputas), órgão ligado à CBF (Confederação Brasileira de Futebol), puniu o clube pela falta de pagamento de R$ 1,3 milhão ao PSTC, do Paraná, que tinha a quantia a receber por 20% dos direitos econômicos do zagueiro Bruno Viana, vendido pelos mineiros em 2016.
Essa sanção foi revelada em novembro do ano passado e, desde então, a atual diretoria não conseguiu quitar a pendência. O UOL Esporte questionou o Cruzeiro sobre o pagamento dessa dívida e os impactos que ela causa no planejamento para este ano. Entretanto, até a publicação da matéria o clube mineiro não havia se pronunciado.
Segundo apurou o UOL, a atual diretoria aposta na venda dos direitos econômicos do lateral direito colombiano Orejuela para ganhar um pouco de fôlego e quitar pendências importantes, como salários de atletas — pendentes em parte da folha de outubro, novembro, dezembro e o 13º — e até esta dívida na CNRD, grande impeditivo para o trabalho do departamento de futebol.
Porém, nos bastidores se sabe que não está fácil corrigir o que o staff do jogador entende como "erro de avaliação" da diretoria cruzeirense, que desfez o negócio com o Grêmio. E, por isso, busca novos horizontes para o jogador, que tem um salário completamente fora da atual realidade financeira do clube mineiro.
Ainda de acordo com informações recebidas pela reportagem, há duas equipes nacionais e times estrangeiros interessados em Orejuela. No caso das propostas de fora do país há dificuldades por questões burocráticas da janela de transferências.
O Cruzeiro, ao negociar Orejuela, terá que pagar boa quantia ao investidor que garantiu a compra do jogador, no início de 2020.
Insatisfação e indefinição
Além de todos os problemas já citados, o departamento de futebol ainda precisa lidar com a situação que envolve Luiz Felipe Scolari. O treinador por diversas vezes externou sua insatisfação com o atual momento do Cruzeiro, que não oferece garantias plenas para o trabalho do treinador na próxima temporada.
Felipão deseja contratar jogadores experientes para somar forças com jovens do atual plantel. Porém, a fragilidade financeira do Cruzeiro não permitiria investimentos desejados pelo treinador.
"Infelizmente, para jogar uma Série B precisa ter um grupo não só de jovens. Não de muitos jovens. Temos que inserir os jovens nos jogos. Não em todos os jogos. Não são eles que dão consistência a uma equipe. É um ensinamento que temos e que o Cruzeiro vai ter para o ano [temporada 2021] que vem", disse após a vitória por 2 a 1 sobre o Operário, resultado que confirmou a permanência do clube na Série B do Brasileiro.
O comandante, que tem contrato até o fim de 2021, não garante que cumprirá o vínculo até o seu encerramento, como o UOL noticia há semana.
"Estamos a dois jogos do fim do campeonato, vamos terminar e depois conversamos. Com o presidente, com os diretores. A gente vai ver o que vai acontecer. Uma série de situações que temos pela frente, então é tranquilo. Vamos conversar novamente. Vamos ouvir algumas coisas, vamos passar situações", falou Felipão.
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