Topo

São Paulo

São Paulo reconhece entraves com nomes prediletos e estuda alternativas

Miguel Ángel Ramírez era o predileto do São Paulo no mercado da bola, mas não fechará com o clube - Divulgação
Miguel Ángel Ramírez era o predileto do São Paulo no mercado da bola, mas não fechará com o clube Imagem: Divulgação

Thiago Fernandes

Do UOL, em São Paulo

03/02/2021 04h00

O São Paulo encontra dificuldades na busca por seus nomes prediletos para a vaga deixada por Fernando Diniz, demitido na última segunda-feira (1º). O preferido era Miguel Ángel Ramírez. O espanhol, contudo, informou à diretoria que cumprirá o acordo verbal feito com o Internacional. Outro alvo, o antes contestado Rogério Ceni agora ganha moral a cada jogo pelo Flamengo, ficando distante de uma volta ao clube. E Vagner Mancini, por fim, está firme no Corinthians, além de ter rejeição de uma ala nos bastidores do Morumbi.

Sem as primeiras opções da diretoria à disposição, o departamento de futebol passa a trabalhar à procura de um técnico que se adeque ao orçamento do clube — a previsão é de receita de R$ 460,7 milhões, com superávit líquido de R$ 12,5 milhões. O presidente Julio Casares e a cúpula do departamento, o diretor Carlos Belmonte Sobrinho e o coordenador Muricy Ramalho, buscam um comandante que tenha remuneração condizente com o que se espera gastar no futebol em 2021.

A ideia é ter um treinador com salários semelhantes ao do antecessor, Fernando Diniz. O antigo dono do cargo e sua comissão faturavam cerca de R$ 300 mil por mês. Comparando, ao assinar com o Flamengo, Rogério Ceni ganhou um bom aumento e hoje tem salário que passa dos R$ 700 mil mensais. O argentino Jorge Sampaoli ganha ainda mais pelo Atlético-MG —muito mais: R$ 2 milhões mensais.

A decisão para iniciar as tratativas com os candidatos será colegiada e terá que passar pelo crivo de ao menos seis profissionais. Além do mandatário Julio Casares, o diretor Carlos Belmonte, o coordenador Muricy Ramalho, o executivo de futebol Rui Costa e os dirigentes estatutários Nelson Marques Ferreira e Fernando Chapecó terão que avalizar o negócio. A ideia é minimizar os erros ao escolher profissionais para a pasta, seja membros da comissão técnica ou até jogadores.

Neste momento, o departamento de futebol mapeia o mercado da bola e define prováveis alvos para o cargo. Alguns nomes, tanto do Brasil quanto do exterior, já foram consultados pela cúpula, sem que propostas fossem apresentadas. A diretoria evita que os novos procurados sejam divulgados neste momento. Há o temor de que a publicidade da conversa se torne um obstáculo nas negociações.

Nos próximos dias, serão realizadas entrevistas com os candidatos para definir quem será o comandante do time profissional. O desejo da cúpula é ter um nome que faça um trabalho longevo no Morumbi, permanecendo durante todo o mandato de Julio Casares, que se encerrará em dezembro de 2023.

A ideia é que, na próxima temporada, o time consiga se manter na disputa por títulos e aposte em jogadores revelados nas divisões de base, como aconteceu neste ano. O departamento de futebol, entretanto, espera alguém que monte uma equipe mais aguerrida e vibrante do que aquela comandada por Diniz.

Ainda sem a definição do futuro treinador, o São Paulo mantém Marcos Vizolli como interino. Ele deve comandar a equipe na partida da próxima quarta-feira (10), às 21h (de Brasília), no Morumbi. O jogo é válido pela 35ª rodada do Brasileirão.

Sob orientação de Diniz, São Paulo chegou a liderar o Brasileirão, com sete pontos de vantagem para o segundo colocado. Entretanto, a equipe está há seis jogos sem vencer — são dois empates e quatro derrotas — e deixou o topo da tabela após ser goleada por 5 a 1 para o Internacional em pleno Morumbi. Hoje, o time gaúcho está justamente sete pontos à frente do Tricolor.

Fernando Diniz ficou à frente do São Paulo por 75 partidas. Ele era o segundo técnico há mais tempo no cargo entre os profissionais em atividade pela Série A nacional, atrás apenas de Renato Gaúcho, do Grêmio. No período, obteve 34 vitórias, 21 empates e 20 derrotas. A equipe marcou 117 gols e sofreu 86 com o técnico no comando. Sob a batuta do treinador, o time teve 54,67% de aproveitamento.

São Paulo