Quatro vezes mais barato, Flu pega Atlético-MG em briga direta por Liberta
Fluminense e Atlético-MG se enfrentam no Maracanã, hoje (10), às 21h30, em confronto direto no Brasileirão por vaga na fase de grupos da Copa Libertadores. E quem analisa apenas a tabela ou a grandeza dos clubes não se dá conta da abismal diferença de investimento, que não se refletiu em campo na competição.
Apenas quatro pontos separam o Flu, quinto colocado, do Galo, hoje na terceira posição. Na comparação das folhas salariais, por outro lado, o Tricolor custa 'apenas' R$ 3 milhões mensais, enquanto o Atlético gasta R$ 12 milhões com seu elenco repleto de estrelas.
Se vencer mais uma, o time comandado por Marcão, que está invicto nos últimos cinco jogos, pode carimbar vaga na pré-Libertadores, onde o adversário da noite já se garantiu. No primeiro turno, o empate por 1 a 1 no Mineirão foi um dos melhores jogos do Brasileirão.
Ainda que tenha brigado pela liderança durante boa parte do Campeonato Brasileiro, hoje mineiros e cariocas disputam uma vaga na fase de grupos da Libertadores, já que as chances de título do time comandado por Jorge Sampaoli reduziram bastante após derrota para o Goiás.
A conta atleticana ainda aumentará após as contratações de Hulk e Dodô, além da possibilidade de acerto com Nacho Fernández, do River Plate (ARG). O acerto dos mineiros com o atacante com passagem pela seleção brasileira, entretanto, é um símbolo do abismo.
No Atlético-MG, o jogador que deixou o futebol chinês receberá R$ 1,25 milhão por mês. Só a soma de seu salário com os vencimentos do técnico Jorge Sampaoli — que recebe R$ 2 milhões mensais no clube — é mais alta que toda a folha do Fluminense.
Outro jogador que demonstra a atual diferença de poderio financeiro entre os clubes é Fred, camisa 9 do Tricolor. Ídolo do Flu, ele retornou ao clube recebendo menos da metade dos R$ 800 mil que faturava por mês no Atlético-MG. Antes da volta às Laranjeiras, o atacante de 37 anos ainda teve passagem pelo Cruzeiro, maior rival do Galo, onde também tinha altos vencimentos.
'Mecenato' ajudou Galo; Flu teve reforços pontuais
Os dois times tiveram postura bem diferente no mercado da bola. E chegaram a disputar alguns jogadores. Allan, por exemplo, foi para o Atlético-MG após se destacar no Fluminense, e até o último segundo, os tricolores tinham convicção na renovação do volante. O imbróglio, entretanto, não causou problemas entre os dois clubes, cujos presidentes — à época, o Galo tinha Sérgio Sette Câmara no comando — têm boa relação.
A força do clube no mercado da bola é impulsionada por investimentos que vêm de empresários que ganharam a alcunha de mecenas. Já famoso nas Minas Gerais e com notável reconhecimento Brasil afora depois que passou a atuar com volúpia e força no Galo, o grupo dos 4 R's — formado por Rubens Menin, Rafael Menin, Ricardo Guimarães e Renato Salvador — já injetou R$ 300 milhões nos cofres atleticanos.
Esse valor foi usado para contratações (algo em torno de R$ 200 milhões) e pagamento de salários ou premiações (R$ 100 milhões). Os empréstimos feitos pelos mecenas, segundo o próprio Rubens Menin, é fora dos padrões do mercado e sem cobrança de juros ou correções monetárias.
Já o Flu gastou bem pouco: apenas as contratações do peruano Fernando Pacheco e do uruguaio Michel Araújo tiveram algum valor desembolsado pelos cofres do clube. Ainda assim, cifras baixas: US$ 700 mil pelo atacante junto ao Sporting Cristal (PER), e US$ 800 mil pelo meia pagos ao Racing (URU). O montante era de cerca de R$ 6 milhões em janeiro de 2020, e as compras foram parceladas.
Dentre todos os reforços, a contratação do meia argentino Matías Zaracho foi a que custou mais aos cofres do Galo no ano passado. Em valores gerais, a chegada do ex-Racing representou a contratação mais cara da história do time, já que o jogador custou o equivalente a R$ 33 milhões (US$ 6 milhões na cotação de outubro de 2020).
Além de Zaracho, que também foi considerada a décima contratação mais cara do futebol brasileiro, os mecenas atleticanos pagaram R$ 20 milhões por 80% do atacante Marrony, R$ 18 milhões no zagueiro paraguaio Junior Alonso e a mesma quantia pelo meia Nathan, R$ 16,3 milhões pelo volante Allan, R$ 12 milhões em Keno, R$ 11,8 milhões pelo chileno Eduardo Vargas, dentre outras, sendo os negócios citados podendo ser considerados os principais.
Do outro lado, o Fluminense teve contratações sem custos como as de Fred, Yago e Luccas Claro como política para a temporada. Os reforços se somaram aos moleques de Xerém e outras apostas para formar a base do time que tem volta praticamente certa à Libertadores após oito anos. A ideia no Tricolor é aumentar gradativamente o investimento no futebol: para 2021, esse incremento deve ser de 20 a 25% nos custos.
FICHA TÉCNICA:
FLUMINENSE x ATLÉTICO-MG
Data/Hora: 10/02/2021 (quarta-feira), às 21h30 (de Brasília)
Local: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Árbitro: Luiz Flávio de Oliveira (Fifa/SP)
Assistentes: Danilo Ricardo Simon Manis (Fifa/SP) e Miguel Cataneo Ribeiro da Costa (SP)
VAR: Rodrigo Guarizo Ferreira do Amaral (SP)
Onde assistir: Globo, Premiere e tempo real do Placar UOL.
FLUMINENSE: Marcos Felipe; Calegari, Luccas Claro (Matheus Ferraz), Nino e Egídio; Martinelli, Yago Felipe e Nenê; Luiz Henrique, Fred e Lucca. Técnico: Marcão
ATLÉTICO-MG: Everson; Guga, Réver, Junior Alonso e Guilherme Arana; Allan, Alan Franco e Hyoran; Savarino, Sasha e Vargas. Técnico: Jorge Sampaoli
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