São Paulo recorre a agente por técnico e aposta em executivo para negócio
O São Paulo conta com um parceiro fora de seu renovado departamento de futebol na busca por um treinador no mercado da bola. O agente Bruno Paiva, da OTB Sports, trabalha ao lado da diretoria com o intuito de encontrar o substituto de Fernando Diniz, demitido na última segunda-feira (1). Ele auxilia o presidente Julio Casares, o diretor de futebol Carlos Belmonte Sobrinho e o coordenador técnico Muricy Ramalho a mapear os alvos.
O empresário de futebol, que cuida das carreiras do goleiro Weverton, do Palmeiras, e do atacante Gilberto, do Bahia, tem participado frequentemente de reuniões ao lado de Belmonte e Muricy a fim de entrevistar os treinadores que podem chegar ao Morumbi.
Na última quarta-feira (3), por exemplo, o trio fez uma reunião virtual com um técnico de Portugal. A ideia era entrevistar o treinador para saber a possibilidade de contratá-lo para a próxima temporada. São feitas perguntas sobre método de jogo, questões financeiras e interesse em trabalhar no futebol brasileiro. Eles ainda prometem um contato futuro para informar a decisão do clube sobre o novo treinador. As impressões da conversa são repassadas aos demais membros do departamento de futebol.
Autorizado pela cúpula são-paulina, ele ainda entrou em contato com ao menos três nomes para fazer consultas sobre uma possível mudança para o Brasil. Livre no mercado desde a saída do Shanghai SIPG, da China, Vítor Pereira foi procurado por Bruno Paiva para conversar sobre o interesse do São Paulo. O empresário também fez contato com Marco Silva, que não trabalha desde dezembro de 2019, quando deixou o Everton, da Inglaterra.
Outro procurado foi André Villas-Boas, que deixou o Olympique de Marselha, da França, recentemente. O lusitano é um nome que agrada à diretoria e à torcida, mas foi descartado por causa da pedida salarial —ele quer cerca de R$ 2,5 milhões para trabalhar no Morumbi.
Hoje, o São Paulo tem a ideia de trabalhar com um treinador que receba salários ligeiramente superiores ao do antecessor, Fernando Diniz. O técnico faturava cerca de R$ 300 mil mensais ao fim de seu contrato no CT da Barra Funda. Ele tinha o acordo firmado conforme a CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas). A diretoria ainda tenta articular movimentações internas que gerem economia ou recursos para que possa gastar mais com o novo comandante.
Além do empresário e do diretor de futebol Carlos Belmonte, há mais dois membros da diretoria participando ativamente das reuniões virtuais: o presidente Julio Casares e o coordenador técnico Muricy Ramalho.
O agente Bruno Paiva é filho de Mário Sérgio, ex-jogador e treinador do São Paulo, que morreu no acidente aéreo da Chapecoense, em 2016, viajando como comentarista. O agente chegou a trabalhar ao lado de Seedorf em sua passagem pelo futebol brasileiro e também na tentativa de emplacá-lo como técnico do Athletico-PR. Na segunda tentativa, porém, acabou se desentendendo com o clube.
A empresa já cuidou da carreira de destaques do futebol brasileiro como Gustavo Scarpa, Zeca, Felipe Vizeu e até o peruano Paolo Guerrero. No entanto, todos deixaram o grupo. A lista de clientes, hoje, tem o volante Bruno Henrique, do Al-Ittihad, o atacante Gilberto, do Bahia, o lateral direito Pará, do Santos, o centroavante Ribamar, do Vasco, o goleiro Weverton, do Palmeiras, e o atacante William Pottker, do Cruzeiro.
Hoje, de acordo com o site oficial da OTB Sports, há 13 atletas agenciados pela empresa, que conta também com o agente Marcelo Goldfarb em sua lista de sócios.
Rui Costa entra na 2ª parte do processo
O novo gerente-executivo de futebol do São Paulo, Rui Costa, fica fora da prospecção de nomes para o cargo de treinador. A ideia é que ele seja acionado, ao lado dos adjuntos Fernando Chapecó e Nelson Marques Ferreira, na segunda parte do processo. Contratado para atuar como um executor no cotidiano, Rui Costa será consultado e terá que opinar sobre as ideias sugeridas pelo treinador. O desejo da diretoria é que ele utilize a sua experiência na função para apontar falhas e virtudes não detectadas no primeiro filtro.
Depois da análise dos seis responsáveis pelo futebol profissional, a diretoria definirá a ordem dos nomes e preparará as ofertas.
As tratativas com o futuro técnico do São Paulo também ficarão a cargo de Rui Costa. Para Casares, o executivo tem habilidade para negociar valores, por sua experiência no mercado. A intenção é que o dirigente se encarregue de cumprir os quesitos apontados na proposta orçamentária de 2021. O Tricolor paulista planeja gastar R$ 115,2 milhões com folha salarial, contratações e intermediações na temporada.
Diferentemente do que foi feito na gestão de Carlos Augusto Barros e Silva, o Leco, os jogadores não terão voz ativa na escolha do futuro comandante. Em setembro de 2019, logo após a saída de Cuca do Morumbi, os responsáveis pelo futebol são-paulino na ocasião, Raí e Alexandre Pássaro, escutaram o elenco para definir quem seria o técnico escolhido. À época, um grupo de jogadores mais experientes —entre eles Daniel Alves, Hernanes e Pablo — apontou Fernando Diniz como a melhor opção. O treinador ficou no CT da Barra Funda até a última segunda-feira, quando foi demitido pelo presidente Julio Casares.
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