Libertadores de lado? Palmeiras e Santos se mobilizam para "esquenta" hoje
Torcedores de Palmeiras e Santos já estão envolvidos com a final da Libertadores do próximo sábado (30), às 17h, no Maracanã. E nem poderia ser diferente, dada a grande rivalidade recente, relevância da competição e o peso histórico do clássico. O problema é que os dois times entram em campo hoje (26), em rodadas atrasadas do Brasileirão, e precisam se mobilizar para este jogo pensando no próximo.
O Palmeiras recebe o Vasco às 20h, no Allianz Parque, em jogo da primeira rodada. Não, você não leu errado. Já o Santos, no mesmo horário, enfrenta o Atlético-MG pela 28ª rodada, no Mineirão. O Palmeiras está em quinto lugar; o Santos, em décimo — ambos com 31 partidas.
Todos os profissionais sabem que o maior campeonato do continente é a Libertadores e não tem como fugir disso. Então, por mais profissionais que sejam, e são, vão para o jogo do Campeonato Brasileiro para tentar fazer o melhor, mas a cabeça está na decisão e isso é muito difícil."
Celso Roth, técnico campeão da Libertadores de 2010
O UOL Esporte conversou, além de Roth, com outros dois treinadores brasileiros finalistas da Libertadores que tiveram missões semelhantes às de Abel Ferreira e Cuca hoje: de que maneira motivar seu time para um jogo em pontos corridos quatro dias antes da chance de entrar para a história numa competição mata-mata?
"Eu acho que a motivação o jogador já tem, ele gosta de disputar competições de alto nível, competições importantes, mas também entendo que cabe ao treinador motivá-los para o jogo que antecede a decisão da Libertadores, porque se o jogador for mal e o time for mal, perder, tomar uma tamancada, aí é ruim, né? O astral do grupo cai, a mente do jogador fica muito para baixo. Uma boa partida [pelo Brasileiro] eu acho que serve de motivação para a Libertadores", diz Antônio Lopes, que decidiu a Libertadores em 1998 e 2005.
Em 1998, o Vasco campeão venceu as duas partidas anteriores às duas finais da Libertadores sob o comando de Lopes — uma delas, um 5 a 1 no América-MG. Já em 2005, o Athletico perdeu uma e venceu a outra pelo Brasileirão. Acabou vice no torneio continental.
"Não colocaria time B, nem time totalmente reserva, para poder fazer esse jogo que antecede a final da Libertadores, não. Eu colocaria o time principal, desde que todos os jogadores estivessem em condições. O maior exemplo disso é o do Jesus que dirigiu o Flamengo, ele não poupava nada, não tinha essa, ele colocava todos os jogadores em todos os jogos", relembra Antônio Lopes.
Já Celso Roth teve duas derrotas nos dois jogos que antecederam as finais da Libertadores de 2010 contra os mexicanos do Chivas, o que não atrapalhou a conquista do título.
"O que aconteceu foi que nós trocamos a equipe. Às vezes a torcida do Internacional não entendia muito bem porque a gente colocava um time misto, mas era porque os jogadores titulares da época tinham essa dificuldade de lidar com situações paralelas. É muito difícil. Por mais que o Brasileiro tenha o seu valor e tem, eu considero mais difícil do que a Libertadores, mas a motivação e o pensamento estão lá no dia 30, na final, pode ter certeza", afirma o treinador hoje sem clube.
Outro treinador brasileiro finalista da Libertadores no século é Jair Picerni, pelo São Caetano de 2002. Ele se vê numa situação diferente dos outros mencionados por ter comandado um time de menor expressão até a decisão. E sem refresco na tabela.
"Era jogo de terça e quinta-feira, não tinha essa de repente você segurar alguns para disputar a Libertadores, não. Era pau, ia direto. Tem clubes aí que de repente o jogador toma um cartão amarelo e o cara já tira para preservar para o jogo seguinte, mas eu não. Eu ia até o final com o jogador, depois resolvia o que eu ia fazer ali (risos)", ele diz.
E quem vai ser campeão?
Jair Picerni: "Se eu sou o gringo do Palmeiras [Abel Ferreira] eu marco os dois lados do Santos, só isso, só os dois lados, pronto, está feito. Aqueles dois pestinhas lá [Marinho e Soteldo] é duro, eles têm dribles e velocidade, hoje quase ninguém tem isso. O Santos tem duas joias no clube, dois jogadores das antigas. Mas se o Palmeiras marcar o Santos, o Palmeiras ganha o jogo. Se marcar bem os lados, eu acho que o Palmeiras ganha."
Antônio Lopes: "Não tem favorito, não. Os dois têm chance, são dois grandes times, são bem comandados pelos seus treinadores, não há como apontar um favorito. Eu espero um jogo excepcional para brindar com um grande futebol e ganhar aquele que merecer no jogo. Sobre torcida, eu sempre torço para o colega que é nosso amigo e o Cuca é. O Cuca, inclusive, foi meu jogador no Santos mesmo, ele jogou comigo lá no Santos, eu tenho um bom relacionamento com ele e a gente vai torcer por ele."
Celso Roth: "Eu tive o prazer, a satisfação e a honra de trabalhar nos dois, o Palmeiras em 2001 e o Santos em 2002. Nesse momento o Palmeiras está num momento técnico muito bom e o Santos também. O Cuca está fazendo um trabalho espetacular e no Palmeiras o Abel chegou e o time começou a demonstrar algumas coisas interessantes, um toque de bola com jogadores técnicos mais refinados, com a posse de bola. Já o Santos é muito mais vertical. Então vai ser um jogo muito bonito de se ver."
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