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Brasileirão - 2020

STJD arquiva inquérito por injúria racial em caso Gerson x Ramírez

Ramírez é acusado de cometer racismo com Gerson.                              - VITOR TAMAR/ EC BAHIA
Ramírez é acusado de cometer racismo com Gerson. Imagem: VITOR TAMAR/ EC BAHIA

Leo Burlá

Do UOL, no Rio de Janeiro

11/02/2021 18h13

O relator Maurício Neves Fonseca optou pelo arquivamento do inquérito que apurava suposto crime de injúria racial que envolvia Gerson, do Flamengo, e Ramírez, do Bahia.

Segundo Fonseca, não havia provas suficientes para uma denúncia no Superior Tribunal de Justiça Desportiva. O relatório com a conclusão do caso já foi enviado e o caso está encerrado na esfera desportiva.

"No caso em apreço, temos apenas a palavra isolada do atleta Gerson, que embora tenha sido levada em consideração por este Colendo STJD, tanto que houve a instauração do presente inquérito, ela, por si só, não autoriza o oferecimento de denúncia, eis que desprovida de provas", destacou o auditor.

Convocados a prestar esclarecimentos, Gerson, Bruno Henrique e Natan não compareceram. Os rubro-negros alegaram que estavam concentrados para o jogo contra o Vasco. Ramírez e Mano Menezes foram ouvidos.

"Os atletas Gerson Santos da Silva, Bruno Henrique Pinto e Natan Bernardo de Souza, todos do Flamengo, embora instados a prestarem depoimento em 03/02/2021, não compareceram ao Tribunal, tampouco manifestaram interesse em realizar as oitivas por videoconferência, tal como lhes foi facultado por esse relator", ressaltou o auditor do STJD.

Por meio de nota, o Fla reiterou que "a posição inicial no sentido de que faltou flexibilidade ao Relator do processo para ouvir nossos atletas após a finalização do Campeonato Brasileiro ou entre partidas com espaço mais elástico. O foco do Flamengo é a competição e a questão da injúria racial está entregue à Justiça Comum".

Caso de polícia

Policiais civis da Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi) indiciaram o tricolor pelo crime de injúria racial contra o rubro-negro. O inquérito será encaminhado ao Ministério Público, que vai decidir se apresentará denúncia.

A acusação foi feita pelo próprio Gerson, logo após o apito final. Na ocasião, ele afirmou que Ramírez disse "cala a boca, negro" durante uma discussão que aconteceu no segundo tempo do duelo.

O volante rubro-negro prestou depoimento ao Decradi, no Centro do Rio de Janeiro, dois dias depois da partida. O atacante do Bahia e outros envolvidos também foram ouvidos.

Em nota, o Decradi aponta que "testemunhas foram ouvidas, a súmula do jogo e imagens da partida foram analisadas e comprovam a indignação imediata de Gerson ao ouvir a ofensa racial. Além disso, em depoimento, seus companheiros de equipe acrescentaram que o jogador ficou muito abalado com a agressão, cabisbaixo e apresentou comportamento diferente do normal no vestiário e se recusou a encontrar parte do elenco após o jogo, pois estava triste com o fato ocorrido".

Ainda segundo a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, Ramírez, em depoimento, negou a injúria racial e garantiu que disse apenas "joga rápido, irmão".