Topo

Botafogo

Gatito reclama de departamento médico do Botafogo; documento rebate versão

Gatito Fernández, goleiro do Botafogo - Vitor Silva/Botafogo
Gatito Fernández, goleiro do Botafogo Imagem: Vitor Silva/Botafogo

Alexandre Araújo e Bernardo Gentile

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

10/02/2021 17h30

A lesão do goleiro Gatito Fernandéz segue mexendo com os bastidores do Botafogo. Depois de pública troca de farpas com Carlos Augusto Montenegro, ex-membro do Comitê Gestor de Futebol, ele fez acusações em relação ao departamento médico do clube e gerou um conflito de versões.

O camisa 1 recupera-se de um edema ósseo no joelho direito e não atua pelo Alvinegro desde 23 de setembro, quando o Glorioso empatou com o Vasco e eliminou o rival da Copa do Brasil.

Naquela partida, Gatito acusou um incômodo no local. No dia 8 de outubro, porém, ele atuou pelo Paraguai contra o Peru, em duelo pelas Eliminatórias da Copa do Mundo. A dor no joelho piorou e ele nem sequer enfrentou a Venezuela, dias depois. Quando o goleiro retornou a General Severiano, a lesão estava mais grave e ele iniciou o tratamento, que dura até hoje.

Em recente entrevista à TV Globo, Gatito fez críticas a antigos membros do departamento médico do Botafogo — que passou por uma reformulação recentemente — e garantiu que, à época, não lhe foi passado a proporção da lesão.

"Não sabia da gravidade da minha lesão. Nunca explicaram que a lesão era de muito cuidado. Tanto que fui para a seleção e já me sentia bem. Me falaram, no clube, que tinha de ficar parado de 12 a 15 dias, o que eu já tinha feito. Fui para a seleção e, no aquecimento, voltei a sentir as dores. No intervalo, tomei injeção, porque no primeiro tempo [do jogo com o Peru] a dor foi grande, como já tinha feito no Botafogo quando machuquei o punho em 2018", disse ele, que completou:

"Pode ter sido erro meu ter ido para a seleção, mas não sou médico, não sabia da gravidade da lesão. O jogador sempre quer jogar. Assim como já joguei várias vezes, em vários clubes onde passei machucado, inclusive no Botafogo. Se eu soubesse que a lesão poderia prejudicar a minha carreira, eu não me arriscaria a jogar um ou dois jogos pela seleção, sendo que perderia muito mais".

Botafogo enviou mensagem à Federação Paraguaia e Conmebol - Reprodução - Reprodução
Imagem: Reprodução

Um documento enviado pelo Botafogo à Federação Paraguaia de Futebol e à Conmebol, no entanto, rebate a versão. Em 3 de outubro, o Alvinegro avisou que Gatito havia passado por exames no dia 25 de setembro e uma lesão no joelho direito havia sido diagnosticada. A mensagem foi publicada, inicialmente, pelo site da Rádio Tupi.

O Glorioso apontou que o camisa 1 deveria ter repouso com restrições por uma semana e, posteriormente, diante de uma evolução gradativa, estaria liberado para treinos em 14 dias, quando uma nova ressonância seria feita. Neste trâmite, o exame seria feito dia 16. Porém, o prazo não foi respeitado no período em que ele esteve à disposição da seleção.

Na ocasião, o departamento médico do clube era comandado por Christiano Cinelli, mas, atualmente, Altamiro Bottino é quem está à frente da pasta. Nas últimas semanas, houve outras mudanças no setor.

Segundo o UOL Esporte apurou, as declarações de Gatito não caíram bem entre antigos integrantes da área médica do Alvinegro. Eles consideraram que o goleiro expôs profissionais que sempre cumpriram todos os processos da melhor forma, acreditando ainda que o camisa 1 teria "confundido as coisas" e atrelado o departamento médico às falas de Montenegro.

Além disso, houve a lembrança que Gatito admitiu que, no intervalo do jogo entre Paraguai e Peru, tomou uma injeção no joelho direito. Apesar de a substância aliviar a dor momentaneamente, pode trazer consequências à cartilagem.

Montenegro chamou goleiro de covarde

Ex-presidente e integrante do Comitê Gestor de Futebol, que comandou a pasta no último ano, Carlos Augusto Montenegro fez duras críticas ao goleiro em uma carta enviada a alguns sócios do Botafogo.

Carlos Augusto Montenegro discursa em reunião no conselho deliberativo do Botafogo -  Vitor Silva/Botafogo -  Vitor Silva/Botafogo
Imagem: Vitor Silva/Botafogo

No texto, ele diz que a cúpula não contava com a "covardia do Gatito de não querer jogar". Além disso, admite erros da gestão e lamenta que tenha dato "tudo errado" em relação às contratações do meia japonês Honda e do atacante marfinense Kalou.

Botafogo