Menon: "Fernando Diniz jogou no lixo a maior chance da vida dele"

O São Paulo sofreu mais uma derrota no Campeonato Brasileiro, com 2 a 1 para o Atlético-GO, em Goiânia, e o time segue sem vencer no ano de 2021, o que deixa o técnico Fernando Diniz em situação complicada após ter chegado a liderar a competição com sete pontos de vantagem para o segundo colocado, ficando agora mais distante de tirar o time do jejum de títulos.

No Fim de Papo, live pós-rodada do UOL Esporte — com os jornalistas Isabela Labate, Renato Maurício Prado, Menon e José Trajano —, Menon analisa o trabalho do técnico e afirma que Diniz jogou fora a melhor oportunidade que teve na carreira depois de ter chegado ao São Paulo mesmo com o histórico ruim em trabalhos no Athletico-PR e no Fluminense.

"O Fernando Diniz jogou no lixo a maior chance da vida dele. Não quero desmerecer ninguém, mas no Athletico-PR ele quase caiu e ganhou promoção, ele foi para o Fluminense, e no Fluminense quase caiu. Podem me xingar os torcedores do Fluminense, mas ele ganhou uma promoção e foi para o São Paulo", diz Menon.

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"No São Paulo ganhou o maior tempo de vida que ele tem dirigindo um time, ele assumiu em setembro, um ano e cinco ou seis meses, tem que descontar a pandemia, é lógico, mas aí ele sofreu uma série incrível de eliminações nos campeonatos de mata-mata e chegou a colocar o São Paulo em primeiro lugar. Eu tentava entender direito e não entendia muito bem, tinha a covid destroçando os outros times e tal, mas eu não vou tirar o mérito dele de levar o São Paulo ao primeiro lugar. Aí começou uma degringolada, que ele não consegue resolver nada", completa.

O jornalista critica a insistência na escalação, a repetição das substituições e a forma de jogar que o técnico não consegue mudar durante as partidas e nem tentar jogadores diferentes, por mais que sejam inferiores tecnicamente.

"É impressionante, ele não tem uma ideia nova. Hoje, por exemplo, ele entrou com os mesmos jogadores do último jogo, eu não sei por que ele não tenta alguma coisa, uma jogada diferente, um centroavante, aquele Gonçalo Carneiro, que é muito ruim, mas tenta alguma coisa, tenta jogar com o Igor Vinícius na lateral direita. Ele joga igualzinho todo jogo. Aí o time está mal e faz a mesma substituição de sempre", diz Menon.

"Ele tentou jogar atrás para puxar o contra-ataque, pegou 6 minutos de jogo e o adversário tinha 94% de posse de bola, o Atlético-GO, mas como jogar no contra-ataque se o elenco do São Paulo não tem nenhum jogador de contra-ataque? Então é toda uma conjunção de coisas ruins e ele não consegue mudar", completa.

Para Menon, a própria substituição de Fernando Diniz é complicada para a diretoria do São Paulo no momento devido à falta de opções no mercado, além de não haver um tempo para preparar o time visando a próxima temporada, que se inicia logo na sequência da 38ª rodada do Brasileirão.

"O São Paulo está no mato sem cachorro, porque vai trocar o treinador agora e quem tem no mercado? Eu acho que só tem o Tiago Nunes e o Dorival Júnior, ou talvez o Abel se o Inter demiti-lo. E quatro dias depois do Campeonato Brasileiro já começa outro campeonato, e logo depois tem a Libertadores, então não pode trocar agora porque não tem ninguém, se vai esperar trocar, já está muito em cima para começar um novo trabalho. Está muito ruim o São Paulo, acho que 2021 vai ser tão ruim quanto 2020", conclui.