Gre-Nal mental: Inter e Grêmio possuem estratégias além do campo no duelo
O clássico gaúcho está marcado para amanhã (24). Inter e Grêmio entram em campo, no Beira-Rio, às 16h (de Brasília), pela 32ª rodada do Brasileirão. Mas o Gre-Nal 429, como todo enfrentamento entre vermelhos e azuis, não se definirá apenas no campo. O 'jogo mental' tem pesado, e novamente faz parte do contexto.
Não é apenas conter os ânimos e evitar que aconteça o que houve no primeiro encontro na história da Libertadores, quando uma pancadaria generalizada tomou o gramado e oito jogadores foram expulsos, mas utilizar a condição psicológica a seu favor.
Colorado quer tirar peso dos ombros
Dono da casa, o Inter entrará em campo pressionado. Desde 2018 que não vence o rival. São 11 jogos, com seis derrotas e cinco empates. Neste período, o Inter fez só dois gols, sendo que um foi contra, de Paulo Miranda, em 2019, e outro de pênalti, de Thiago Galhardo, no ano passado.
Abel Braga, ainda longe do comando, identificou ao acompanhar os jogos que a pressão pelo jejum tem atrapalhado o Colorado nos duelos com o maior rival. Sua função no 'clássico mental', será aliviar o ambiente, tirar a tensão de seus jogadores.
"O Grêmio joga muito seguro e tranquilo em relação ao Inter. O Inter entra com aquele negócio da estatística, e isso não é bom, saímos do equilíbrio muito por este lado anímico", disse Abel.
O treinador quer usar o seu exemplo para tranquilizar os jogadores. Na última passagem pelo Beira-Rio, Abel Braga foi campeão gaúcho goleando o Grêmio na final. Naquele ano, venceu três clássicos, empatou um e perdeu apenas o último.
"Vou trabalhar em cima disso. Eu não estive aqui, mas assisti praticamente todos os clássicos, uns seis ou sete. O que senti foi exatamente o que eu falei, o Inter intranquilo, querendo mudar essa situação. Ao contrário, o adversário, que se sentia cômodo. E não pode, num clássico desses, que mexe com o Estado, a cidade, com a importância que tem, ainda mais agora, depois da posição que assumimos, deixar o rival na zona de conforto. Eu só assisti, não participei, mas deu para perceber claramente um lado tranquilo e outro numa certa necessidade, afoito. Não pode ser afoito contra um time como o Grêmio", explicou.
Tricolor prega tranquilidade e ostenta sequência positiva
Se Abel Braga tenta tirar dos ombros de seus atletas o peso de um jejum, Renato Gaúcho goza de tranquilidade. A sequência positiva na atual passagem solidifica a condição mental de seu grupo para o duelo de domingo.
Desde 2016, quando iniciou esta trajetória no leme gremista, Portaluppi tem 18 clássicos, com oito vitórias, oito empates e somente duas derrotas.
E a segurança é tamanha que o treinador cita o clássico como "igual" aos demais compromissos, ainda que reconheça seu peso para a torcida.
"Quando um jogador ou treinador fala, vocês criticam. Vocês falaram do Gre-Nal a semana toda, mas não tinha jogo hoje? Às vezes, não entendo vocês. Se um treinador começa a falar do Gre-Nal na segunda-feira, vocês vão falar que a gente esqueceu do jogo. Parece que quando tem Gre-Nal o mundo vai parar. Vale três pontos iguais. O Grêmio está na final da Copa do Brasil, vocês não podem esquecer disso. Vão ter que falar isso até a final", disse.
"Você vai achar que é sacanagem minha, mas considero o momento do Grêmio excepcional. Excepcional. E vou falar porque. O Grêmio não investe, tem os pés no chão e está colado nos clubes que investiram. Até dias atrás, estávamos em três competições. Estamos na final da Copa do Brasil e estamos brigando pelo título do Campeonato Brasileiro. Aí eu pergunto a vocês, está ruim? O que seria bom e o que seria ruim? Um clube que tem os pés no chão, sabe o que faz dentro e fora de campo, está em mais uma decisão e brigando por título", completou.
Além de tudo, o jogo significa muito para a classificação gremista. Em sexto, com 51 pontos, o time está oito atrás do Inter, líder da competição. Para seguir brigando, o atacante Diego Souza considera o jogo fundamental.
"O que eles pensam sobre o clássico, para a gente não importa muito. O que importa é o que vivemos, treinamos, nos empenhamos e trabalhamos para todos os jogos, principalmente este. A gente tem uma invencibilidade de 11 jogos, foram difíceis, mas a gente não pensa nisso em momento algum. É sempre no jogo, buscar a vitória, fazer nosso melhor, e, sem dúvida, honrar bem esta camisa que a gente veste, que sabemos que é pesada e ainda mais neste momento da competição, quando uma vitória nos deixa com sonho de brigar por este título", finalizou.
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