"Deixou chegar": Flamengo embala com lema da torcida e pressiona o Inter
A vitória por 2 a 0 sobre o arquirrival Vasco e a distância de dois pontos para o Internacional, líder do Brasileirão, ativaram o modo "deixou chegar", frase característica do torcedor do Flamengo para ilustrar a força rubro-negra na hora da decisão.
Essa onda de otimismo já vinha crescendo desde o triunfo por 2 a 0 contra o Palmeiras, mas atingiu um nível mais alto depois do clássico, agora a apenas quatro rodadas para o fim do campeonato nacional. E a alegria de jogadores, dirigentes e torcedores se explica: a partir de agora, o Fla depende apenas de si para levantar o caneco e o rendimento sólido das últimas partidas anima.
Sempre comedido, o técnico Rogério Ceni deixou a euforia dentro do vestiário do Maracanã. Mas tratou de empurrar a pressão para o Beira-Rio, cujo clube teve uma sequência de nove vitórias encerrada em empate com o Athletico-PR, em Curitiba. Lembrando que o time gaúcho não ganha o Brasileirão desde 1979.
"O Inter ganhou coisas importantes, duas Libertadores, o Mundial, títulos até maiores que o Campeonato Brasileiro. Continuam favoritos na competição, mas hoje a gente dorme feliz porque a gente voltou a depender só da gente. Manter a cabeça no lugar é relativamente fácil, os jogadores são profissionais. Esses caras já viveram tudo, sabem quão importante é ser campeão. Eles querem, todos nós queremos brigar", disse ele.
Após um início de altos e baixos e cornetas fortes na Gávea, o treinador moldou um Flamengo mais solto em campo e que tem entregado muito suor para recuperar a bola e superar os adversários. Problema crônico em 2020, a zaga se acertou com a entrada de Arão e completou o segundo jogo seguido sem ser vazada. Com Diego e Gerson como "volantes", o Rubro-Negro melhorou, subiu e preocupa mais os concorrentes a cada rodada que passa.
Contra os vascaínos, o time foi dominante no primeiro tempo e teve inteligência para suportar a pressão ensaiada pelo Cruz-Maltino, embora tenha recuado em demasia na etapa final. Com um time formado por jogadores que querem a bola, o que se viu foi um time batalhando muito para manter a posse e o controle das ações. Com o casamento de talento e raça, o Flamengo vai tirando a diferença e se aproximando do objetivo.
"Diego é um 10 de origem, ele trabalha mais atrás que o Gerson. Quando eles jogam lado a lado, alternamos as subidas. Ainda vão faltar ajustes, Diego não é um primeiro volante, eles são dois "8" ou dois "10". Fico feliz de ver um time com Diego e Gerson e os quatro na frente. Mas sem comandar o jogo, esses jogadores passam a ter que marcar muito", acrescentou o técnico.
Com o futebol em alta e a matemática a favor, o Flamengo tem a faca e o queijo na mão para deixar a batata quente no colo do Inter. No domingo (7), a equipe encara o Red Bull Bragantino, às 20h30, no Nabi Abi Chedid, e assume a ponta se vencer. Como o Colorado folga no fim de semana, os atuais campeões seriam líderes pela primeira vez nesta edição do Nacional e testariam ainda mais a força dos gaúchos.
A dor de cabeça da vez fica por conta de Gerson, que sofreu entorse no tornozelo. Com tempo escasso para recuperação, a presença do jogador no interior paulista é uma incógnita. Suspenso pelo terceiro amarelo, Diego está fora. Apesar das pedras no caminho, a confiança está de volta no Ninho. Para Bruno Henrique, o Rubro-Negro encontrou o caminho para a taça:
"Restam quatro jogos ainda e a gente entrou no trilho, era isso o que a gente queria. Quando a gente entrasse no trilho, a gente conseguiria desempenhar o nosso futebol e fazer o que a gente sempre soube fazer".
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