Libertadores do Palmeiras faz a festa dos ambulantes: 'Salvou o ano'
A conquista da Copa Libertadores pelo Palmeiras no último sábado rendeu bons lucros aos ambulantes que trabalharam nas imediações do Allianz Parque, onde milhares de torcedores se aglomeraram antes, durante e depois da partida no Maracanã. Os trabalhadores informais, uma das classes mais atingidas economicamente durante a pandemia, aproveitaram bem a ocasião.
É o caso de Alexandre de Oliveira, de 39 anos, que vende bandeiras, faixas, bonés e outros objetos do Palmeiras em dias de jogos no Allianz Parque. Com a pandemia e a proibição das torcidas nos estádios, a renda do ambulante caiu e foi preciso encontrar outros tipos de trabalho para suportar a crise - iniciada em março do ano passado.
No último sábado, Alexandre levou 25 bandeiras do Palmeiras e, quatro horas após o título do Verdão, só lhe restavam duas. Os outros artigos do clube já haviam sido quase todos vendidos aos torcedores, que se aglomeraram nos arredores do Allianz Parque durante a tarde e a noite para festejar a conquista continental.
"Tirei a barriga da miséria. Não sobrou quase nada do que eu trouxe. Salvou o ano esse título do Palmeiras aí", explicou o são-paulino Alexandre, que ainda afirmou ter lucrado mais de R$ 1.000 com as vendas.
Morador de Curitiba, cidade distante mais de 400 quilômetros da capital paulista, Renato Jorge da Silva Barros - de 54 anos - arriscou deixar o sul do país apenas para vender os produtos do Palmeiras na região do estádio. O ambulante que costuma trabalhar em jogos de final, clássicos e shows no Allianz Parque garante que valeu a pena ter feito a viagem.
"Graças a Deus ganhou aqui (Palmeiras) e não lá (Santos). Saiu muita bandeira e faixa, mas dava para ter vendido mais. Está todo mundo quebrado, sem dinheiro no bolso e tinha muito ambulante trabalhando. Está todo mundo precisando voltar a trabalhar, é o sustento de muitas famílias. Não foi o ideal, mas deu para fazer um dinheiro", explicou Renato, que preferiu manter em sigilo o lucro da noite.
Os vendedores de cerveja e outras bebidas alcoólicas também tiraram bom proveito da situação. Um ambulante, que pediu para ser chamado apenas de José, afirmou à reportagem que comercializou mais de 500 latas de 269 ml durante as quase dez horas de trabalho na rua Palestra Itália. Cada três unidades eram vendidas por R$ 10.
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