Policiais feridos e forte arsenal: detalhes da emboscada ao ônibus do SPFC
Perseguição policial, conflito entre policiais e suspeitos, feridos dos dois lados e um arsenal que inclui explosivos caseiros. As cenas de filme de ação, com direito a grupo especializado em desarmar artefatos explosivos, aconteceram neste sábado (23), a partir da emboscada ao ônibus do São Paulo antes do empate em 1 a 1 com o Coritiba, no Morumbi.
O UOL Esporte teve acesso ao boletim de ocorrência registrado em relação ao ato criminoso. O documento revela que três policiais militares se lesionaram num conflito com 30 suspeitos de atacar a delegação tricolor antes da partida. A batalha ocorreu num galpão para onde os vândalos foram após a emboscada.
O boletim de ocorrência não esclarece a quantidade de suspeitos feridos. Apenas diz que 14 pessoas foram indiciadas e encaminhadas ao Pronto Socorro da Lapa.
A munição encontrada no Galpão, parte dela num veículo, incluía sete barras de madeira, nove canos de ferro, onze pedras e bombas caseiras.
De acordo com o boletim de ocorrência, imagens gravadas por membros da comissão técnica do São Paulo mostram que o ataque aconteceu na Avenida Eusébio Matoso, sentido bairro, próximo à Avenida Vital Brasil.
"Foi possível constatar que um grupo de aproximadamente trinta pessoas atravessou a Rua Bento Frias, chegando à confluência com a Avenida Eusébio Matoso, oportunidade em que estes indivíduos arremessaram contra o ônibus da delegação do time do São Paulo artefatos explosivos improvisados, além de provocarem a combustão de fogos de artifício, sendo certo que estes instrumentos danificaram o veículo coletivo e alardearam alto ruído sonoro", diz o boletim de ocorrência. Ainda de acordo com o documento, policiais foram ao encalço dos vândalos. Então, foi deflagrada a batalha.
"Na altura do numeral 100 da Rua Bento Frias, aquelas trinta pessoas adentraram um galpão aparentemente abandonado (posto que estava com o portão aberto) e, mesmo diante de voz de parada, antecedida de sinais sonoros e luminosos das viaturas, essas pessoas resistiram à abordagem e consequente prisão. Os policiais aqui presentes destacam que foram atacados mediante o arremesso de pedras e investidas com pedaços de paus, os quais, inclusive, lesionaram fisicamente três policiais", aponta o boletim de ocorrência.
"Diante da situação fática, encrudescida pela superioridade numérica dos indivíduos torcedores, os policiais, agindo em legítima defesa e em estrito cumprimento do dever legal, utilizaram força moderada a fim de neutralizar a ação delituosa que estava sendo cometida coletivamente pelos ora indiciados. Sendo assim, procedeu-se à prisão em flagrante dos quatorze indiciados", relata o documento.
Segundo os policiais, os torcedores insinuaram que poderiam existir explosivos no galpão, mas não sabiam onde estariam e quem teria confeccionado os artefatos.
"Perante tais indícios, os policiais iniciaram uma breve e cautelosa varredura no local, logrando êxito em localizar uma caixa de papelão utilizada para armazenar fogos de artifício, dentro da qual havia explosivos "caseiros". Neste momento, os policiais, imediatamente, providenciaram o isolamento do local e o acionamento do GATE (Grupo de Ações Táticas Especiais)", relata o B.O.
Os telefones celulares dos suspeitos foram apreendidos e as quebras de sigilo telefônico já foram pedidas.
O caso é considerado de extrema gravidade pela diretoria do São Paulo, que colabora e apoia as investigações esperando pela identificação e responsabilização dos autores do atentado.
Ônibus fez rota inédita e emboscada gerou apreensão e revolta em jogadores
A reportagem apurou que o ônibus do São Paulo fez no sábado uma rota inédita para ir ao Morumbi. Segundo fontes do clube, a manobra foi acordada com a Polícia Militar, que já trabalhava com a possibilidade de alguma tentativa de violência contra a delegação. Mesmo assim a emboscada aconteceu nas imediações da Rua Bento Frias, por onde o time nunca passa no caminho para o estádio.
A situação gerou revolta entre os jogadores. Há, no elenco, desconfiança de que alguém de dentro do clube e com conhecimento do trajeto possa ter passado informações aos autores do atentado. Além disso, alguns atletas por pouco não foram fisicamente feridos no ataque, e ficaram bastante abalados.
O São Paulo volta a campo no próximo domingo, quando encara o Atlético-GO em Goiânia.
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