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Flamengo joga sob sombra de desmanche, mas quer evitar clima de liquidação

Everton Ribeiro comemora gol pelo Flamengo contra o Botafogo, em jogo do Brasileirão - André Mourão/Foto FC/UOL
Everton Ribeiro comemora gol pelo Flamengo contra o Botafogo, em jogo do Brasileirão Imagem: André Mourão/Foto FC/UOL

Leo Burlá e Pedro Ivo Almeida

Do UOL, no Rio de Janeiro e em São Paulo

27/01/2021 04h00

A temporada vai chegando ao fim, as avaliações sobre o elenco se intensificam, e o Flamengo convive com a ameaça de desmanche do time que ganhou tudo em 2019, iniciou 2020 com o status de bicho papão e agora se vê em posição desfavorável na luta pelo título do Brasileirão.

Exceção feita a Yuri César, cuja venda já está acertada para o Shabab Al Ahli (EAU), o Fla não tem nenhuma negociação avançada para uma nova saída, mas há assédio de clubes de fora e também o interesse de jogadores em mudar de ares.

Peça das mais importantes do Rubro-Negro nas recentes conquistas, Everton Ribeiro é namorado pelo Al-Nasr, clube dos Emirados Árabes. Uma proposta já foi recusada anteriormente, mas uma nova investida é aguardada. O camisa 7 já não vê uma saída com maus olhos. Porém, essa questão ainda está um estágio ainda informal.

O Rubro-Negro não tem intenção de perder o meia, mas entende que uma oferta tentadora pode mudar os rumos. Aos 31 anos, em má fase no clube carioca, Everton Ribeiro sabe que este poderia ser o seu último grande contrato, embora receba um alto salário na Gávea. Por outro lado, o jogador também tem em mente que uma eventual mudança para a Arábia Saudita praticamente encerraria a chance de disputar a Copa do Mundo de 2022, no Qatar.

O caso de Léo Pereira, por sua vez, é diferente. O zagueiro está no mercado, e o clube entende que o melhor caminho é um negócio. O jogador, que custou quase R$ 30 milhões na cotação da época, foi uma das maiores frustrações de 2020. Inseguro, não deu conta do recado e jamais conseguiu se destacar. Os agentes do defensor estão buscando interessados. O Rubro-Negro só não está disposto a fazer qualquer negócio: tudo dependeria dos valores levantados.

Na mesma situação de Pereira está Michael, contratado por cerca de R$ 35 milhões. O Al-Ain, também dos Emirados, acenou com uma proposta, mas os flamenguistas endurecem o jogo para tentar subir os valores. Ainda em dívida com o Goiás, o Fla tenta ganhar tempo para saldar o prejuízo com a conversa com os árabes.

Depois de uma temporada com meses e meses de portões fechados, também levando em conta as metas financeiras que o time deixou de cumprir em campo, o Flamengo não está em uma posição de cortar comunicação com o mercado. Pelo contrário. De todo modo, a ideia da diretoria é evitar um clima de 'liquidação' e fim de festa, até para que a imagem de solidez financeira construída nos últimos anos não fique arranhada. As ofertas serão estudadas e haverá uma ordem de "prioridade" na hora de se desfazer de algum atleta.

Esse clima de mudança de ciclo começou a ser iniciado com a saída do treinador Jorge Jesus para o Benfica, fato que desestruturou completamente o departamento de futebol. Em seguida, o lateral Rafinha foi para o Olympiacos (GRE). No início do ano passado, o zagueiro Pablo Marí já havia se despedido rumo ao Arsenal, sendo a primeira baixa da equipe mais vitoriosa do Rubro-Negro em décadas.

Em meio ao ambiente de reformulação, o Flamengo se agarra à matemática para seguir sonhando com o título do Campeonato Brasileiro. A sete pontos do líder Internacional, o time encara amanhã (28) o Grêmio, às 20h, em Porto Alegre, em jogo adiado pela 23ª rodada. Uma derrota joga um balde de água fria nas pretensões do clube e torna o futuro ainda mais nebuloso.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do informado em versão anterior da nota, o Flamengo está sete pontos abaixo (não seis) do Internacional na classificação do Campeonato Brasileiro. O erro foi corrigido.