O mais doloroso neste rebaixamento do Botafogo é a sensação de impotência. Afastado dos estádios por causa da pandemia, o torcedor viu à distância, sem poder fazer muita coisa, a mais medíocre campanha do time e uma das mais desastradas gestões da história do clube.
Essa tripla combinação - estádio vazio, time ruim e direção desastrosa - provocou um efeito trágico: o torcedor não teve o direito de manifestar a sua dor e a sua raiva em público.
O botafoguense viu a tragédia se anunciar e se consumar sem poder fazer nada. Como um doente em estado grave, esse time de 2020 foi definhando lentamente, sem esboçar reação, aos olhos de quem via os jogos pela televisão. Isso provocou a pior das sensações - o conformismo.
Diferentemente do que ocorreu em 2002 e 2014, não chorei, não xinguei, não fiquei nervoso desta vez. Senti apenas tristeza.
Lembro, por exemplo, que chorei de raiva em novembro de 2002, mas terminei o ano aderindo ao plano de sócio-torcedor. Bebeto de Freitas havia acabado de assumir a presidência do clube e prometia algo de novo para os anos seguintes.
Ao final de 2014, após o segundo rebaixamento, houve o "fico" de Jefferson. O magnífico goleiro poderia jogar onde quisesse, mas optou por continuar no Botafogo na Série B. Mais que um exemplo, a decisão foi um anabolizante para time e torcida.
Agora, em 2021, não vejo nada que me estimule a acreditar no Botafogo. Espero estar errado.
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